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Procura por ingressos da final da Copa Sul-Americana supera expectativa

Torcedores do Racing formam fila virtual para adquirir entradas para a decisão

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 17h00.

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Assim como a final entre Atlético-MG e Botafogo pela Copa Libertadores, a decisão da Copa Sul-Americana de 2024, entre Racing e Cruzeiro, também tem mobilizado os torcedores dos dois clubes, ávidos por garantir as entradas e ver seus times disputarem uma final continental depois de muitos anos.

O jogo acontecerá no próximo dia 23 de novembro, no Estádio General Pablo Rojas, o “Nueva Olla”, casa do Cerro Porteño, em Assunção, no Paraguai, local de "fácil" acesso para as duas torcidas.

Foram colocados à venda 12 mil ingressos para cada torcida, e, de acordo com informações da imprensa mineira, os cruzeirenses já adquiriram 7 mil bilhetes. Além desses setores exclusivos para cada clube, a Conmebol também disponibilizou um setor misto. Os valores variam entre US$ 60 e US$ 200.

Torcida do Racing enfrenta fila virtual

Nesta segunda-feira, dia 11, o Racing abriu a venda para seus torcedores, e relatos da imprensa argentina indicam que aproximadamente 300 mil pessoas ficaram na fila virtual para conseguir as entradas.

A prioridade está sendo para quem possui cadeira cativa ou é sócio há mais tempo do clube. O Cruzeiro também priorizou os sócios, que tiveram acesso às compras na sexta-feira (8). Já a venda geral abriu no sábado, 9.

“A demanda que estamos recebendo da torcida do Racing é surpreendentemente positiva. Em termos gerais, a procura por pacotes para a final da Sul-Americana deste ano é bem maior do que havíamos registrado na decisão de 2023. Trata-se de dois clubes que estão buscando retomar o protagonismo na América do Sul. O Racing tem muita tradição e estava há três décadas sem disputar uma decisão continental. Sabemos que esse pode ser o jogo mais marcante da vida de milhares de torcedores, por isso, estamos trabalhando para entregar uma experiência completa, segura e memorável”, pondera Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência oficial da Conmebol que comercializa pacotes de viagem para as finais da Libertadores e da Sul-Americana.

Mercado de pacotes personalizados para final da Sul-Americana

No pacote está incluso ingresso autenticado para a partida, estadia em hotéis de 3 a 5 estrelas — todos com café da manhã incluso e possibilidade de adicionar noites extras —, transporte, seguro viagem e assistência in loco 24 horas. Os patrocinadores da competição, assim como outras marcas e grupos corporativos, também têm a oportunidade de personalizar os pacotes contratados. Toda a venda é feita pelo site oficial da agência Absolut Sport: https://marketing.absolut-sport.com.br/sudamericana-2024

Um dado curioso chama atenção quando o assunto é Brasil e Argentina no futebol, e ele vai além da rivalidade entre os países dentro de campo. River Plate, com mais de 350 mil, e Boca Juniors, com 327 mil, estão muito à frente dos times brasileiros quando o assunto é a quantidade de sócios-torcedores. O Racing também está entre os clubes argentinos com mais associados, cerca de 91 mil no total, enquanto o Cruzeiro aparece com 60 mil.

No Brasil, o Palmeiras é quem lidera as estatísticas, com mais de 200 mil, seguido por Internacional, com 145 mil, Grêmio, com 105 mil, Atlético-MG, com 95 mil, e Flamengo, com 80 mil. Na Argentina, depois de River e Boca, o único com mais de 100 mil sócios é o Independiente, com 107 mil, seguido por Racing, com 91 mil, Rosario Central, com 84 mil, e San Lorenzo, com 82 mil.

Sócio-torcedor: paixão e tradição no futebol argentino

“O torcedor argentino tem um sentimento de pertencimento muito forte e entende que estar atrelado a algo do clube pode fazê-lo mais forte e protagonista. No Brasil, no entanto, os fãs deram uma resposta positiva mesmo com 16 meses de estádios fechados pela pandemia, visto que a média da queda de associados ficou na casa dos 30 a 40%”, afirma Renê Salviano, especialista em marketing esportivo.

“A identificação dos torcedores argentinos com seus clubes é histórica e intensa. Essa associação vai além de assistir aos jogos; para muitos, ser sócio é um compromisso com a comunidade e o clube. Essa relação quase familiar e comunitária com o time de futebol pode explicar o número de sócios maiores na Argentina. O envolvimento direto e o sentimento de pertencimento dos torcedores aos seus clubes criam uma motivação extra para se tornarem sócios, independentemente de suas condições econômicas”, analisa Wagner Leitzke, líder de marketing digital da End to End, empresa que faz a gestão de alguns programas de sócios no Brasil, incluindo o Palmeiras.

Por outro lado, ao mesmo tempo em que possuem uma boa quantidade de sócios, as equipes argentinas faturam menos que os brasileiros. Os valores com River e Boca chegam perto dos R$ 40 milhões anuais. Para efeito de comparação, em seu balanço do final do último ano, por exemplo, o Palmeiras embolsou R$ 53 milhões com o 'Avanti', e em março deste ano, bateu recorde com a receita bruta do programa ao faturar R$ 6,1 milhões.

Além disso, ao contrário dos brasileiros, os argentinos não oferecem tantas ativações ou benefícios aos seus associados, o que gera constantes críticas nas redes sociais. Para Jorge Duarte, gerente de marketing e esportes da Somos Young, as instituições brasileiras evoluíram além da questão tecnológica e também têm conseguido personalizar a relação com cada um de seus fãs, criando um banco de dados que pode ser eficiente em outras frentes de negócios.

“O Brasil tem evoluído bastante quando o assunto é programa de sócio-torcedor. Estamos iniciando uma era em que esse relacionamento mais próximo, mais integrado, está em evidência. E isso não deixa de ser cultural. É justamente uma implementação de hábitos para transformar o seu torcedor em consumidor, em todos os sentidos. Hoje, os clubes estão automatizando seus fluxos e processos para entender quem é o seu público, o que pode ser uma grande virada de chave. Integrações do consumo em lojas, quantos jogos esse torcedor vai por ano, quanto ele gasta no ecossistema, o que consome no estádio, quanto tempo ele dispõe para consumir conteúdos destes clubes. Em um mundo cada vez mais orientado a dados, este é um ciclo que traz, além da monetização do plano, um relacionamento mais rico com seu torcedor e sócio”, explica.

Top 10 - Ranking clubes argentinos:

  • River: 350.951
  • Boca: 327.644
  • Independiente: 107.094
  • Racing: 91.970
  • Rosario Central: 84.728
  • San Lorenzo: 82.930
  • Newell's: 79.239
  • Talleres: 74.420
  • Vélez: 62.479
  • Belgrano: 61.831

Top10 - Ranking clubes brasileiros:

  • Palmeiras: 199.000
  • Internacional: 145.000
  • Grêmio: 105.000
  • Atlético-MG: 95.000
  • Flamengo: 80.000
  • Botafogo: 75.000
  • Bahia: 74.000
  • Fluminense: 59.000
  • Cruzeiro: 58.000
  • São Paulo: 54.000
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