Redator na Exame
Publicado em 22 de julho de 2024 às 08h24.
A cada quatro anos, o mundo se reúne para celebrar o maior evento esportivo global: os Jogos Olímpicos. Mas por que exatamente a Olimpíada acontece nesse intervalo de tempo? A resposta remonta a uma combinação de história, tradição e logística que moldaram o evento como o conhecemos hoje.
Desde os tempos antigos, os Jogos Olímpicos têm sido um símbolo de paz e união entre os povos. De acordo com o livro ‘A história dos Jogos Olímpicos’, de Ruben Ygua, o evento, que começou na Grécia Antiga, não apenas testava as habilidades atléticas dos participantes, mas também promovia valores como a honra, a perseverança e a fraternidade. Com a ressurgência dos Jogos na era moderna, esses valores foram preservados, e a tradição de realizar a Olimpíada a cada quatro anos foi mantida.
A origem dos Jogos Olímpicos data da Grécia Antiga, por volta de 776 a.C., onde os jogos eram realizados em Olímpia a cada quatro anos em homenagem a Zeus. Esse intervalo de quatro anos era conhecido como uma "Olimpíada". Naquela época, a Grécia estava dividida em várias cidades-estado, frequentemente em guerra entre si. No entanto, durante os Jogos Olímpicos, uma trégua sagrada era proclamada, permitindo que os atletas e espectadores viajassem em segurança para participar dos jogos.
A escolha de quatro anos para o intervalo entre os Jogos Olímpicos estava ligada ao ciclo de festivais religiosos e outros eventos esportivos da Grécia Antiga. Além dos Jogos Olímpicos, havia outros três grandes festivais esportivos: os Jogos Ístmicos, os Jogos Nemeus e os Jogos Píticos, cada um ocorrendo a cada dois ou quatro anos. Juntos, esses eventos formavam o ciclo pan-helênico, uma sequência contínua de competições que reforçava a unidade cultural entre os gregos.
Quando os Jogos Olímpicos modernos foram ressuscitados pelo Barão Pierre de Coubertin em 1896, ele procurou preservar as tradições antigas, incluindo o intervalo de quatro anos entre as edições. Coubertin via os Jogos Olímpicos como uma oportunidade de promover a paz e a amizade entre as nações em uma era de crescentes tensões políticas e militares. A ideia de um ciclo quadrienal era um aceno direto às raízes históricas dos jogos e ajudava a manter uma sensação de continuidade com o passado.
Organizar um evento da magnitude dos Jogos Olímpicos é uma tarefa monumental. Leva anos de planejamento e construção para preparar as infraestruturas necessárias, incluindo estádios, vilas olímpicas e instalações de transporte. As cidades-sede precisam desse tempo para garantir que todos os aspectos dos jogos, desde a segurança até o alojamento, estejam prontos. Um exemplo recente é os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que tiveram um custo estimado de mais de 15 bilhões de dólares, com anos de preparação envolvidos. Este ciclo de quatro anos permite que as cidades-sede se preparem adequadamente, garantindo um evento bem-sucedido e seguro.
Além das considerações logísticas, o intervalo de quatro anos entre os jogos também permite que os atletas se preparem e treinem para alcançar seu auge de desempenho. A preparação para competir nos Jogos Olímpicos exige um treinamento rigoroso e de longo prazo. Um ciclo olímpico de quatro anos permite que os atletas planejem seus treinamentos e picos de desempenho para estarem no auge durante as competições. Intervalos mais curtos poderiam levar ao esgotamento físico e mental dos atletas, além de aumentar o risco de lesões.
Outro motivo para o intervalo de quatro anos é o impacto sobre os atletas. A preparação para competir nos Jogos Olímpicos exige um treinamento rigoroso e de longo prazo. Um ciclo olímpico de quatro anos permite que os atletas planejem seus treinamentos e picos de desempenho para estarem no auge durante as competições. Além disso, intervalos mais curtos poderiam levar ao esgotamento físico e mental dos atletas, além de aumentar o risco de lesões.