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Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos: receita cresce 12% e chega a R$ 2,6 bi em 2022

Nos últimos 8 anos Palmeiras acumula superávit de R$ 190 milhões, enquanto adversários somam perdas de quase R$ 1 bilhão, segundo a Sports Value

Palmeiras: time segue com a maior receita do estado de SP. (Alexandre Schneider/Getty Images)

Palmeiras: time segue com a maior receita do estado de SP. (Alexandre Schneider/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 30 de abril de 2023 às 14h45.

Última atualização em 2 de maio de 2023 às 16h13.

O futebol não vive apenas da paixão dos brasileiros: o setor se tornou um negócio bilionário e um dos mais lucrativos do mundo. Além de negociações de jogadores e premiações, os times apostam em patrocínios, novas tecnologias e fidelização de torcedores para receitas cada vez maiores. Esses fluxos de receita, somados aos recursos distribuídos pela CBF, permitem que os clubes mantenham suas operações e invistam no desenvolvimento de jogadores, garantindo o sucesso do esporte e do caixa.

Mas, claro, cada time tem particularidades envolvendo campeonatos, jogadores e momento da equipe como um todo. Para medir esses números, a consultoria esportiva Sports Value divulgou um estudo que mostra como está a saúde financeira dos quatro maiores times paulistas: Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos.

A saúde dos times

O Palmeiras, por exemplo, continua sendo o time com maior faturamento entre os paulistas — no cenário nacional, só fica atrás do Flamengo. O time adiantou parte do patrocínio que receberia apenas em 2023 para melhorar o fluxo de caixa. O Conselho de Orientação e Fiscalização autorizou a operação para viabilizar as operações da temporada passada, como a compra de Flaco López por R$ 50 milhões. Essa alternativa foi considerada melhor do que recorrer a bancos que cobram juros mais altos.

Além disso, a falta de entrada de dinheiro também acontece porque o clube manteve seus principais atletas em busca de títulos em 2022, como o campeonato Paulista e Brasileiro, que foram conquistados, e o Mundial, que não deu certo. O time conseguiu fazer dinheiro com a transferência de jogadores e um aumento expressivo na venda de ingressos, que saltou de R$ 15 milhões para R$ 87 milhões (de 2021 para 2022).

A dívida de R$ 875 milhões do time, que consta na pesquisa e leva em conta o Allianz Parque, não é reconhecida pelo Palmeiras, que afirma girar em torno de R$ 597 milhões, valor definido como "dívida real" no Demonstrativo Financeiro de 2022 divulgado pelo clube. Segundo o Palmeiras, o time não tem um estádio para pagar, tratando-se apenas de uma "operação contábil, sem qualquer acréscimo de despesa".

O Corinthians cresceu muito em receita, saltando de R$ 505,5 milhões em 2021 para R$ 779,1 milhões em 2022, um aumento de 54%. "O time também registrou melhora no superávit, mas a dívida continua astronômica e ainda tem a questão do estádio, assim como o Palmeiras", comenta Amir Somoggi, da Sports Value. Para ele, o ponto positivo do Corinthians foi o salto de bilheteria de 15 milhões pra 98 milhões de reais — ainda muito atrás do Flamengo, por exemplo, que fez 127 milhões de reais. Por outro lado, a dívida do time continua alta, perto da casa do bilhão (910 milhões de reais em 2022).

O São Paulo é mais um clube que teve um bom crescimento. O faturamento do time saltou 38% com a transferência de jogadores e um aumento expressivo em bilheteria após a volta do público ao estádio. Melhora em marketing e um bom momento nas competições também favoreceram os números, mesmo estando muito atrás de outros times. Na visão de Amir, mesmo estando muito atrás dos rivais em números, a saúde financeira mostrou uma melhora de 2021 para cá.

O Santos ainda está muito distante dos outros times paulistas. "Mesmo com uma melhora no marketing e sócios-torcedores, o clube está estagnado em um estádio pequeno e focado na cidade de Santos, sendo que grande parte dos torcedores está em outras codiades", analisa Amir.

As dívidas somadas dos quatro times passam dos R$ 2,9 bilhões, maior do que a soma registrada em 2019, que era de R$ 2,2 bilhões. Segundo a Sports Value, em um estudo publicado em 2021, a perda somada de receita em 2020, no pior momento da pandemia, na comparação com 2019, dos 20 maiores clubes do país chegou a 1 bilhão de reais — o faturamento caiu de 6,1 bilhão para 5,1 bilhão.

Times mais valiosos

A consultoria divulgou em janeiro deste ano um estudo que aponta quais são os 30 clubes mais valiosos do futebol brasileiro. Flamengo e Palmeiras seguem na liderança do ranking.

Atual campeão da Libertadores e Copa do Brasil, o Flamengo aparece na primeira colocação pelo segundo ano consecutivo. A equipe carioca apresentou uma variação positiva de 41% em relação a 2021, aumentando de R$ 2,6 bilhões para R$ 3,8 bilhões.

Flamengo (Divulgação/Agência Brasil)

Em segunda está o Palmeiras, que cresceu 45% de um ano para outro e ostenta uma avaliação de R$ 3,4 bilhões. De acordo com o estudo, o clube paulista avançou em função do desempenho em campo, com altas receitas de TV e premiações em dólares.

Em terceiro lugar aparece o Atlético MG, que ultrapassou o Corinthians em relação ao ano passado, e foi avaliado em R$ 3,1 bilhões. O crescimento foi resultado de uma série de fatores, como investimentos na Arena MRV, aumento das receitas e alto valor do elenco.

Veja o ranking completo dos clubes mais valiosos do Brasil:

  1. Flamengo  - R$ 3.787 bilhões 
  2. Palmeiras -  R$ 3.4 bilhões
  3. Atlético-MG - R$ 3.127 bilhões
  4. Corinthians - R$ 2.991 bilhões 
  5. Internacional - R$ 2.314 bilhões 
  6. São Paulo - R$ 2.214 bilhões 
  7. Atlhetico-PR - R$ 2.094 bilhões 
  8. Santos - R$ 1.415 bilhões 
  9. Grêmio - R$ 1.407 bilhões 
  10. Fluminense - R$ 1.399 bilhões 
  11. Red Bull Bragantino - R$ 872 milhões
  12. Botafogo - R$ 823 milhões
  13. Vasco da Gama - R$ 730 milhões
  14. Cruzeiro - R$ 686 milhões
  15. Bahia - R$ 459 milhões
  16. Fortaleza - R$ 545 milhões
  17. Atlético-GO - R$ 532 milhões
  18. América-MG - R$ 500 milhões
  19. Coritiba  - R$ 490 milhões
  20. Ceará  - R$ 292 milhões
  21. Sport - R$ 408 milhões
  22. Juventude - R$ 320 milhões
  23. Guarani - R$ 308 milhões
  24. Goiás - R$ 306 milhões
  25. Náutico - R$ 277  milhões
  26. Santa Cruz - R$ 272 milhões
  27. Ponte Preta - R$ 256 milhões
  28. Avaí  - R$ 243 milhões
  29. Cuiabá - R$ 242 milhões
  30. Chapecoense - R$ 214 milhões
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