Apenas pessoas com ingressos para os jogos poderão entrar no Catar a partir de 1º de novembro, acompanhadas de no máximo três convidados. (Divulgação/Divulgação)
Agência O Globo
Publicado em 19 de outubro de 2022 às 17h15.
Álcool, sexualidade, véu... Uma série de regras e recomendações devem ser observadas por aqueles que pretender ir ao Catar durante a Copa do Mundo, que ocorre de 20 de novembro a 18 de dezembro. Contudo, vale destacar que, segundo os próprios organizadores, algumas delas podem ser modificadas até lá, principalmente as consideradas mais restritivas.
Devido ao número reduzido de acomodações, apenas pessoas com ingressos para os jogos poderão entrar no Catar a partir de 1º de novembro, acompanhadas de no máximo três convidados.
Após a obtenção dos seus bilhetes e alojamento reservado na plataforma oficial da organização ou por outros meios (caso permaneçam mais de 24 horas), os espectadores devem registar-se online para obter um cartão Hayya, que funciona como visto, bilhete de entrada nos jogos e que permite acesso gratuito ao transporte público e serviços de saúde de emergência em hospitais públicos.
O consumo de álcool é legal para não-muçulmanos com mais de 21 anos, mas estritamente regulamentado. É proibido transportá-lo na bagagem, mesmo comprada no “duty free”. Os moradores podem fazer compras em uma loja dedicada que não está aberta aos visitantes. Os espectadores poderão beber na maioria dos hotéis internacionais, onde uma cerveja ou um copo de vinho pode custar cerca de 12 euros (R$ 62) e um cocktail mais de 15 (R$ 77).
Várias barracas de cerveja abrirão ao redor dos estádios três horas antes do início da partida, fechando meia hora antes do início do jogo. Eles reabrirão por uma hora após o término da partida. Na principal “fan-zone” da FIFA, o consumo de álcool só será possível após as 18h30, horário local. Nas outras “fan-zones”, as regras variam.
As drogas também são ilegais. “Espere uma penalidade severa (prisão, multa, deportação) por posse de pequenas quantias”, disse a embaixada do Reino Unido. A embaixada dos Estados Unidos também recomenda verificar a legalidade dos tratamentos médicos, “estimulantes e analgésicos particularmente fortes” e viajar com receitas.
Recomenda-se também não importar carne de porco ou produtos que possam ser “percebidos como pornografia” (vídeos, brinquedos sexuais).
O véu não é obrigatório para as mulheres. No entanto, todos são convidados a se vestir “modestamente” em público, cobrindo ombros e joelhos. Em edifícios oficiais, esta regra se aplica. Em locais geralmente frequentados por expatriados, essa regra dificilmente é respeitada. Levando em conta as temperaturas (entre 15 e 30 graus) e o uso de ar condicionado nos estádios, recomenda-se o uso de roupas adequadas ao calor.
O sexo fora do casamento é proibido, e a embaixada dos EUA recomenda que as mulheres grávidas carreguem uma certidão de casamento caso precisem de tratamento médico. As mulheres grávidas solteiras que são vítimas de agressão sexual são aconselhadas a entrar em contato com a embaixada antes de entrar em contato com as autoridades do Catar.
Um centro consular estará aberto ao público de 1º de novembro a 25 de dezembro, das 10h às 22h, no bairro West Bay, fora da estação DECC do metrô.
Apesar das leis que criminalizam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, o site do cartão Hayya garante que não há “restrições” que proíbam “amigos solteiros de sexo diferente ou casais (incluindo LGTBQ+) de ficarem no mesmo quarto”.
“A vida privada no Catar é altamente respeitada”, diz a embaixada do Reino Unido. No entanto, alerta, assim como a organização, que demonstrações de afeto em público, independentemente de gênero ou orientação sexual, “podem ser consideradas ofensivas”.
"Atividades como manifestações, aglomerações de grandes grupos, proselitismo religioso ou defesa do ateísmo e discursos críticos contra o governo do Catar ou do Islã também podem ser processadas criminalmente”, alerta a embaixada norte-americana.
A FIFA repete que as bandeiras do arco-íris são bem-vindas nos estádios, mas as autoridades do Catar pedem cautela fora deles.
O Catar, onde “são esperados engarrafamentos”, recomenda aos visitantes que priorizem o transporte público, gratuito para portadores do cartão Hayya.
O metrô (que conecta cinco dos oito estádios) estará aberto das 6h às 3h todos os dias, exceto sexta-feira, quando abre às 9h. O tráfego de ônibus será intenso para conectar estádios, aeroportos, algumas acomodações e as principais “fan-zones”.
Táxis e VTC (ônibus articulados) também estarão disponíveis. Em uma das principais vias expressas de Doha, uma pista será dedicada exclusivamente a ônibus, táxis, veículos médicos e oficiais. Quem pegar essa via sem autorização corre o risco de ser multado em 500 riais catarenses (cerca de R$ 723).
A vacinação não é obrigatória, mas os visitantes com mais de 6 anos devem apresentar no aeroporto um resultado negativo inferior a 48 horas no momento da partida se for um teste de PCR e inferior a 24 horas se for um teste de antígeno.
Depois disso, não será mais necessário realizar mais testes, exceto em caso de sintomas ou no dia seguinte ao contato com um positivo. Os visitantes não imunizados também serão obrigados a usar máscara por 10 dias.
As pessoas que testarem positivo devem se auto-isolar por cinco dias e depois usar uma máscara por mais cinco dias.
A máscara só será obrigatória para todos nos estabelecimentos de saúde, enquanto nos estádios e transportes apenas são recomendadas.
Os visitantes maiores de 18 anos precisarão se registrar antes da partida no aplicativo de rastreamento Ehteraz. Será obrigatório o acesso a locais públicos cobertos, como metrô e shopping centers, mas não em estádios.
O conjunto de hospitais, centros médicos, clínicas e farmácias públicas ou privadas estará acessível aos visitantes.
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