Los Angeles, CA, Monday, May 8, 2023 - Los Angeles Lakers forward LeBron James (6) blocks the shot of Golden State Warriors guard Stephen Curry (30) in game four of the NBA Western Conference Finals at Crypto.com Arena. (Robert Gauthier/Los Angeles Times via Getty Images) (Robert Gauthier/Los Angeles Times/Getty Images)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 11h46.
A NBA, que teve seu início oficial na última terça-feira, 24, não terá nenhum representante do Brasil dentro das quatro linhas após mais de duas décadas. Há exatos 22 anos, a maior liga do planeta iniciava sem jogadores brasileiros, mas, a partir da temporada 2002/03, com a escolha de Nenê Hilário, conseguiu uma sequência histórica que acaba de ser encerrada.
Com Raulzinho acertando sua ida do Cleveland Cavaliers para o Fenerbahçe, da Turquia, e nenhuma seleção nacional no Draft, o Brasil perdeu força esportiva, mas nos negócios nunca foi tão gigante por aqui. O interesse do brasileiro pela NBA triplicou e isso reflete em todas as áreas.
Segundo um estudo da SportsValue, nos últimos dez anos a base de fãs saltou de 20 para 60 milhões e também indica o mercado nacional como o segundo do planeta nas assinaturas do League Pass, plano de pay-per-view para a transmissão de todos os jogos, ficando atrás somente dos EUA. As vendas de camisas também aumentaram por aqui em 67% comparado aos últimos anos. E, durante a pandemia, o basquete foi o esporte, além do futebol, mais procurado no Google pelos brasileiros, com 89% de interesse.
“É uma bola de neve. As audiências aumentam, os produtos são mais procurados e os negócios crescem. Hoje há muita demanda no Brasil em torno da NBA e a tendência é só aumentar. O basquete sempre foi tradicional no país, perdeu espaço para o vôlei, mas agora recuperou o posto de segundo esporte do brasileiro com a força que ganhou a liga norte-americana por aqui”, comenta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência de marketing esportivo.
Observando atentamente tal movimentação, a NBA nunca esteve tão presente no Brasil como agora. O escritório da liga no país já abriu 26 lojas em sete estados. São Paulo lidera o mapa de fervor com 11 localidades, seguido pelo Rio de Janeiro, com cinco propriedades. Paraná possui três estabelecimentos, Rio Grande do Sul também tem três, Ceará dois, enquanto Minas Gerais e Santa Catarina abriram um negócio cada.
"Identificação é um ativo importante em qualquer esporte ou liga que queira ter sucesso com os fãs, e a NBA consegue fazer isso com excelência. Entrega torneios super competitivos, possui jogadores exepcionais em todas as franquias e sabemos quais são e onde. Acima de tudo, permite e incentiva que as marcas possam explorar os clubes e atletas com produtos e novos conteúdos, conseguindo criar uma cultura em torno do esporte em que, mesmo não havendo atletas brasileiros na edição atual, eles continuam presentes e reverenciados, como Varejão, Leandrinho e Splitter, que não só foram vencedores da NBA, como são embaixadores dela no Brasil. Experiência que gera lembranças inesquecíveis tendem a perenizar o consumo e, consequentemente, renovam o engajamento dos fãs num ciclo virtuoso imparável. Lição a ser aprendida pelo nosso futebol", comenta Reginaldo Diniz, CEO da Agência End to End.
A parceria entre NBA e Brasil alçou um voo ainda mais alto após a inauguração de um parque temático em Gramado, no Rio Grande do Sul, na metade de abril deste ano. O NBA Park é o maior parque da liga no planeta, com quadra oficial, restaurante, loja, e muitas atrações de entretenimento. O local tem capacidade para 4.000 pessoas.
“Um complexo desta magnitude atrai turismo não só do Brasil, mas também de todos os países vizinhos. A Argentina, por exemplo, também é apaixonada pelo basquete e pela NBA e deve levar visitantes em peso. O NBA Park impulsionará a receita da região de Gramado e do Rio Grande do Sul. É mais um grande projeto para fidelizar fãs e conquistar futuros consumidores”, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Na última temporada, a liga gerou uma receita pela primeira vez na casa dos US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 50 bi) e visa um novo recorde para este ano, principalmente com o sucesso dos jogadores internacionais. Ao todo, 125 atletas de fora dos Estados Unidos disputarão a temporada, incluindo a escolha número um, o francês Victor Wembanyama.
"O interesse ao redor do planeta cresce com a globalização do jogo e o domínio de grandes figuras internacionais. No Brasil é um paradoxo. A NBA se agiganta, a base de fãs aumenta ano a ano, apesar da representatividade em quadra. Qualquer evento da liga ou estabelecimento com a sua marca obtém sucesso por aqui. O brasileiro entende a cultura do basquete, que vai além do esporte, e a abraçou", afirma Fernando Paz, diretor comercial da Absolut Sport, agência de marketing esportivo especializada em sportainment.
Nas últimas cinco edições, o melhor jogador da temporada veio de fora. O grego Giannis Antetokounmpo foi eleito o MVP duas vezes (2019 e 2020), o sérvio Nikola Jokic outras duas (2021 e 2022) e, na temporada passada, chegou a vez do camaronês Joel Embiid. De acordo com o mercado de apostas esportivas, e algumas das maiores plataformas consultadas, como PlayGreen, Galera.bet, Casa de Apostas, Onabet, Odds&Scouts, Esportes da Sorte e Bet7k, os principais favoritos a vencer o prêmio Michael Jordan são novamente de fora dos EUA. Além de Jokic e Giannis, o esloveno Luka Doncic também está bem cotado. O primeiro norte-americano aparece em quarto na lista: Jayson Tatum. A última vez que alguém da casa levantou o troféu foi James Harden, em 2018.
Quanto ao título, o Milwaukee Bucks é o principal candidato, seguido pelo forte Boston Celtics, o atual campeão Denver Nuggets, o estrelado Phoenix Suns, a dinastia Golden State Warriors e o grande elenco do Los Angeles Lakers.
Os Bucks, que já contavam com Giannis, contrataram Damian Lillard, dos Blazers. Já os Celtics trouxeram Kristaps Porzingis e Jrue Holiday. Os Nuggets tentam defender o título, o primeiro de sua história, alcançado no primeiro semestre deste ano, mas perderam boas peças no banco de reservas.