Nadadores ucranianos prometeram boicotar os Jogos Olímpicos do próximo ano, caso o Comitê Olímpico Internacional (COI) permita a participação de atletas russos na competição. A iniciativa dos esportistas da modalidade vai de encontro à decisão de vários outros compatriotas, os quais já haviam anunciado boicote se a organização não barrar que atletas da Rússia e Belarus compitam no torneio.

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro passado, as nadadoras artísticas olímpicas ucranianas Maryna e Vladyslava Aleksiiva receberam uma enxurrada de mensagens de atletas russos, afirmando que as forças militares estavam "indo em sua direção".

Enquanto mísseis caíam sob a cidade natal das irmãs, Kharkiv, as gêmeas de 21 anos fugiram, abandonando o treinamento e aumentando o estresse da guerra sobre elas, que esperam ganhar o ouro nas Olimpíadas de Paris.

"País terrorista"

— Talvez seja melhor não permitir que um país terrorista que matou nossos esportistas participe — disse Maryna Aleksiiva após um treino de seis horas em sua nova piscina de treinamento em Kiev.

A Rússia e a aliada Belarus foram afastadas da maioria dos esportes olímpicos desde que o exército russo invadiu a Ucrânia, mas o COI recomendou na semana passada que eles pudessem competir como atletas neutros.

Em resposta, a Ucrânia criticou o COI como um "promotor da guerra" e ganhou o apoio da Alemanha, Polônia e outros aliados em seu apelo para barrar a Rússia e a Bielo-Rússia.

Kiev diz que as forças russas danificaram pelo menos 343 instalações esportivas, incluindo a piscina em Kharkiv, onde as irmãs Aleksiiva treinaram antes da guerra.