Entre os 10 clubes que mais arrecadaram com o torneio, estão os europeus (Michael Regan - UEFA/UEFA/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de julho de 2025 às 16h00.
Última atualização em 5 de julho de 2025 às 16h28.
A Copa do Mundo de Clubes vem chamando a atenção em todo o planeta, e entre erros e acertos, parece certo que em premiação a Fifa acertou em cheio e tem feito a alegria dos participantes.
Com a vitória sobre o Bayern de Munique, o Paris Saint Germain acumulou alguns milhões de dólares a mais na conta.
Antes da competição ter início, a Fifa estabeleceu alguns critérios sobre a premiação. Na divisão de valores, os times europeus receberão o maior montante, entre US$ 12,8 milhões (R$ 73 milhões) e US$ 38,2 milhões (R$ 217,66 milhões). Os sul-americanos terão direito a US$ 15,2 milhões cada (R$ 86,6 milhões).
Na sequência, as equipes da América do Norte, América Central e Caribe ficarão com US$ 9,55 milhões (R$ 54,4 milhões) cada; da Ásia, com US$ 9,55 milhões (R$ 54,4 milhões); da África, com US$ 9,55 milhões (R$ 54,4 milhões); e, por fim, da Oceania, com US$ 3,58 milhões (R$ 20,4 milhões).
"Mesmo com todas as dificuldades, a FIFA conseguiu tornar o torneio interessante economicamente para qualquer Clube do Mundo. Com as regras de Fair Play Financeiro e os custos com atletas no alto nível cada vez mais elevados, estas receitas já ajudam a compor caixa antes de mais uma janela de transferências do verão Europeu. Para as equipes brasileiras, então, é uma entrada de recursos muito relevante, que muda o perfil do ano de qualquer Clube, mesmo com os custos tributários que podem chegar a superar 30% do valor total", afirma Alexandre Vasconcellos, gerente regional da Flashscore no Brasil, com experiência em marketing esportivo, comunicação, inovação e ESG no mundo dos esportes.
“A principal mensagem que o novo Mundial traz é o entendimento da FIFA de que algo diferente precisava ser feito para tornar o produto futebol mais atrativo. Esta edição servirá como teste para novidades que podem tornar as competições mais dinâmicas, como a implementação da IA no uso de uma versão avançada da tecnologia de impedimento semiautomatizada que já havia sido usada em 2024, a instalação de câmeras corporais nos árbitros conectada às transmissões ao vivo e até o uso de tablets por parte das comissões técnicas para solicitar as substituições de atletas durante os jogos, deixando de lado os papéis que são usados há décadas”, observa Henrique Borges, VP executivo de vendas, marketing e novos negócios na Somos Young, empresa que utiliza tecnologia de ponta no atendimento a sócios-torcedores de clubes brasileiros.
Para Marcos Casseb, sócio da Roc Nation Sports Brazil, os valores anunciados reforçam a intenção da Fifa de posicionar o torneio no mesmo patamar de relevância da Copa do Mundo de seleções.
“A Fifa busca transformar esse novo formato em um evento global de alto nível, como a Champions League, ampliando receitas e fortalecendo sua presença no futebol de clubes, historicamente liderado pela Uefa”, avalia. “A premiação recorde funciona como incentivo para que as equipes, especialmente as europeias, passem a encarar o torneio com mais seriedade”, complementa.
Estimativa do quanto o PSG já recebeu até agora na Copa do Mundo de Clubes: cota fixa europeia próxima do teto, cerca de US$ 38 milhões. Vitórias na fase de grupos: considerando 3 vitórias, US$ 6 milhões. Avanço às oitavas: US$ 7,5 milhões. Vitória nas quartas (sobre Bayern): US$ 13,125 milhões. Vaga na semifinal: US$ 21 milhões.
Somando esses valores, o total fica próximo de US$ 85,625 milhões (R$ 428,125 milhões).O dinheiro da Fifa vem basicamente dos patrocinados. A DAZN, detentora exclusiva da exibição dos jogos pelo streaming; o Bank of America, considerado um dos principais do mundo, que também já é um dos patrocinadores para Copa do Mundo de 2026; a maior cervejaria do planeta, AB InBev, que também é detentora de marcas conhecidas como Budweiser e Michelob ULTRA; a empresa multinacional de bebidas, a Coca Cola, além da empresa chinesa de eletrônicos Hisense.
“Antes citado no meio esportivo apenas por conta da NBA e da NFL, os EUA agora vivem uma crescente na valorização do futebol, em parte impulsionada por eventos de grande porte. É uma agenda que não apenas atrai atenção internacional, mas também catalisa investimentos em infraestrutura, mídia e publicidade, além de criar diversas oportunidades de negócio para o mercado, como a hospitalidade e o oferecimento de um serviço premium para os torcedores. A movimentação da FIFA para Miami também é um reflexo da aposta de longo prazo no crescimento do futebol nos EUA. As grandes ligas americanas, como a NFL e NBA, continuarão a desempenhar papéis centrais, mas o futebol está cada vez mais presente no cotidiano esportivo do país e isso é inegável”, pontua Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência multinacional de experiências esportivas e que possui escritório nos EUA.
"É uma oportunidade financeira sem precedentes para os times brasileiros, com premiações que equivalem a diversos patrocínios somados em um ano inteiro. Essa injeção de recursos pode ser decisiva para equilibrar as contas, reduzir dependência de receitas flutuantes e até melhorar o poder de negociação com atletas que desejam contratar. Além do impacto direto no caixa, o torneio amplia a exposição global, aumentando o valor de mercado e atratividade para investidores. Enquanto os patrocínios tradicionais dependem de desempenho e cenários econômicos, a premiação fixa do Super Mundial oferece uma garantia financeira rara no futebol moderno. Para os brasileiros, não se trata apenas de competir por um título, mas de transformar uma única campanha em um legado econômico que pode ser duradouro", diz Thales Rangel Mafia, Gerente de Marketing da Multimarcas Consórcios.