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Mundial de Clubes 2025: times brasileiros surpreendem Pep Guardiola

Com estádios norte-americanos gigantes, torcedores de clubes latinos são exceção no Mundial de Clubes, que enfrenta baixa adesão do público local

Botafogo: time carioca venceu atual campeão da Europa, Paris Saint-Germain. (	Stu Forster/Getty Images)

Botafogo: time carioca venceu atual campeão da Europa, Paris Saint-Germain. ( Stu Forster/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 24 de junho de 2025 às 07h56.

Última atualização em 24 de junho de 2025 às 10h06.

Que a América do Sul é apaixonada por futebol, o mundo já sabe. Mas a festa criada pelos torcedores latinos no Mundial de Clubes tem impressionado até um dos técnicos mais famosos do esporte: Pep Guardiola.

“Adoro ver o Botafogo, todos os times brasileiros, argentinos, como eles comemoram, como estão juntos. Eu os amo”, disse Guardiola, atual técnico do clube inglês Manchester City. “Gosto de como os jogos estão equilibrados, com exceção de um ou dois. E as pessoas ficam surpresas quando os times europeus perdem. Bem-vindos ao mundo real, meus amigos.”

A fala aconteceu após o clube brasileiro conquistar o que era impensável por muitos: uma vitória por 1 a 0 contra o Paris Saint-Germain, campeão da Champions League. Outra conquista muito comemorada foi o jogo do Flamengo, que venceu o Chelsea por 3 a 1. A última vitória de um time brasileiro contra o clube inglês ocorreu em 2012, pelo campeão mundial do ano, Corinthians.

Uma torcida também tem dado o que falar nos estádios norte-americanos. Em apenas dois jogos, o argentino Boca Juniors conseguiu mudar a atmosfera do Hard Rock Stadium em uma extensão da Bombonera, segundo reportagem da Reuters. Os torcedores encheram o estádio com 55.574 pessoas no jogo contra o Benfica, conseguindo um público ainda maior na derrota pelo Bayern de Munique por 2 a 1, com 63.587 torcedores.

“Já tive uma carreira longa e vivi muita coisa. Às vezes, dá vontade de estar em campo e hoje foi uma dessas vezes”, disse o técnico do Bayern, Vincent Kompany. “Os torcedores do Boca são especiais. O público foi hostil da melhor maneira possível... é isso que eu amo no futebol. Muitos pagariam para assistir aquilo.”

Fifa enfrenta baixa adesão dos torcedores locais

Cerca de 1,5 milhão de ingressos já foram vendidos nos primeiros dias de torneio, mas os EUA ainda sentem um abismo entre as cidades-sede mais bem sucedidas contra aquelas com uma baixa adesão.

Lugares como Los Angeles, por exemplo, têm conseguido mobilizar uma grande adesão dos torcedores. O Rose Bowl chegou a receber 80.619 pessoas no jogo entre PSG e Atlético de Madrid, enquanto outras cidades outras enfrentaram dificuldades.

Na última terça-feira, 17, partida entre Ulsan e Mamelodi Sundowns em Orlando conseguiu reunir singelos 3.412 torcedores no Estácio Inter&Co, que possui uma capacidade para 25.500 assentos. O jogo entre Pachuca e Salzburg, na quarta-feira, 18, em Cincinnati, atraiu 5.282 torcedores ao TQL Stadium, que comporta 26 mil.

“O ambiente estava meio estranho”, comentou o técnico do Chelsea, Enzo Maresca, após a vitória por 2 a 0 sobre o LAFC diante de pouco mais de 22 mil pessoas no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, com capacidade para 71 mil.

Ainda segundo a Reuters, um dos maiores desafios para os organizadores do torneio tem sido encher as arquibancadas de estádios com capacidades enormes - usados para jogos da NFL - com até quatro partidas por dia na fase de grupos.

Especialistas enxergam o torneio como um teste para os locais que sediarão a Copa de 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México. Para a Fifa, a próxima copa entre as principais seleções do mundo devem lotar todos os estádios.

Se a federação apostava que os norte-americanos correriam para comprar ingressos de um torneio internacional de alto nível em casa, os primeiros dados indicam que os fãs estrangeiros, e não os locais, serão os mais empenhados em garantir lugar na próxima Copa.

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