Presidente da CBF entre 2012 e 2014, Marin foi preso em 2015 durante uma operação do FBI em Zurique (Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)
Repórter
Publicado em 20 de julho de 2025 às 08h55.
Última atualização em 20 de julho de 2025 às 09h08.
Morreu neste fim de semana, aos 93 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. Marin teve a carreira marcada por controvérsias e envolvimento direto no escândalo de corrupção global conhecido como Fifagate.
A causa da morte não foi divulgada oficialmente. Desde o fim de 2023, Marin apresentava saúde fragilizada após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e vinha sendo assistido por cuidados médicos contínuos em São Paulo. Ele havia deixado a prisão domiciliar em 2020 após decisão judicial que considerou seu estado clínico.
Presidente da CBF entre 2012 e 2014, Marin foi preso em 2015 durante uma operação do FBI em Zurique, na Suíça, ao lado de outros dirigentes da Fifa, sob acusações de recebimento de propina, lavagem de dinheiro e conspiração. O episódio fez parte da maior ofensiva internacional contra esquemas de corrupção em entidades esportivas, com implicações para contratos de marketing e transmissões de eventos da CBF.
Transferido posteriormente para os Estados Unidos, o ex-dirigente cumpriu parte da pena em um presídio federal antes de retornar ao Brasil, onde permaneceu em prisão domiciliar até a liberação judicial por questões de saúde.
Além da atuação no futebol, Marin teve presença relevante na política paulista. Foi deputado estadual por São Paulo, vice-governador e, durante sete meses, assumiu como governador do estado, entre 1982 e 1983, após a renúncia de Paulo Maluf durante a ditadura militar. Ainda em 1982, assumiu a presidência da Federação Paulista de Futebol, antes de avançar para a esfera nacional da CBF.
Marin também é lembrado por um episódio em que, durante a premiação da Copa São Paulo de 2012, ele foi flagrado colocando uma medalha no bolso que seria para um jogador do Corinthians. O cartola, na época vice-presidente da CBF, alegou que a peça havia sido um presente da Federação Paulista de Futebol.