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Medalhas de ouro dos Jogos de Paris valem quase R$ 5 mil, mas são feitas de prata

Composição das medalhas reflete aumento nos preços do ouro e da prata em 2024, elevando seu valor para patamares históricos

Medalha de ouro conquistada por Rebeca Andrade tem 92,5% do seu peso composto por prata. ( Gabriel BOUYS/AFP)

Medalha de ouro conquistada por Rebeca Andrade tem 92,5% do seu peso composto por prata. ( Gabriel BOUYS/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 09h34.

As medalhas de ouro das Olimpíadas de Paris 2024 são mais valiosas do que nunca, com o valor dos materiais que as compõem alcançando aproximadamente R$ 4.941 cada. Embora sejam popularmente conhecidas como "medalhas de ouro", a realidade é que essas medalhas contêm apenas 6 gramas de ouro, enquanto 92,5% do seu peso é composto por prata, o que revela uma composição que é muito mais simbólica do que o nome sugere. As informações são da Fortune.

Em julho de 2024, o preço do ouro atingiu níveis recordes, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos globais, incluindo a compra massiva do metal por bancos centrais, o aumento do interesse de investidores na China e as expectativas de uma possível flexibilização da política monetária nos Estados Unidos. Esses fatores contribuíram para um aumento significativo no valor do ouro, elevando o custo das medalhas olímpicas que contêm esse metal precioso.

Além do ouro, o preço da prata, que constitui a maior parte das medalhas de ouro, também registrou um aumento expressivo neste ano. Essa alta nos preços dos metais elevou o valor das medalhas olímpicas a patamares nunca antes vistos, mesmo quando ajustados pela inflação. Este cenário beneficia não apenas os atletas, que recebem medalhas mais valiosas, mas também os organizadores, que veem o valor simbólico das medalhas aumentar com o tempo.

As medalhas olímpicas são muito mais do que simples objetos de valor material; elas carregam um grande peso simbólico e histórico. Em Paris 2024, as medalhas têm um significado adicional, pois incluem em sua composição um pequeno fragmento da Torre Eiffel, um ícone da cidade e símbolo mundialmente reconhecido. Este detalhe adiciona um valor cultural e emocional às medalhas, tornando-as ainda mais especiais para os atletas que as conquistam.

Apesar do alto valor dos materiais, é raro que os atletas olímpicos derretam ou vendam suas medalhas. Para a maioria dos competidores, as medalhas representam o auge de anos de dedicação, treino e sacrifício, sendo um testemunho de suas conquistas esportivas e um legado pessoal. No entanto, em casos raros, as medalhas podem ser vendidas, muitas vezes em leilões beneficentes ou como parte de heranças de família.

Valor de mercado das medalhas olímpicas

Quando vendidas, as medalhas olímpicas podem atingir valores muito superiores ao de seus materiais. Um exemplo notável é uma das medalhas de ouro conquistadas por Jesse Owens nos Jogos de Berlim em 1936. Owens, que venceu quatro medalhas de ouro, tornou-se uma figura histórica ao desafiar a ideologia de supremacia racial promovida pelo regime nazista. Em 2013, uma de suas medalhas foi vendida em um leilão por quase US$ 1,5 milhão, o que equivale a aproximadamente R$ 8,2 milhões. Esse valor reflete não apenas o peso do ouro, mas o significado histórico e o impacto cultural da vitória de Owens.

Medalhas olímpicas de atletas de destaque, especialmente aquelas associadas a momentos históricos significativos, podem se tornar itens de colecionador extremamente valiosos. O valor dessas medalhas é determinado por uma combinação de fatores, incluindo a raridade, a condição da medalha, a importância do evento e a história pessoal do atleta.

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