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Mão de Deus e 6 a 0 polêmico: como foram os dois títulos da Argentina na Copa do Mundo

A seleção argentina venceu a Copa do Mundo nas edições de 1978 e 1986. Os argentinos foram vice-campeões em 1930, 1990 e 2014

Argentina: O primeiro título da Argentina foi conquistado em 1978, ano que o país foi sede da competição (Juha Tamminen/Reuters)

Argentina: O primeiro título da Argentina foi conquistado em 1978, ano que o país foi sede da competição (Juha Tamminen/Reuters)

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André Martins

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 13 de dezembro de 2022 às 15h04.

A Argentina enfrenta a Croácia nesta terça-feira, 13, na semifinal da Copa do Mundo Fifa 2022. Caso vença a seleção europeia, os hermanos irão para a sua sexta final, com dois títulos na história.

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A seleção argentina venceu a Copa do Mundo em 1978 e em 1986. Os argentinos foram vice-campeões em 1930, 1990 e 2014. Nas duas vezes que os sul-americanos levantaram o troféu de melhor seleção do mundo, as campanhas foram cercadas de dúvidas e polêmicas. Relembre como foi o desempenho -- e as controvérsias -- dos argentinos nos mundiais que levantaram o troféu.

6 a 0 polêmico

O primeiro título da Argentina foi conquistado em 1978, ano que o país foi sede da competição. A polêmica da edição foi sobre a partida que classificou os argentinos para a final. Na época, o formato do Mundial era diferente. 16 seleções participaram do torneio e foram divididas em grupos na primeira e na segunda fase.

Os jogos que definiram quem iria para a decisão da Copa aconteceram em 21 de junho de 1978. Todas as partidas estavam previstas para acontecer no mesmo horário para que nenhuma seleção fosse beneficiada. No grupo A, a Holanda venceu a Itália por 2 a 1 e garantiu vaga na final. No grupo B, Brasil e Argentina estavam com a mesma pontuação e disputavam a vaga na final, mas a tabela do grupo foi alterada sem explicações. A seleção brasileira encarou a Polônia às 16h45 e a Argentina jogou contra o Peru às 19h15.

O Brasil venceu a Polônia por 3 a 1. Por conta dos horários diferentes, os argentinos entraram em campo sabendo que precisavam golear o Peru por pelo menos quatro gols de diferença para terminar em primeiro na chave. Os argentinos venceram os peruanos por um sonoro 6 a 0. A mídia esportiva na época classificou a atuação da seleção do Peru como irreconhecível.

Segundo trechos do livro "Copa Loca - As inacreditáveis histórias da Argentina nos Mundiais", jogadores do Peru apontaram que a federação argentina procurou a seleção peruana para facilitar a classificação dos anfitriões para a final. A postura do técnico Marcos Calderón também foi questionada. Ele manteve o goleiro Ramón Quiroga, nascido na Argentina e naturalizado peruano, como titular apesar do pedido de outros atletas. Jogadores que não atuaram na competição também foram escalados e tiveram um desempenho abaixo dos titulares.

Outra forma de intimidar os peruanos para "entregarem" o jogo foi atrás de militares. Meses antes do Mundial, uma ditadura militar foi instaurada na Argentina. De acordo com detalhes revelados pelo livro "Fuimos Campeones", o general Jorge Rafael Videla visitou o vestiário do Peru poucos minutos antes da partida.

Na final, a Argentina venceu a Holanda por 3 a 1, com gols na prorrogação. A campanha dos hermanos na Copa foi de cinco vitórias, uma derrota e um empate.

La mano de Dios

Na Copa do México em 1986, a Argentina conquistou o bicampeonato da Copa do Mundo. A campanha da seleção sul-americana ficou marcada pelas atuações memoráveis de Maradona e pela "La Mano de Dios".

O Mundial de 1986 teve 24 seleções divididas em seis grupos com quatro participantes cada. Os melhores colocados avançavam para as oitavas de final. A Argentina terminou a primeira fase como líder do grupo A e venceu o Uruguai nas oitavas.

Nas quartas de final, um erro da arbitragem colocou o jogo Inglaterra e Argentina na história da Copa do Mundo. Aos seis minutos do segundo tempo, Maradona tentou tabela com um companheiro perto da área e o zagueiro inglês tentou cortar a bola, que ficou viva na área argentina. O camisa 10 subiu para dividir com Peter Shilton, goleiro inglês, e usou a mão para ganhar no alto e fazer o gol. "Fiz o gol um pouco com a cabeça, e um pouco com a mão de Deus", disse Maradona depois da partida.

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A Argentina ampliou três minutos depois em uma jogada histórica de Maradona. O argentino arrancou do campo de defesa, deixou vários jogadores inglês para trás, inclusive o goleiro, e marcou um dos gols mais bonitos da história da Copa do Mundo. A Inglaterra diminuiu, mas os argentinos garantiram a classificação.

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Na sequência do torneio, a Argentina venceu a Bélgica na semifinal por 2 a 0 e ganhou da Alemanha Ocidental na final por 3 a 2. Maradona foi eleito o melhor jogador da competição.

Polêmica argentina no Catar?

Se ser supostamente favorecida é um dos requisitos para a Argentina vencer uma Copa, a exigência já foi cumprida no Mundial do Catar. Após a derrota por 1 a 0 para Marrocos, o zagueiro português Pepe reclamou sobre a escolha da Fifa em colocar o árbitro argentino Facundo Tello para apitar a partida. "É inadmissível um argentino ter apitado o nosso jogo hoje aqui. Depois do que aconteceu ontem, com o Messi falando. Toda a Argentina falando e vem um árbitro argentino para apitar", reclamou. 

Pepe insinuou, sem apontar provas, que existe um complô para que alguma seleção sul-americana vença a Copa do Mundo deste ano. O português disse que apostaria tudo que tem que os argentinos serão campeões. "Posso apostar tudo que eu tenho que a Argentina vai ser campeã. Pelo aquilo que ele fez hoje... De nove árbitros, cinco, se eu não me engano, são argentinos. Não posso falar mais (risos). Vamos ver no final quem vai ganhar" finalizou. 

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