Rebeca Andrade, ginasta brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris ( Gabriel BOUYS/AFP)
Redação Exame
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 10h39.
Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 10h10.
A ginasta Rebeca Andrade continua colhendo os frutos de sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris, disputado no mês passado. Nesta terça-feira, 9, ela anunciou mais um patrocínio, desta vez com o Itaú Unibanco, com contrato válido por quatro anos.
Ao todo, já são 17 marcas patrocinando a atleta brasileira; o Itaú se soma a Riachuelo, Medley, Hemmer, Docile, Adidas, Panasonic, Nivea, Intimus, Havaianas, Invisilign, Sankhya, Volvo, Panam Sports, Parmalat Wheyfit, Vult e Barbie. Informações do mercado dão conta que, com cada um deles, Rebeca deva faturar entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão por ano.
Em nota, o Itaú destaca que "o patrocínio reforça o apoio dado pelo banco ao esporte brasileiro, incluindo o fomento a atletas e o patrocínio a competições nacionais e internacionais".
Além do banco, a atleta também é embaixadora da Sadia e da Qualy desde o início de setembro deste ano.
Ao conquistar quatro medalhas nas Olimpíadas deste ano, sendo três individuais e uma em equipe, Rebeca Andrade entrou para a história e se tornou a maior medalhista olímpica brasileira do país, com seis medalhas. Nos Jogos de Tóquio, em 2022, ela havia conquistado duas medalhas. São duas de ouro, três de prata e uma de bronze.
Ela é atleta olímpica do Flamengo desde 2021 e tem um salário mensal aproximado de R$ 20 mil. O contrato dela com o clube rubro-negro acaba ao final deste ano. Existe também um valor que vem do Bolsa Atleta, programa do governo federal criado em 2004 para apoiar financeiramente atletas de alto desempenho, em torno de R$ 17 mil.
"Rebeca Andrade vem capitalizando comercialmente desde a excelente performance nas Olimpiadas de Tóquio, ou seja, vários patrocínios e milhões de novos seguidores. Receber a “coroa” de Simone Biles no Mundial proporcionará ainda mais força ao que já estava ocorrendo", opina Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
Na redes sociais, Rebeca Andrade também brilha. Após as Olimpíadas, ela ganhou mais de 10 milhões de novos seguidores nas redes sociais, chegando aos atuais 12 milhões.
"Um planejamento estratégico desenhado para o perfil de cada atleta pode já prever segmentos de marcas a serem captadas, mas isto deve estar nas mãos de quem entende, como uma agência de marketing esportivo. Os atletas precisam tratar este negócio uma nova empresa dentro de sua carreira”, explica Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
“As Olimpíadas são o momento máximo para qualquer atleta ou apaixonado por esporte. O sacrifício, o foco e a paixão desses profissionais conversam diretamente com a paixão do torcedor. Ainda há um caminho a ser percorrido, mas o advento das redes sociais tornou muito mais ‘simples’ essa aproximação que, antes, estavam mais distantes do público, e consequemente isso também fez expandir essa relação com as marcas”, explica Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas, e especialista em especialista em gestão e negócios do esporte.
"Carreira dos atletas de alto rendimento é fundamentada no talento e sacrifício, mas o reconhecimento, no Brasil, chega somente com títulos e medalhas, e Rebeca personifica tudo isso, além da consolidação do Brasil na elite de uma modalidade que associa ao esporte não somente o que de melhor oferece a nossa miscigenação, mas também algo da nossa cultura, artística e musical. Rebeca voltou de Paris como símbolo nacional, não só desses Jogos, e nem só da história do nosso esporte, porque pode ser vista hoje já como uma referência, ou mesmo uma heroína, para todas as mulheres e negros, os mais discriminados em nossa sociedade. Integrar esses dois grupos e ser referência mundial em um país no qual poucos esportes coletivos são financiados como devido faz com ela seja já um ícone, e não mais uma atleta somente", opina Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.