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GP São Paulo deve ter público recorde — e vê série da Netflix como impulso

Especialistas analisam crescimento da modalidade; cifras devem ultrapassar R$ 810 milhões no país

F1: GP de São Paulo deve ter público recorde  (F1/Divulgação)

F1: GP de São Paulo deve ter público recorde (F1/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de novembro de 2023 às 11h56.

Última atualização em 3 de novembro de 2023 às 13h16.

O GP de São Paulo de Fórmula 1 deve quebrar mais um recorde neste ano, com a presença de mais de 250 mil pessoas nos três dias de competição, que começa no dia 3 e vai até domingo, dia 5. No ano passado, mais de 235 mil pessoas estiveram em Interlagos nos três dias do evento. A organização do torneio ainda não se pronunciou sobre a movimentação econômica para este ano, mas é provável que as cifras ultrapassem os R$ 810 milhões obtidos em 2022, com turismo, investimentos e ações de patrocinadores.

Ums série de ativações são aguardadas para o público em geral e também em torno da disputa. A organização do evento, por exemplo, já divulgou a presença da cantora Ludmilla para cantar o Hino Nacional, no domingo, além de presenças de DJs e diversos shows nos três dias de evento, incluindo a presença da banda Monobloco e da Esquadrilha da Fumaça.

"Comercialmente e em termos publicitários, a Fórmula 1 cresceu no Brasil ao longo dos últimos anos, e isso trouxe uma nova geração de público não apenas que passou a acompanhar presencialmente o evento mas também se interessar mais. Aliado a tudo isso, estamos falando de um dos maiores polos de esporte e entretenimento, que é São Paulo, com uma gama infinita de opções envolvendo o entorno do GP. Se as empresas souberem explorar cada vez mais essas oportunidades, com pacotes que reunam todas as comodidades possíveis, com ingressos, logística, hotelaria, turismo e gastronomia juntos, podemos ter experiências ainda mais marcantes para esse público", afirma Fernando Paz, diretor comercial da Absolut Sport, agência de marketing esportivo especializada em sportainment.

"A organização da Fórmula 1 dá aula de entretenimento. Tive a oportunidade de conhecer a forma que tratam o cliente, patrocinador e todo o público, e realmente é de assustar positivamente. Os eventos de hospitalidade e todas as ações de experiência que criaram além da corrida principal são verdadeiras aulas de conexão e obtenção de receitas; aqui no Brasil mesmo é um evento fantástico, vale cada centavo", afirma Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Além disso, na área reservada para aos pilotos e equipes, o paddock, estão programados ativações como o 'Boteco paddock' e o 'paddock café', que também terá a presença de jornalistas, ambos fazendo referências à cultura brasileira.

"Essas ativações são importantes para aproximar o entretenimento do universo esportivo. Historicamente, as provas organizadas pela Fórmula 1 no Brasil já contam com ações que vão além da corrida. A realização dessa festa é mais um passo importante para solidificar a marca no país, uma modalidade que sempre foi muito forte, mas que nos últimos anos ampliou esse espaço com iniciativas para captação de novos fãs”, explica Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que administra camarotes de luxo e restaurantes em eventos esportivos e de entretenimento.

Como parte desta entrega, também serão realizadas algumas homenagens, como os 30 anos da última vitória de Ayrton Senna na F1, e também os 30 anos da estreia de Rubens Barrichello na categoria.

Algumas empresas ligadas ao evento também aproveitarão a oportunidade para ocuparem espaço de mídia, caso da Claro, que está disponibilizando centenas de ingressos da corrida para serem resgatados no Claro Clube, programa de relacionamento da operadora, que é oficial de telecomunicações e tecnologia da informação para o G1 São Paulo.

“O grande prêmio de São Paulo de F1 tem evoluído a cada ano e além do fascinante mundo da categoria de automobilismo mais famosa do mundo que por si só já atrai milhares de fãs e curiosos, têm apostado também em ativações adicionais e conteúdo que tornam a experiência ainda mais desejada”, pontua Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Já a Rolex estreia como patrocinador principal neste ano, ocupando o lugar que era da Heineken. A marca de relógios, que é parceira da competição desde 2013, passou a ter mais propriedades na categoria, dando nome aos GP Brasil (Fórmula 1 Rolex Grande Prêmio de São Paulo 2023) e também aos GPs da Austrália e da Áustria.

Netflix impulsionou audiência

No começo de 2021, no último levantamento feito pela plataforma Betway Insider, apontou-se que a audiência da Fórmula 1 cresceu mais de 58% apenas nos Estados Unidos, atingindo mais de 1 bilhão de espectadores. Outro dado da Nielsen mostra que mais de 360.000 pessoas que não assistiram às corridas do fim da última temporada, acompanharam as disputas neste ano depois de verem a série Drive To Survive.

"A F1 vem trabalhando com diversas ações no sentido de aproximar o fã. A Série Drive to Survive, da Netflix, por exemplo, tem proporcionado um enorme interesse dos fãs assíduos, bem como de diversos outros públicos que não tinham tanto interesse pela modalidade. Trazer os bastidores da F1 ao público foi genial, inclusive a formula tem sido copiada por outras modalidades como o tênis. O reflexo disso tem se dado com faturamento recorde, autódromos lotados e público cada vez mais engajado", acrescenta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

A Liberty Medida estima que mais de 800 milhões de usuários foram atingidos nos dois primeiros anos de lançamento da série, e que ela conquistou mais de 50 milhões de visualizações desde o lançamento da quarta temporada, em 2022.

“A Fórmula 1 vem evoluindo há décadas, desde a parte técnica, relacionada aos carros, até à parte comercial e de marketing. Eles fazem um trabalho muito bom que busca manter os antigos fãs da modalidade e angariar novos admiradores, seja por meio da melhora do produto, da criação de experiências ou de conteúdo. Todos esses aspectos valorizam o esporte, que passa a arrecadar cada vez mais e isso, consequentemente, gera uma premiação robusta para os pilotos e as equipes”, pontua Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira plataforma brasileira de crowdfunding esportivo.

"A Fórmula 1 conseguiu, nos últimos anos, entender duas questões importantes: a mudança cultural e os avanços tecnológicos. Ao realizar a série na Netflix, ampliar as corridas pelo mundo e, principalmente, focar na criação de conteúdo, conseguiu atingir um público jovem, que não acompanhava a modalidade com frequência. Nesse sentido, o maior legado da Fórmula 1 para o mercado esportivo é o entendimento das mudanças da sociedade, da forma e dos meios de consumir o produto", encerra Bernardo Caixeta, gerente de marketing e relações esportivas da Penalty.

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