Redação Exame
Publicado em 19 de agosto de 2024 às 18h37.
Um estudo do Itaú Unibanco S.A., divulgado nesta semana, aponta números das receitas do setor de apostas e jogos online a partir dos gastos com marketing. O relatório leva o nome de ‘Apostas on-line: estimativas de tamanho e impacto no consumo’ e foi produzido pelo Departamento de Pesquisa Macroeconômica do banco. De acordo com os dados, estima-se que gasto total do setor com marketing varie entre 5,8 e 8,8 bilhões de reais, sendo que R$ 3,5 bilhões envolvem patrocínios dentro futebol, sejam eles por meio dos clubes, competições e transmissões de televisão.
“A BETesporte está envolvida diretamente com a paixão do brasileiro, que é o futebol. Apoiamos diversos clubes, entre eles os principais do Centro-Oeste, como Goiás e Vila Nova, promovendo ações que mexem com suas enormes torcidas. Além dessa aproximação, oferecemos ótimas condições todos os dias em nossas plataformas e buscamos um jogo seguro e responsável”, comenta Kelvin Pereira, Diretor da BETesporte.
“A Reals está sempre seguindo as tendências e se aproximando daquilo que movimenta o dia a dia do público. Temos o orgulho de contar com o Rodrigo Faro em nosso time, estreitando ainda mais essa relação com a nossa audiência. O apoio ao Coritiba e ao Amazonas também crava a bandeira da companhia no futebol brasileiro, com parcerias que já são um sucesso. Todos os dias também temos promoções em nossas redes sociais, além de ações e campanhas que interagem com todos os usuários”, destaca Rafael Borges, Country Manager da Reals.
O relatório diz que outro método para estimar os gastos com jogos online "é a partir das despesas das empresas do setor com marketing. Se identificarmos o quanto essas empresas gastam com marketing, e que fração esses gastos representam das suas receitas totais, podemos chegar a uma estimativa da receita total do setor."
Com base em exemplos internacionais, as empresas que operam no Brasil gastam entre 45% e 75% de suas receitas em marketing. Foram consultados outros demonstrativos financeiros de empresas internacionais de capital aberto durante o período entre 2021 e o primeiro trimestre de 2024.
“O que nos motiva a investir no esporte é o poder de alcance, de comunicação e de frequência que ele nos traz, principalmente o futebol. É algo que não reverbera apenas nos 90 minutos de jogo, mas que extrapola as quatro linhas e nos permite participar de momentos históricos, decisivos e emocionantes com a nossa marca. Isso é entretenimento. Estar junto a uma plataforma como o esporte, principalmente o futebol, também é fundamental para posicionamento da nossa marca do ponto de vista de lembrança e de reputação. Procuramos sempre firmar acordos com clubes que possuem um processo de governança muito claro, avaliamos o processo de gestão. Sabemos que isso não é uma certeza de resultado positivo em termos de títulos, mas pelo menos é um ponto que pode garantir certa perenidade em relação à alta performance”, aponta Leandro Figueiredo, head de patrocínios da EstrelaBet, empresa que patrocina clubes como Internacional, Criciúma, América-MG, Ponte Preta, Botafogo-SP e CRB.
No Reino Unido, por exemplo, mercado mais antigo neste segmento, com regulamentação das apostas em 2005, o gasto com marketing tem se situado em torno de 20% da receita bruta. Nos Estados Unidos, onde o mercado de apostas ainda está em fase de expansão (desde 2018 já foi regulamentado pela maioria dos estados), as empresas ainda gastam mais com marketing, próximo a 30% de suas receitas.
Já o mercado brasileiro é ainda mais recente do que o norte-americano, pois a lei de regulamentação nacional foi aprovada apenas em dezembro de 2023. No entanto, o estudo acreduta que uma boa aproximação é de que as empresas instaladas no Brasil gastem o que as norte-americanas gastavam alguns anos atrás – em 2021, por exemplo, quando os gastos em marketing nos EUA variavam de 48% a 75% das receitas.
Outro fato apontado pelo estudo é que as receitas do setor ficaram entre 8 e 20 bilhões de reais, com valor mediano de 12 bilhões. "A incerteza decorre do grau limitado de transparência que caracteriza, até o momento, o setor", diz.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, o brasileiro está gastando cada vez mais com bets. Foram quase R$ 24 bilhões líquidos gastos com bets nos últimos 12 meses, com dados até junho de 2024. Esses dados representam 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Já a entrada líquida para quem ganha algum tipo de aposta, alias, foi estimada em R$ 200 milhões.
Ainda segundo o relatório, não foi encontrado nenhum impacto relevante do crescimento das apostas sobre o desempenho do setor varejista. Ou seja, as compras pelos bens de consumo seguem os mesmos parâmetros de outros anos, apesar de o gasto com jogos online e apostas esportivas terem aumentado consideravelmente.
Para Darwin Filho, CEO do Esportes da Sorte, a robustez do mercado de apostas esportivas e jogos online é fato inequívoco em todo o mundo. "A indústria legalizada e regulamentada, como é em 19 das 20 maiores economias do mundo, incluindo o Brasil, faz que essa realidade gere empregos formais e tributos, e contribua para o ciclo econômico positivo com todo investimento realizado em marketing, mídia e na indústria terciária de serviços. A recente normatização brasileira traz segurança jurídica e financeira para os operadores dispostos a investir e criar novos postos de emprego no país", aponta.
Outro fato apontado pelo estudo é que as receitas do setor ficaram entre 8 e 20 bilhões de reais, com valor mediano de 12 bilhões. "A incerteza decorre do grau limitado de transparência que caracteriza, até o momento, o setor", diz o estudo.
"O Brasil representa, hoje, 25% de todo o tráfego global de apostas esportivas. É um mercado ainda recente no Brasil, mas já apresenta dados tão significativos como esses apresentados no estudo. A acredito que a tendência é de aumentar cada vez mais, pois regulamentação é o reflexo da importância das apostas, representando um cenário relevante na economia do país", explica João Fraga, CEO da Paag, techfin que possibilita desde o facilitamento das operações do dia-a-dia até o oferecimento de suporte, para que as operadoras do segmento se adequem às novas diretrizes regulatórias estabelecidas no país, autorizada pelo Banco Central (BC).
"A regulamentação chega para auxiliar e trazer segurança, em um cenário onde as empresas não respondiam a nenhuma lei brasileira, hoje terão duras penalidades caso não cumpram com os requisitos exigidos. A partir disso, esperamos um mercado competitivo, com regras claras e seguro, incluindo diretrizes para práticas como prevenção à lavagem de dinheiro. Principalmente para o usuário, o jogo responsável deve ser um tema muito discutido nos próximos anos assim como a prevenção a ludopatia (vício em jogos), transformando um mercado cinza e mal visto em algo que sempre deveria ter sido: entretenimento", acrescenta Fraga.