Esporte

Fundação processa Fifa por violar direitos trabalhistas de 100 mil jogadores na Europa

Decisão histórica do Tribunal de Justiça da União Europeia impulsiona processo da Players' Justice Foundation por reparações trabalhistas em larga escala

Ação coletiva contra a Fifa: fundação representa jogadores prejudicados por regras consideradas ilegais pela Justiça da União Europeia (Luke Hales / AFP)

Ação coletiva contra a Fifa: fundação representa jogadores prejudicados por regras consideradas ilegais pela Justiça da União Europeia (Luke Hales / AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 4 de agosto de 2025 às 08h22.

A Players' Justice Foundation (JfP) entrou com uma ação coletiva contra a Fifa, acusando a entidade máxima do futebol de impor regras que ferem princípios fundamentais do direito europeu. De acordo com o jornal espanhol As, a iniciativa surge como desdobramento do caso Lassana Diarra, no qual o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) reconheceu que os regulamentos da entidade violavam a legislação de concorrência e o direito à livre circulação de trabalhadores.

Caso Diarra e decisão da Justiça Europeia

O caso teve origem na tentativa frustrada de Diarra de rescindir unilateralmente seu contrato com o Lokomotiv Moscou para assinar com o clube belga Charleroi. Segundo o TJUE, a Fifa impôs obstáculos excessivos ao impedir a rescisão sem "justa causa", o que configura uma grave infração à legislação da União Europeia.

Na decisão, os juízes destacaram que as regras da Fifa "tornam extremamente difícil para um jogador rescindir seu contrato de trabalho sem justa causa" e ferem diretamente os princípios de livre circulação de trabalhadores e concorrência leal — pilares da legislação europeia.

Ação coletiva e impacto sobre jogadores desde 2002

Com o precedente estabelecido, a JfP decidiu ampliar a contestação e anunciou que representará todos os jogadores profissionais que atuaram em clubes da União Europeia e do Reino Unido e que foram prejudicados pelas normas da Fifa desde 2002. A ação será movida no Tribunal Distrital de Midden-Nederland.

Estima-se que cerca de 100 mil atletas possam ter sido afetados financeiramente pelas regras vigentes nas últimas duas décadas. A JfP argumenta que a decisão do TJUE abre caminho para reparações coletivas em larga escala.

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