Redação Exame
Publicado em 8 de novembro de 2024 às 15h29.
Com a confirmação da entrada de Gabriel Bortoleto, 20, na Fórmula 1 em 2025, pela Sauber, a elite do automobilismo terá um recorde de pilotos novatos no grid. Além do brasileiro, outros três jovens já confirmaram vaga e uma quinta posição ainda pode ser aberta dependendo dos resultados do final desta temporada.
A renovação começou com a contratação do inglês Oliver Bearman, de apenas 19 anos, para a equipe americana Haas. Em seguida, os franceses da Alpine anunciaram que Jack Doohan, 21, piloto da própria academia, iria ocupar o assento de Esteban Ocon em 2025. Por fim - antes de Bortoleto - a alemã Mercedes comunicou que Andrea Kimi Antonelli, 18, será o substituto de Lewis Hamilton, que rumará para a Ferrari.
"A chegada de pilotos estreantes à Fórmula 1 desencadeia uma vasta gama de oportunidades comerciais. Cada novo talento traz consigo uma narrativa única, pronta para ser capitalizada pelas marcas. Esses novatos não apenas têm o potencial de atrair patrocinadores inéditos, mas também de gerar conteúdo exclusivo e amplificar o valor midiático do esporte. No contexto global da F1, a diversificação do grid traduz-se em expansão de mercados, multiplicação de parcerias e, consequentemente, amplia o horizonte de crescimento para todo o ecossistema da categoria", aponta Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co que atua nas áreas de Estratégia, Branding, Marketing e Desenvolvimento de Negócios.
Além dos quatro já confirmados, outros dois pilotos ainda brigam por vaga e tem condições de convencer as equipes, dado que estão recebendo tempo de pista depois de assumirem a posição durante a temporada. Liam Lawson, pela Racing Bulls, e Franco Colapinto, da Williams, são bem cotados para 2025, mas ainda não fecharam contratos.
"Quanto mais novatos entrarem na Fórmula 1, melhor. Cada novo piloto não apenas traz singularidade e talento, mas também cria novas oportunidades de engajamento com diferentes públicos e mercados. A competição se torna mais emocionante e, com isso, as marcas têm mais chances de explorar novos nichos, aumentar a visibilidade, intensificar a conexão entre a comunidade de fãs e criar parcerias estratégicas que beneficiem a categoria como um todo", explica Renê Salviano, CEO da agência Heatmap e especialista em marketing esportivo.
A última vez em que a Fórmula 1 viu tantos novatos entrando no grid foi em 2023, quando Oscar Piastri, Logan Sargeant e Nyck de Vries ganharam chances de pilotar na categoria mais alta das corridas. A quantidade de ‘rookies’ foi a mesma de 2019 - outro ano de destaque -, quando Lando Norris, Alex Albon e George Russell receberam oportunidades.
"A renovação de talentos na Fórmula 1 é fundamental para manter o campeonato dinâmico e cheio de potencial. A volta de um piloto brasileiro à categoria reacende a paixão do público no Brasil, assim como a possibilidade de ter novamente um representante da Argentina competindo em 2025 anima o público argentino. Isso se traduz em mais audiência e, naturalmente, mais oportunidades para as marcas, aumentando a visibilidade global do esporte e impactando diretamente as receitas, seja por meio de patrocínios, merchandising ou transmissões", detalha Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport, agência de experiências esportivas, que disponibilizou pacotes de viagem para o GP de São Paulo, no Brasil.
A chegada da nova geração à F1 era um pedido recorrente dos torcedores, ainda mais após um início de temporada em que nenhum novato adentrou o grid. Apesar do começo idêntico ao de 2023, esta temporada apresentou grandes mudanças entre substituição de pilotos no meio do ano e trocas inesperadas de equipe para 2025.