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Fórmula 1: entenda como a alta competitividade na atual temporada pode ajudar a categoria

Especialistas apontam que o equilíbrio nas corridas pode ser atrativo para a audiência e interesse pelo esporte

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 29 de julho de 2024 às 17h15.

Última atualização em 29 de julho de 2024 às 17h29.

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A atual temporada da Fórmula 1 teve sua 14ª etapa neste final de semana com um cenário mais equilibrado em comparação aos dois últimos anos. Em 2022 e 2023, Max Verstappen, piloto da Red Bull Racing, dominou a competição com folga e conquistou o título sem muitas dificuldades. Contudo, nesta edição do campeonato, o panorama mudou, e, até o momento, sete pilotos já alcançaram o topo do pódio.

Para efeito de comparação, nas duas temporadas anteriores, a categoria não teve mais de cinco vencedores distintos ao longo de todo o campeonato. Não é de hoje que a divisão de holofotes no esporte causa um maior interesse dos fãs. Em 2021, por exemplo, a Fórmula 1 experimentou um grande crescimento após as disputas entre Hamilton e Verstappen.

Junto a isso, a série Drive to Survive manteve o público curioso com os confrontos que aconteciam dentro e fora das pistas. Segundo Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, a competitividade somada à produção da série trouxe um ambiente favorável para a categoria e, caso esse cenário seja bem administrado, pode ajudar novamente a modalidade neste ano.

“Produções, como a série da Netflix Drive to Survive, têm demonstrado grande importância para expandir a base de fãs da Fórmula 1, gerando um aumento significativo de mais de 58% na audiência após seu lançamento. Além disso, a evolução da competitividade entre os pilotos e as equipes não só intensifica o interesse dos espectadores mas também promove uma ampla visibilidade da categoria, contribuindo assim para o crescimento contínuo do esporte”, aponta Fábio.

Porém, em 2022 e 2023, a situação mudou, e a hegemonia de uma única equipe, a Red Bull Racing, prejudicou o sucesso do passado recente do esporte automotor. De acordo com um relatório da Buzz Radar, essa falta de equilíbrio após 2021, trouxe danos diretos à audiência da Fórmula 1, que experimentava até o começo do ano seguinte um boom da rivalidade entre Lewis e Max.

Segundo os dados levantados, as menções à F1 nas redes sociais caíram 70,2% nos primeiros cinco meses de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, com os novos seguidores caindo 46,29% e o alcance social caindo 64,10%.

De acordo com Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, a categoria pode aproveitar o bom momento de competitividade entre os pilotos e gerar um ambiente propício para o engajamento de fãs e conexão com o público.

“O aumento da competitividade entre os pilotos na Fórmula 1 não apenas intensifica o interesse dos espectadores mas também cria um ambiente propício para maior engajamento dos fãs e conexão emocional com o público. Essa dinâmica fortalece a base de admiradores do esporte e abre portas para retornos significativos e positivos para a categoria”, afirma Renê

“Apesar da dominância dos últimos anos, a procura pelos nossos pacotes para o GP de São Paulo seguiu em alta. Quando iniciamos nossas vendas para este ano, tudo indicava que a hegemonia de Verstappen continuaria, e mesmo assim tivemos vendas esgotadas em todos os setores. Agora, com a volta da competitividade, o interesse do público deve crescer mais ainda para o próximo ano”, detalha Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport, agência de experiências esportivas, que disponibiliza pacotes de viagem para o GP de São Paulo, no Brasil.

O surgimento de novos desafiantes

Mesmo na liderança do campeonato, Verstappen não tem estado tão confortável com sua atual posição. Pilotos como Lando Norris, da McLaren, Charles Leclerc, da Ferrari, e Lewis Hamilton, da Mercedes, estão em boa fase e têm desafiado o holandês em grande parte das provas. A diferença entre Max e os outros competidores diminuiu significativamente este ano. Em 2023, com o mesmo número de corridas, Verstappen tinha uma vantagem de 128 pontos no campeonato de pilotos para o segundo colocado, enquanto na atual temporada a vantagem é de 76 pontos.

Além dos desafios com outros pilotos e equipes, Verstappen enfrentou dificuldades internas na Red Bull Racing. No Grande Prêmio da Hungria, por exemplo, o piloto teve problemas com a estratégia adotada pela equipe ao longo da corrida, o que gerou uma discussão no rádio com o engenheiro Gianpiero Lambiase.

Após a polêmica envolvendo as discussões do piloto com a sua equipe, Helmut Marko, conselheiro da RBR, disse ao “Speed Week” que o hábito de Verstappen de jogar até tarde estaria prejudicando seu desempenho. Marko ainda disse que a situação seria analisada e que Max não pilotaria em simuladores até tarde novamente. A situação não agradou o atleta, que veio a público falar que não existe tal ordem.

Para complicar ainda mais a situação de Verstappen diante do equilíbrio que a categoria tem apresentado, o atleta recebeu uma punição de dez posições no grid no Grande Prêmio da Bélgica, depois de exceder o limite de trocas de motores em 2024. O piloto até chegou a fazer a volta mais rápida na classificatória, porém não foi o suficiente, já que Max largou na décima primeira posição. Com as dificuldades enfrentadas, o holandês viu o seu maior rival, Lewis Hamilton, vencer a prova.

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