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Experiência com público na Copa América pode servir de teste para a FIFA, alertam especialistas

Alto poder aquisitivo de europeus e asiáticos, e capacidade de organização dos americanos são alguns dos pontos citados

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 14 de julho de 2024 às 16h57.

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Os assentos vazios em algumas partidas da fase de classificação da Copa América renderam algumas críticas da opinião pública, em especial nos confrontos de seleções consideradas menos expressivas que Brasil e Argentina, que levaram multidões aos seus jogos.

Um exemplo disso ficou por conta dos Estados Unidos, sede principal da próxima Copa do Mundo de 2026, ao lado de México e Canadá. No duelo de abertura contra a Bolívia, no AT&T Stadium, o estádio teve pouco mais de 50% de ocupação, com 48 mil presentes dos 80 mil disponíveis.

No confronto seguinte, diante do Panamá, 59.145 torcedores foram ao Mercedes-Benz Stadium, com capacidade para 71 mil. Já na última rodada da 1a Fase, quando acabou eliminado pelo Uruguai e teoricamente um confronto mais expressivo, valendo classificação, a taxa de ocupação foi quase de totalidade no Arrowhead Stadium, com capacidade para 76 mil torcedores.

De acordo com especialistas, no entanto, os números podem ser considerados aceitáveis e dentro dos padrões latinos, mesmo com a taxa de ocupação total da competição ser em torno de 60%, de acordo com números do Transfermarkt.

“Os números de comparecimento certamente teriam sido mais expressivos se a seleção dos EUA não tivesse sido eliminada logo no início. Mas, para quem pagou entrada, o torneio foi um enorme sucesso. O torcedor aprecia cada vez mais as experiências e os benefícios além do ingresso, e os EUA fazem essa entrega melhor do que ninguém. Nesse sentido, a Copa do Mundo de 2026 pinta como a mais espetacular de todas", analisa Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência oficial da Conmebol para pacotes de viagem às finais da Copa Libertadores e da Copa Sudamericana, além da própria Copa América 2024.

"Só entre imigrantes e filhos desses interesse pelo futebol nos Estados Unidos é similar ao nosso, e não acredito que alguém esperava um número relevante de norte-americanos de outros grupos nos jogos. Esse é o primeiro fator contrário a ocupacao máxima de enormes estádios", pontua Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.

Os confrontos das semifinais disputadas nesta semana, por exemplo, foram um sucesso. Argentina e Canadá levaram 80 mil pessoas ao Metlife Stadium, cuja capacidade é de 82,5 mil pessoas. Já Colômbia e Uruguai recebeu mais de 70 mil torcedores no Bank of America Stadium, com capacidade para 75 mil pessoas. A decisão entre argentinos e uruguaios, que acontece no próximo domingo, 14, vai ser disputada no Hard Rock Stadium, com capacidade para 65.326. Os bilhetes estão praticamente esgotados.

Até o início da competição, a Conmebol anunciou ter vendido mais de 1 milhão de ingressos para os jogos da Copa América, e a previsão é que chegue a 1,5 milhão até a final, números considerados expressivos.

A média dos preços dos ingressos na competição foi de US$ 200 (R$ 1.078 na cotação atual). Nos jogos semifinais, variaram entre US$ 249 (R$ 1.363, na cotação atual) e o mais caro, US$ 1.006 (R$ 5.509)

De acordo com Thiago Freitas, COO da Roc Nation, o preço não foi um problema. "Para os que vivem no país, todos os jogos tinham ingressos equivalentes a um dia ou dois de trabalho, mesmo para quem recebe o menor salário. Se alguns estádios não são cobertos, e o calor neles gera enorme desconforto, vários deles são mais confortáveis do que nossos shopping centers, por exemplo", aponta o executivo, que acrescenta um fator imnportante a esse debate, considerando que a Copa do Mundo de 2026 tende a ser um sucesso.

"Os Estados Unidos não lotarem suas partidas pode ser motivo de preocupação por serem os anfitriões. Pensando neles, diria que vale trabalharem aproximação com a torcida e confiança, tanto pelo apoio esportivo como pelo sucesso comercial. Mas a Copa do Mundo do Catar teve mais de 96% dos lugares vendidos mesmo com os ingressos mais caros da história, e várias nacionalidades gastaram pequenas fortunas em bilhetes, hospedagem e passagem aérea. A verdade é que ver seleções dos quatro cantos do planeta e craques globais têm mais peso. Além disso, a média de público da Copa América não deve ficar muito atrás da Eurocopa (47.000 x 50.000, aproximadamente). Com tudo isso, acho que a preocupação em trabalhar a venda de ingressos é sempre válida mas a procupação é exagerada.", acrescenta Alexandre Mota, Diretor de Criação da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

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