Esporte

Estreia oficial da Arena MRV consolida novas tecnologias e espaços de entretenimento

Especialistas explicam como espaço pode ajudar o clube a alavancar receitas com shows, sócio-torcedor e eventos fora do esporte

O estádio receberá não só todos os compromissos do Atlético-MG em competições nacionais e internacionais, mas também shows e atrações culturais (Atlético/Divulgação)

O estádio receberá não só todos os compromissos do Atlético-MG em competições nacionais e internacionais, mas também shows e atrações culturais (Atlético/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 28 de agosto de 2023 às 16h26.

A vitória do Atlético-MG por 2 a 0 diante do Santos, no último domingo, 27, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, foi de festa para clube e torcida atleticanos. Além de chegar aos 30 pontos na competição, o Galo celebrou a inauguração em jogos oficiais da nova casa, a Arena MRV, que conta com tecnologia de ponta em diversas frentes e consolida a presença de arenas multiusos no futebol brasileiro.

O estádio receberá não só todos os compromissos do Atlético-MG em competições nacionais e internacionais, mas também shows e atrações culturais - há datas confirmadas para 6 e 9 de setembro e 3 de novembro, esta com apresentação de Paul McCartney.

Reconhecimento facial

Uma das facilidades adotadas na Arena MRV é o reconhecimento facial para entrada no estádio. A adoção da tecnologia, presente em outros estádios do país, casos do Allianz Parque e da Arena da Baixada, é fruto de uma parceria com a Imply, empresa líder em acessos, ticketing e autoatendimento em arenas.

“Queremos oferecer facilidade, segurança e conforto ao torcedor atleticano no momento de acesso ao estádio. O controle de acessos e outros recursos inovadores desenvolvidos pela Imply vão facilitar a gestão de sócios e torcedores, além de tornar a Arena MRV o estádio mais tecnológico da América Latina. Nosso objetivo é ajudar a proporcionar experiências únicas, cada vez mais fundamentais para os principais palcos do futebol brasileiro”, afirma Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply.

Segurança e praticidade

O exemplo se expande para outros clubes do país. O Goiás se tornou um dos pioneiros na implementação deste sistema ao ter o primeiro estádio do país neste modelo. A nova ferramenta tem como objetivo fornecer maior segurança nas dependências do Hailé Pinheiro, fazendo com que 100% de torcedores e sócios entrem no local de maneira rápida e eficiente, evitando filas, além de inibir a comercialização ilegal de ingressos por cambistas. A Serrinha também conta com vigilância por câmeras de superzoom, que aumentam a fiscalização e podem identificar qualquer torcedor presente nas dependências do estádio.

“Damos grande importância ao conforto e à segurança de nossos torcedores e visitantes. O Goiás optou por investir de forma pioneira na tecnologia de reconhecimento facial sabendo da sua natureza inovadora. O nosso comprometimento é justamente para atrair mais espectadores e facilitar a entrada nos nossos jogos. Isso garante que os torcedores se sintam à vontade e protegidos ao frequentar nossas instalações esportivas. Nosso foco é impulsionar a modernização do futebol brasileiro, especialmente em termos de segurança. Os clubes devem perceber este momento como uma chance de inovar e se dedicarem ao avanço desse processo", afirma Paulo Rogério Pinheiro, presidente do Goiás.

Sistemas inteligentes

A facilidade da tecnologia não se restringe somente aos acessos nas arenas do país. De acordo com Cristiano Maschio, CEO da Qesh, empresa especializada em gerenciamento de pagamentos, o desenvolvimento de sistemas inteligentes, por exemplo, é benéfico para equipes e estádios. "O clube precisa criar um ecossistema para manter o cliente sempre com ele, entendendo quem é esse cliente, as demandas e as necessidades dele. No final, o lucro não é apenas com o pagamento, ele acaba lucrando com outro produtos, como com informação e inteligência", afirma.

"Os clubes podiam ser os próprios detentores das carteiras digitais. Quando um clube tem um patrocinador, um banco, por exemplo, esse banco fica um tempo com o clube ou na própria arena e cria uma carteira de clientes muito interessante. Mas quando esse patrocínio termina, ele leva embora todo mundo. Se os próprios times tivessem as próprias carteiras, eles poderiam ter acordo com alguns bancos, mas caso no futuro a parceria termine, o cliente continua fidelizado à arena", completa Cristiano.

Além da praticidade tecnológica, estádios e arenas do futebol brasileiro possuem recursos que oferecem ao público ir além de só assistir ao jogo, mas também frequentar espaços de alta gastronomia, assim como diversão e conforto. Em São Paulo, a Soccer Hospitality, empresa responsável pela gestão de camarotes em estádios, conta com ambientes temáticos nos estádios dos quatro clubes grandes do estado, casos do Fielzone (Neo Química Arena), Camarote dos Ídolos (Morumbi), Fanzone (Allianz Parque) e Boteco Santista (Vila Belmiro).

“Os serviços oferecidos através dos camarotes colaboram para criar uma nova forma de gerar receitas aos clubes. A experiência proporcionada aos torcedores, com alimentação à vontade, atrações musicais e contato com ex-atletas e ídolos das equipes, é um dos principais diferenciais, mostra que há oportunidades para se conectar à torcida e aos visitantes”, afirma Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality.

Futuro do futebol

Para Renê Salviano, CEO da Heatmap, agência especializada em marketing esportivo, este caminho é o futuro para os estádios do futebol brasileiro. Uma arena de entretenimento possui centenas de possibilidades de monetização, além do futebol. Eu acredito muito na profissionalização das equipes que fazem as gestões das arenas, em um mundo cada vez mais digitalizado, ter um espaço físico que caiba experiências de todos os tamanhos fazem toda a diferença.

A preocupação em transformar estádios em espaços multiusos atingiu clubes de diferentes escalões. Um dos principais exemplos é o Botafogo S/A, agremiação de Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo, que possui a Arena Nicnet Eurobike, local modernizado e revitalizado do Estádio Santa Cruz. Com 15 mil lugares e apta a receber camarotes, estalebecimentos comerciais e apresentações musicais, o projeto começou a ser idealizado com a nova gestão do futebol botafoguense, que passou a ser administrado em 40% em 2018 pela Trexx Holding, empresa comandada pelo gestor Adalberto Baptista.

“Nosso foco sempre foi criar um ambiente de lazer e conforto para o torcedor, melhorando a infraestrutura do estádio desde o início da nossa gestão. Ao atrair receitas, negócios e novos investimentos, o local se tornou um espaço moderno e procurado para sediar diversos espetáculos, que muitas vezes ficam restritos à capital paulista. Além disso, conseguimos utilizar recursos para o futebol profissional, cujo objetivo é elevar o clube para a elite nacional”, afirma Adalberto.

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