Paulistão 2024: Nos últimos anos, além do protagonismo dos quatro grandes clubes paulistas, sempre apontados como favoritos ao título, outros times também têm surpreendido (Getty Images/Divulgação)
Repórter da Home e Esportes
Publicado em 20 de janeiro de 2024 às 14h23.
Nesta semana, o técnico Tite, do Flamengo, afirmou que atualmente o Campeonato Carioca é o mais forte do Brasil. Na visão do ex-treinador da Seleção Brasileira, a competição supera o Campeonato Paulista em termos de dificuldade. Apesar desta declaração, o Paulistão, que terá início neste sábado, tem consolidado a imagem de principal torneio estadual do país.
A competitividade é um fator importante a ser levado em consideração, uma vez que dos 16 clubes participantes, 11 deles integram as principais ligas nacionais do país: Séries A e B. Esta é apenas uma característica que o diferencia dos outros campeonatos regionais.
Nos últimos anos, além do protagonismo dos quatro grandes clubes paulistas, sempre apontados como favoritos ao título, outros times também têm surpreendido. No ano passado, por exemplo, o Água Santa alcançou um feito inédito ao chegar à final e ficar com o vice-campeonato. Este feito proporcionou visibilidade aos jogadores, bem como para o ex-treinador Thiago Carpini, que iniciará a competição em 2024 comandando o São Paulo.
Nesta temporada, outros clubes do interior buscam replicar o desempenho da equipe de Diadema. Entre eles, está o Botafogo-SP, que alcançou as fases decisivas em 2023 e espera atingir novamente o mata-mata.
"O Campeonato Paulista representa um grande desafio por seu formato breve e a presença de diversas equipes na elite do futebol nacional. Estamos cientes de que manter-se nesse cenário exige uma gestão eficiente e a construção de um time competitivo. Com as receitas que consolidamos nos últimos anos, incluindo a programação de eventos na Arena Nicnet, conseguimos ampliar nossos investimentos no futebol. Isso nos capacitará a buscar mais uma classificação ao mata-mata, como também uma vaga na Série A, que é o objetivo principal do clube para esta temporada", afirma Adalberto Baptista, presidente do Conselho de Administração da Botafogo Futebol SA.
Já o Guarani, que em 2023 brigou pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro até a última rodada, também vislumbra alcançar uma boa campanha no Paulistão.
"Claro que o acesso à Série A permanece como nosso objetivo principal para 2024, mas sabemos da importância e da dificuldade que é disputar o Campeonato Paulista. Estamos em um grupo difícil, por isso o nosso trabalho para melhorar o time dentro e fora de campo continua muito forte. Reunimos muitos esforços neste início de ano para montar uma equipe competitiva e estamos muito confiantes", destaca André Marconatto, presidente do Guarani.
Além da competição em campo, os direitos de transmissão para este ano estabelecem um novo recorde em comparação aos outros estados. Os principais clubes paulistas, incluindo Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos, estão programados para receber uma receita de R$40 milhões cada em 2024, provenientes principalmente de verbas televisivas e divisões com o marketing do campeonato.
Já os clubes de menor porte receberão aproximadamente R$8 milhões, com exceção do Red Bull Bragantino, que ganhará um pouco mais que isso, porém, abaixo do quarteto. O total ainda pode aumentar, se for considerada a receita de bilheteria.
Esses valores significam um aumento de mais de 20% em relação ao ano anterior e mostra não apenas a força do Paulistão em comparação com outros estaduais, mas também em relação a competições internacionais. Para exemplificar, o montante da atual temporada, de R$ 40 milhões, atinge a premiação equivalente à obtida pelo Palmeiras ao alcançar as semifinais da Libertadores no ano passado.
"As quantias expressivas nos direitos de transmissão do Campeonato Paulista são resultado da potência dos clubes participantes, do tamanho de suas torcidas e do atual momento de cada instituição. Isso mostra que o campeonato está forte no cenário esportivo, e também porque a gestão tem sido bem feita nos últimos anos. A representatividade e a profissionalização têm impacto direto nos resultados financeiros do torneio" ressalta Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da Heatmap.
O Paulistão deste ano também já conquistou, ao todo, o patrocínio de 13 empresas. Entre eles, destacam-se nomes como Assaí, Betano, Claro, Clear, Corfio, Cruzeiro do Sul, Esportes da Sorte, Novibet, Paybrokers, Pixbet, Sicredi, Sportingbet e Swift. O número estabeleceu outro recorde do campeonato em comparação aos outros torneios regionais.
Além disso, o apoio possibilitará a realização de ações presenciais com o público, como o totem da Claro e a barbearia da Clear, e incluirá inovações virtuais, como placas de LED reativas, seguindo a tendência observada na La Liga.
"Quando uma marca fecha patrocínio em um campeonato, ela precisa ir além da visibilidade em placas, bancos de reservas, uniformes, entre outros espaços. É crucial investir em ações que aproximem os fãs, entendendo seus gostos e escolhendo os momentos certos para interagir. Hoje em dia, usar plataformas digitais e experiências imersivas os possibilitam de criar uma conexão mais humana com os torcedores", pontua Fábio Wolff, especialista em negócios esportivos e CEO da Wolff Sports.
Tradicional marca brasileira fundada em 1970, a Penalty também é parceira da FPF. A empresa é responsável pela bola da competição, a S11 Ecoknit, considerada a mais sustentável do planeta e que conta com selo FIFA Quality PRO. Para 2024, a empresa lançou um novo modelo, nas cores vermelha e branca, com um design inédito, composto por ilustrações em 2D. Outra novidade para esta temporada é que a bola tem estampada a logo da reciclagem, já que, para cada unidade produzida, são reaproveitadas 4,5 garrafas pet.
“A S11 Ecoknit está remodelada, mas mantendo o mesmo padrão de qualidade que vem sendo elogiado por clubes e atletas nos últimos anos. Ficamos felizes por ser, em mais uma temporada, a bola oficial de uma campeonato tão tradicional como o Paulistão”, afirma Bruno Martins, coordenador de marketing da Penalty, que também terá sua logo exposta em placas de publicidade durante a competição.
Em relação à audiência, o Campeonato Paulista ficou em segundo lugar no ano passado, com um número um pouco abaixo ao do Carioca. O torneio liderou o ranking até os jogos finais, atraindo uma média de 12,5 mil torcedores por jogo em 108 partidas. Porém, em termos de ocupação dos estádios, o Paulistão superou o Carioca, registrando uma taxa de 48%, em comparação com os 38% do Rio de Janeiro.
"O futebol brasileiro vem se fortalecendo a cada ano e o paulista ganha destaque neste cenário. A chegada de novos patrocinadores aumenta a receita dos clubes, que passam a contratar atletas mais qualificados, elevando a competitividade do torneio. Tudo isso anima a torcida, que se motiva a apoiar a equipe, indo ao estádio e aderindo ao programa de sócio-torcedor. Nesse contexto, cabe ao clube pensar em estratégias, junto aos seus parceiros, para gerar experiências que cativem o torcedor, criando uma conexão que vai além dos resultados de campo" afirma Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores de vários clubes, como Cruzeiro, Vasco e Bahia.