Josko Gvardiol do Manchester City comemora após marcar o primeiro gol de seu time durante a partida da Premier League entre Manchester City FC e Manchester United FC no Etihad Stadium em 15 de dezembro de 2024 em Manchester, Inglaterra ( Alex Livesey - Danehouse /Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 21h00.
Um levantamento feito pelo jornal Financial Times indica que metade dos clubes da Premier League pretendem reformar seus estádios a médio e longo prazo, projetando um aumento das receitas. A estimativa é de 115 mil novos assentos pelos próximos 10 anos entre os dez times que avaliaram essas mudanças, casos de Aston Villa, Bournemouth, Crystal Palace, Everton, Fulham, Ipswich, Leicester, Manchester City, Manchester United e Nottingham Forest.
O texto cita que 14% da receita dos clubes londrinas na última temporada vieram dos dias de jogos, com uma arrecadação total de 867 milhões de libras, de acordo com dados da Deloitte Consultoria.
"O futebol inglês está sempre em melhorias, pensar nas estruturas dos estádios significa primeiramente se importar com a experiência do fã. Ouvir o cliente é algo recorrente, nunca acaba, as instituições desportivas devem sempre ouvir os torcedores para entender o que realmente é importante e deve ser priorizado em seus planos de negócios", pontua Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.
A principal referência entre os clubes interessados em reformar seus estádios vem do Tottenham, que investiu 1 bilhão de libras na reconstrução, com capacidade para 62 mil pessoas e teto retrátil. O estádio ainda conta com uma rede própria de microcervejaria e um market place, uma área no entorno da arena com mais de 60 restaurantes.
Uma dessas equipes que projetam uma reforma é o Manchester United. Ao final de 2023, a empresa de arquitetura responsável pela revisão do projeto recomendou a demolição do Old Trafford, e uma pesquisa entre os torcedores mostra que a maioria prefere construir uma nova casa. Além disso, o Everton deve ser o próximo após finalizar as obras previstas para 2025. O Chelsea, por outro lado, ainda está na fase de planejamento para criar um novo estádio.
"É encorajador observar a adoção de tecnologias avançadas em reformas de estádios, visando sempre o conforto dos torcedores e a qualidade do espetáculo. Ter uma infraestrutura capaz de receber grandes eventos além do futebol tem se tornado uma tendência essencial", explica Sergio Schildt, presidente da Recoma, empresa especializada em infraestrutura esportiva.
"A modernização das estruturas dos estádios, e temos acompanhado várias situações na Europa, possibilita oferecer acessibilidade, segurança e conforto para o público. Além disso, a infraestrutura adequada permite que os estádios recebam grandes eventos esportivos, atraindo turistas e fomentando a economia local. Com diversos estádios aderindo a novas tecnologias, o público é o maior beneficiado", afirma Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply.
Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, que possui X camarotes nas principais capitais do Brasil, afirma que a capacidade que as novas reformas em arenas possuem trazem a capacidade de novos tipos de faturamentos aos clubes.
"A implementação de novas propriedades e serviços, como espaços premium, estão se tornando uma tendência do futebol gloval, onde os clubes também estão conseguindo enxergar rentabilidade do negócio, já que podem virar sócios do produto", disse.
Uma das preocupações das novas arenas também tem sido a sustentabilidade. Cada vez mais estádios estão valorizando mecanismos que buscam a melhor utilização de recursos naturais, tanto na parte estrutural, quanto na reciclagem de material em dias de jogos. Ações como sistema de esgoto a vácuo, para diminuir o consumo de água, sistema de captação de águas pluviais e placas de energia solar são algumas das mais comuns.
“A integração dos valores ESG ao ambiente esportivo, especialmente no futebol, é importantíssima, pois não apenas amplia a conscientização da sociedade sobre questões ambientais, mas também destaca o potencial do esporte como um aliado fundamental na educação socioambiental, incentivando iniciativas positivas em prol do planeta”, destaca Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo, empresa idealizadora do Recicla Junto, projeto de reciclagem que atua no estádio Heriberto Hülse, do Criciúma.