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Dominada por estrangeiros em número recorde, NBA busca aumentar alcance na temporada 2024/25

Há seis anos sem um MVP norte-americano, Adam Silver quer globalizar de vez a marca e busca expansão fora do país; especialistas analisam o movimento da maior liga de basquete do planeta

Adam Silver, comissário da NBA (Roy Rochlin/Getty Images)

Adam Silver, comissário da NBA (Roy Rochlin/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 14h32.

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A NBA vive seu ápice comercial e tem ganhado cada vez mais destaque internacionalmente. Graças a isso, a liga quebrou pelo segundo ano consecutivo o número de jogadores nascidos fora dos Estados Unidos, com 126 atletas. De olho no mercado, o comissário Adam Silver, agora, visa globalizar ainda mais a marca.

Entre as décadas de 90 e início dos anos 2000, o ex-comissário David Stern entendeu que o futuro da associação dependia de não ficar apenas nos Estados Unidos, começando então um movimento de expandir a NBA para outros continentes. O processo, mantido por Adam Silver, colhe os frutos dessa estratégia, já que na última temporada a NBA foi exibida em 214 países diferentes e teve transmissões em mais de 50 línguas. Para essa temporada, a liga fechou acordos com transmissão com ESPN, Comcast e Amazon, totalizando um negócio de US$ 77 bilhões (R$ 438 bi) por 11 anos de direitos.

“Quando temos em quadra jogadores que representam boa parte do público daquele local, a conexão com os torcedores é amplificada, gerando resultados positivos para a relação entre liga, fãs e equipes. A participação cada vez maior de atletas europeus na NBA é um fator que potencializa a expansão da liga para o continente”, destaca Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, agência de marketing esportivo.

Como consequência do alcance global que a NBA consolidou nos últimos anos, a liga passou também a atrair cada vez mais jogadores do resto do mundo. Batendo recordes de presença de atletas internacionais quase todos os anos, o domínio dos estrangeiros tem ficado cada vez mais aparente. A liga não tem um MVP nascido nos Estados Unidos desde James Harden, em 2018, tendo também dois jogadores franceses sendo a primeira escolha dos dois últimos drafts.

“Nos últimos seis anos, os prêmios de MVP foram ganhos por jogadores estrangeiros, o que demonstra o quanto a competição se tornou global. Expandir a marca NBA é crucial para atrair novos públicos e investimentos, além de consolidar a crescente base de fãs ao redor do mundo, fortalecendo a presença da liga em mercados estratégicos”, analisa Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da agência Heatmap.

Desde Harden, o grego Giannis Antetokounmpo faturou o prêmio duas vezes, o sérvio Nikola Jokic em três oportunidades e o camaronês Joel Embiid também foi reconhecido como o melhor jogador do mundo.

A tendência é que o domínio internacional quanto ao destaque da temporada continue. De acordo com algumas das principais plataformas de apostas esportivas consultadas no país, como Odds&Scouts, Galerabet, Esportes da Sorte, Onabet, Reals, Casa de Apostas, Bet7k e BETesporte, o esloveno Luka Doncic, do Dallas Mavericks, é o favorito ao prêmio, seguido de Nikola Jokic, do Denver Nuggets, e do canadense Shai Gilgeous-Alexander, do Oklahoma City Thunder. Por outro lado, a EstrelaBet aponta que a hegemonia estrangeira vai terminar, sim, colocando o norte-americano Jayson Tatum, do atual campeão Boston Celtics, como o provável vencedor do troféu Michael Jordan.

Apesar de parte do público acreditar que seria de interesse da liga ter um representante americano como principal nome, as medidas desenvolvidas pelos dirigentes não evidenciam isso. A NBA tem investido cada vez mais em programas como o “Basketball Without Borders” e a “NBA Academy”, que produziram nos últimos anos 46 jogadores para a liga. Juntamente com o investimento e o crescimento desses programas, atletas e ex-atletas embaixadores têm iniciado movimentos para fomentar a prática do basquete em outros países, desenvolvendo assim talento para o futuro do esporte. Um exemplo disso é o de Luol Deng, que depois de 15 temporadas na liga, aposentou-se e assumiu a presidência da federação de basquete do Sudão do Sul. Em apenas quatro anos sob o comando de Deng, a seleção nacional conseguiu chegar a sua primeira disputa de olimpíadas.

Para completar a ideia de se estabelecer internacionalmente, a NBA agora investe em jogos fora dos Estados Unidos. Desde 2022, a liga tem feito partidas na Cidade do México e em Paris. E a ideia é expandir cada vez mais. Afastado do mercado chinês desde 2019 por conta de uma declaração polêmica de Daryl Morey, então gerente geral do Houston Rockets, Adam Silver revelou no início do mês as intenções da liga de voltar ao país nos próximos anos. Segundo ele, “o governo da China nos tirou do ar por um período. Nós aceitamos isso. Mantivemos nossos valores. Qualquer pessoa em nossa liga tem o direito de falar sobre questões políticas.” O comissário completou dizendo que “acho que traremos os jogos de volta para a China em algum momento.”

A NBA não só quer aumentar sua presença em terras estrangeiras, como visa fincar de vez a sua bandeira, com uma equipe além de suas fronteiras. Las Vegas e Seattle são as favoritas a receber uma nova franquia, mas a Cidade do México e Londres também estão sendo estudadas para uma possível expansão da liga.

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