Esporte

Djokovic conquista o ouro olímpico. Agora, pode dizer que é o melhor tenista de todos os tempos

Em jogo histórico, de altíssimo nível, o sérvio vence o espanhol Carlos Alcaraz e completa o chamado Golden Slam

Novak Djokovic nos Jogos de Paris: o título que faltava (Carl de Souza/AFP Photo)

Novak Djokovic nos Jogos de Paris: o título que faltava (Carl de Souza/AFP Photo)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 4 de agosto de 2024 às 12h03.

Última atualização em 4 de agosto de 2024 às 12h21.

Tudo sobreOlimpíadas 2024
Saiba mais

Foi uma final destinada a um recorde. Afinal, é disso que se trata uma Olimpíada, a superação de limites.

Se o espanhol Carlos Alcaraz vencesse a final de tênis dos Jogos de Paris, seria o mais jovem medalhista de ouro do tênis masculino, aos 21 anos e 91 dias.

Caso a vitória fosse do sérvio Novak Djokovic, ele se tornaria o mais velho campeão olímpico da modalidade, aos 37 anos e 74 dias.

Venceu o mais experiente, na tarde parisiense desde domingo, 4 de agosto.

Um jogo muito disputado

O jogo começou muito disputado, em altíssimo nível, com os dois atletas jogando de forma muito sólida, cada um no seu estilo - Alcaraz esperando a devolução no fim do recuo da quadra, Djokovic antecipando mais as respostas de saque. O sérvio estava mais tenso, reclamando mais, Alcaraz sereno como sempre, chegando em todas as bolas, com deixadas desconcertantes.

Alcaraz perdeu muitas chances de quebra no primeiro set, às vezes por preciosismo, em jogadas espetaculares, em que a bola parava na rede ou ia para fora. O preço foi a vitória de Djokovic no primeiro set, no tiebreak, em que sua extrema força mental foi decisiva.

Alcaraz voltou com energia mais baixa no segundo set, mais desconcentrado, cometendo mais erros não forçados. Djokovic também demonstrou nervosismo. Os dois sentiam o peso da importância da partida. Mas sempre um jogo de muita qualidade, com jogadas de efeito e muita correria dos dois lados.

No segundo set, mais um tiebreak, mais um set para Djokovic, que chorou ao final do último ponto.

Desempate entre Nadal e Djokovic

Foi o sétimo confronto entre os dois campões das duas gerações. Até o jogo desta manhã, em Paris, cada um tinha três vitórias. Na última partida entre ambos, na final de Wimbledon, Alcaraz venceu até com certa facilidade, em três sets.

No mais recente confronto entre eles na terra vermelha do saibro, porém, Djokovic venceu. Foi naquela mesma quadra em Paris, a central Philippe Chatrier, onde acontecem os principais jogos de Roland Garros, na semifinal de 2023.

Alcaraz e Djokovic chegaram em grande forma à final. As bolsas de aposta apontavam um pequeno favoritismo para o tenista espanhol. Em entrevista antes da partida, Djokovic também disse que Alcaraz chegava como principal candidato ao ouro olímpico.

O cyborg Djokovic

Djokovic apareceu como cyborg em memes nos últimos dias. Apenas dois meses atrás, ele passou por uma cirurgia no joelho e ficou fora de Roland Garros. Conseguiu se recuperar e chegar à final de Wimbledon e, agora, à final dos Jogos Olímpicos.

Esse era o grande título que faltava a Djokovic. Ele já é o maior vencedor da história do tênis masculino, com 24 Grand Slams. São dez Australian Open, sete Wimbledon, quatro US Open e três Roland Garros. Nadal tem 22 e Federer, 20.

Em número de títulos da ATP no geral, porém, ele tem 98. Fica à frente de Rafael Nadal, com 93 conquistas, mas atrás de Roger Federer, com 103 conquistas.

Djokovic tem sete títulos da ATP Finals, que reúne apenas os oito melhores do mundo. Federer tem seis. Nadal, nenhum. Djokovic também é quem tem mais conquistas de Masters 1000 - 40, ante 36 de Nadal e 28 de Federer.

Mesmo assim, sempre foi discutível se ele é ou não o maior tenista da história.

O ouro olímpico seria uma chancela final. Djokovic participou de cinco Jogos. Antes de Paris, chegou a três semifinais. Sua única medalha foi um bronze em Pequim, em 2008. Antes, havia perdido para Rafael Nadal. Em 2012, em Londres, foi derrotado por Andy Murray, e em Tóquio por Alexander Zverev.

Nadal tem o Golden Slam, que são os quatro torneios de Grand Slam e mais a Olimpíada. Djokovic agora também. Com o ouro olímpico, ganha argumentos para reinvidicar o título de melhor de todos os tempos.

O fenômeno Alcaraz

Na era aberta do tênis, o mais jovem campeão olímpico é o suíço Marc Rosset, que conquistou a medalha de ouro em 1992, em Barcelona, aos 21 anos e 275 dias.

Alcaraz vem de uma excelente fase. Nos meses anteriores, seu amigo e rival da mesma geração Jannik Sinner despontou com boas conquistas, como o Aberto da Austrália. Com uma amidalite, Sinner não disputou a Olimpíada de Paris.

Nos últimos dois meses, porém, o espanhol venceu Roland Garros e Wimbledon na sequência. Este ano acumula 38 vitórias e teve sete derrotas. Com a vitória, ficaria muito perto do Golden Slam do tênis. É o grande fenômeno atual da modalidade. Deverá ter ainda muitas oportunidades para ganhar uma Olimpíada.

Acompanhe tudo sobre:Carlos AlcarazOlimpíadas 2024Paris (França)Tênis (esporte)

Mais de Esporte

Leila Pereira é reeleita presidente do Palmeiras até 2027

Fórmula 1: Verstappen conquista 4° título consecutivo; Russell vence etapa

Jogos de hoje, domingo, 24 de novembro: onde assistir ao vivo e horários

Jogos de hoje, sábado, 23 de novembro: onde assistir ao vivo e horários