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Depois de Drake e Rolling Stones, Barcelona vai estampar Coldplay em clássico contra o Real Madrid

Homenagem faz parte de ativações em parceria com o Spotify

Chris Martin, vocalista do Coldplay (NDZ/Star Max/Getty Images)

Chris Martin, vocalista do Coldplay (NDZ/Star Max/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 19 de outubro de 2024 às 14h00.

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O Barcelona vai fazer mais uma homenagem a uma banda musical e estampar o nome da banda britânica Coldplay na camisa, durante o jogo contra o Real Madrid, que acontece no próximo dia 26, no estádio Santiago Bernabéu.

Essas ativações já vem se tornando corriqueiras na vida do clube catalão, desde o início da parceira com a plataforma musical de streaming Spotify, na temporada 2022/23, que é quem viabiliza o projeto.

Além do Coldplay, já receberam homenagens no uniforme Drake, Rosalía, Karol G e Rolling Stones. O logotipo será estampado logo abaixo do escudo, e as camisas serão colocadas à venda a partir da próxima semana. O Coldplay tem uma identificação antiga com o Barcelona, já que o hit 'Viva La Vida' se tornou um cântico da torcida nos últimos anos.

Especialistas em gestão e marketing esportivo elogiaram a ativação e a importância que isso tem para os fãs.

Vale lembrar que outros clubes europeus promoveram ações parecidas nos últimos meses. A Inter de Milão, por exemplo, lançou um uniforme especial com a logomarca das ‘Tartarugas Ninjas’, desenho animado norte-americano que ficou mundialmente conhecido. uniformes de jogo.

Também recentemente, Lautaro Martínez e companhia utilizaram um modelo com a marca dos ‘Transformers’, filme de super-heróis que já movimentou bilhões com bilheteria em todo o planeta.

“A energia dos esportes e paixão pela música se complementam de maneira surpreendente. Dos cantos da torcida com paródias de músicas conhecidas, a concentração dos atletas com sua música preferida pra alcançar o melhor desempenho, as músicas tema dos grandes eventos esportivos, o patrocínio do Spotify ao FC Barcelona, os cantores que tem seus times do coração mostram que a intersecção entre os dois mundos é natural e possibilidade a colaboração entre marcas dos dois mundos”, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

“Essas parcerias tornam-se memoráveis para o torcedor. Quem adquire a peça sabe que terá um item muito valioso em sua coleção daqui alguns anos, então isso aumenta o engajamento. A End to End promoveu três edições do Manto da Massa, do Atlético MG, que foi um sucesso com a torcida justamente por ser algo único, o que fez com que vendessem todas as edições rapidamente. Por isso, é importante os clubes estarem sempre pensando em ações diferentes para os fãs”, ressalta Reginaldo Diniz, CEO da End to End, agência de marketing esportivo que promove diversas ações para gerar conexões entre clube e os torcedores.

O próprio Barcelona, que tem um acordo com o Spotify, já havia ativado a parceria com a empresa de streaming musical e promoveu diversas ações temporárias no âmbito musical. Em um clássico contra o Real Madrid na temporada passada, por exemplo, os culés estamparam o símbolo dos Rolling Stones, uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos, na região central do uniforme.

Para Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt Sport, fornecedora de material esportivo que patrocina dez clubes no futebol brasileiro, este tipo de iniciativa é importante para fomentar novas receitas, mas deve ser estruturado previamente para cativar a relação com os torcedores e ativar novos nichos.

“Se bem trabalhadas, essas ações terão um atrativo enorme para os torcedores, o que é importante para consolidação de marca e pode incrementar o potencial de vendas. Na contramão, por ser algo provisório, pode ficar marcado caso o clube tenha algum resultado esportivo negativo, em que o uniforme passa a ser conectado com o insucesso dentro das quatro linhas. Com este risco, é extremamente importante um trabalho em conjunto entre clube, fornecedora e patrocinadores”, comenta o executivo.

“O uniforme dos clubes são canhões de mídia, e obviamente, devem ser utilizados da melhor forma possível. Vale um alerta que é ter cuidado para não funcionar apenas como um outdoor. É muito importante que as ativações acompanhem de forma criativa para que os objetivos sejam alcançados; ainda mais quando se tratam de super clubes como a Inter de Milão”, conclui Renê Salviano, diretor da Heatmap e especialista em marketing esportivo.

Já Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana comandada pelo cantor Jay-Z, afirma que esta ação é ao mesmo tempo receita de patrocínio para o clube, e uma publicidade pela qual ele não precisa pagar, para chegar, de forma espontânea, ao público das personagens e artistas. “É curioso, não usual, e se mostra os filmes ou álbuns musicais onde geralmente não são mostrados. Acaba também mostrando o clube para um público que pode não ser o dele”, completa.

O Barcelona, aliás, é um dos clubes que mais faturam no mundo com patrocínios, com um valor aproximado de US$ 370 milhões anuais. O maior acordo vem da Nike, estimado em US$ 16 9milhões por ano. As outras empresas principais são Spotify, Estrella Damm, CaixaBank e Ambilight TV.

"Estamos falando de equipes que enxergam o esporte como entretenimento, que se preocupam com a experiência do fã dentro do estádio e fora dele, que têm uma gestão muito forte no futebol", complementa Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas.

Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo, analisa a ação de maneira positiva e acredita que iniciativas como essa devem se tornar recorrentes no âmbito esportivo. "É uma ação que chama a atenção pelo ineditismo. E por se tratar de uma marca forte, como o Spotify, que é patrocinadora e está cedendo o espaço para um álbum ou logo de uma banda. Isso agrega muito valor para as partes que estão envolvidas. Este tipo de ativação atrai a atenção das pessoas e do mercado como um todo. Acredito que esta pode ser uma tendência, pois gera ainda mais valor para o patrocinador máster que investe muito dinheiro para ter direito às propriedades”, conclui.

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