Esporte

Copa do Mundo: entenda por que países apaixonados por futebol ficam só com 3 jogos do mundial

Poucos jogos serão disputados na Argentina, Uruguai e Paraguai, que pleitearam sediar conjuntamente o mundial, em comemoração ao 100º aniversário do campeonato

Copa do Mundo: Réplica do troféu da Copa do Mundo à venda durante evento da FIFA em Dubai, em novembro de 2022 (Christopher Pike/Bloomberg)

Copa do Mundo: Réplica do troféu da Copa do Mundo à venda durante evento da FIFA em Dubai, em novembro de 2022 (Christopher Pike/Bloomberg)

Bloomberg
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 5 de outubro de 2023 às 15h52.

Para uma região que vive e respira futebol como a América do Sul, o anúncio da FIFA sobre a Copa do Mundo de 2030 não poderia deixar de ser visto como uma decepção.

Apenas três jogos serão disputados na Argentina, Uruguai e Paraguai, que pleitearam sediar conjuntamente a Copa, em comemoração ao 100º aniversário do mundial, realizado pela primeira vez em Montevidéu. A FIFA disse na quarta-feira que Marrocos, Portugal e Espanha sediarão o evento esportivo mais visto do mundo, e que as três nações sul-americanas ficarão só com um jogo cada.

Fique por dentro das últimas notícias no WhatsApp da Exame. Inscreva-se aqui 👉 https://t.ly/6ORRo

Embora a FIFA tenha anunciado a decisão como uma forma inovativa de realizar a Copa em três continentes e seis países, o fato de os sul-americanos não ficarem com o torneio completo reflete a volatilidade política e a escassez de infra-estrutura. Nos esportes, onde o dinheiro fala, é difícil para a região competir.

A Argentina pode ser a atual campeã mundial e país natal de Lionel Messi, mas a sua economia está em frangalhos, com uma inflação acima de 120% e sem acesso aos mercados de crédito internacionais. Esta é uma desvantagem importante porque os torneios da Copa normalmente exigem bilhões de dólares em gastos com infra-estruturas e logística — como se viu no Qatar — e um profundo compromisso político.

“Foi impossível conseguir os votos, foi impossível conseguir investimento para fazer uma Copa do Mundo dessa envergadura”, disse o chefe do futebol argentino, Claudio Tapia. Segundo ele, conseguir os jogos de abertura ainda é um triunfo para a região.

Mas a FIFA foi criticada pela escolha do Qatar como sede da Copa do ano passado e por priorizar o ganho financeiro em detrimento da experiência dos torcedores. O número de visitantes internacionais ficou aquém das projeções, pelo menos nas primeiras rodadas. Em Buenos Aires, por outro lado, mais de 5 milhões de pessoas saíram às ruas para comemorar a vitória da Argentina.

“As pessoas ADORAM assistir aos jogos nesses países. Quer um estádio imaculado e com ótima logística? OK, vá para o Qatar”, escreveu Brian Winter, editor-chefe do Americas Quarterly, em um post no X. “Parabéns FIFA por errar mais uma vez.”

Os problemas do Brasil na organização da Copa do Mundo de 2014 também podem ter influenciado a decisão da FIFA.

Na época, o Brasil decidiu construir ou reformar 12 estádios com enorme custo fiscal, e os projetos posteriormente foram foco de diversas investigações de corrupção e escândalos. A reforma do estádio Mané Garrincha em Brasília acabou custando cerca de R$ 1,9 bilhões. Depois o estádio foi usado para eventos como shows e casamentos e virou centro de saúde temporário durante a pandemia.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoFutebol

Mais de Esporte

Jogos de hoje, sábado, 23 de novembro: onde assistir ao vivo e horários

Youtuber causa polêmica ao jogar como titular de time argentino; relembre casos similares no Brasil

Com ingressos esgotados, Conmebol ativa final da Sul-Americana com Fanzone

Brasil e outros 15 países anunciam convocados para Copa do Mundo de Beach Tennis