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Condenado por fraude fiscal, Carlo Ancelotti disse a tribunal ter seguido dica do Real Madrid

Treinador nega ter cometido crime intencionalmente e destaca prática comum de sistema de pagamentos sob suspeita na Espanha

O técnico negou ter cometido fraude fiscal intencionalmente no dia da abertura de seu julgamento por supostamente não declarar renda à Receita Federal da Espanha (Sport Images/Getty Images)

O técnico negou ter cometido fraude fiscal intencionalmente no dia da abertura de seu julgamento por supostamente não declarar renda à Receita Federal da Espanha (Sport Images/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 9 de julho de 2025 às 14h45.

Última atualização em 9 de julho de 2025 às 14h47.

O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado a um ano de prisão por uma fraude fiscal cometida em 2014, quando ainda treinava o Real Madrid. O treinador italiano também terá de pagar uma multa de 387 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões, na cotação atual) e não poderá obter auxílios ou subsídios públicos por três anos.

Os promotores que acusaram o treinador alegaram que ele criou um sistema "confuso" e "complexo" de empresas de fachada para esconder seus ganhos extras de direitos de imagem e outras fontes, como imóveis, entre 2014 e 2015. Em depoimento ao Tribunal Superior de Justiça de Madri, o italiano destacou que esse sistema de pagamento lhe foi proposto pelo clube merengue e que "todos os jogadores o fazem", assim como outro ex-técnico, José Mourinho.

— Quando o clube me sugeriu, coloquei o Real Madrid em contato com meu consultor. Não lidei com isso porque nunca fui pago dessa forma — disse ele. — Nunca percebi que algo não estava certo — acrescentou, dizendo que "nunca considerou cometer fraude".

O técnico negou ter cometido fraude fiscal intencionalmente no dia da abertura de seu julgamento por supostamente não declarar renda à Receita Federal da Espanha. O caso do italiano, um dos cotados para assumir o comando da seleção brasileira, é o mais recente de uma série de casos desse tipo visando figuras esportivas no país.

Ancelotti disse ao tribunal que nunca percebeu que a empresa que ele havia criado para transferir esses direitos a ele permitiu que ele pagasse menos impostos.

— Naquela época, todos os jogadores e treinadores estavam fazendo dessa forma, parecia a coisa certa a fazer — disse ele.

Os promotores pedem uma pena de prisão de quatro anos e nove meses para o italiano de 65 anos, suspeito de não declarar mais de um milhão de euros (pouco mais de R$ 6 milhões) ganhos de direitos de imagem durante sua primeira passagem pelo Real Madrid.

A acusação argumenta que Ancelotti havia relatado apenas o salário que recebeu do clube e omitido a renda de seus direitos de imagem em suas declarações de imposto de renda durante esse período. Segundo a imprensa espanhola, que credita os cálculos ao Ministério Público, além da dívida tributária cobrada pelas autoridades, o treinador deve pagar uma sobretaxa de 243.593 euros e mais 47.298 euros de juros. Além da multa, o MP exige que Ancelotti pague multas que totalizam 3.186.237 euros. (o equivalente a R$ 19,6 milhões).

Ancelotti chegou ao tribunal com sua esposa Mariann Barrena e seu filho Davide, que atua como assistente técnico no Real Madrid. O julgamento deve durar dois dias. As partes podem chegar a um acordo extrajudicial a qualquer momento do processo.

Casos semelhantes anteriores envolvendo jogadores de futebol resultaram em sentenças suspensas, geralmente por meio de um acordo extrajudicial.

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