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Bruxa solta no Catar: especialistas explicam alto número de lesões

Seleções têm sofrido com ausências importantes e Brasil sonha com Danilo e Neymar disponíveis para as oitavas de final na Copa do Catar

Neymar depois da lesão no jogo contra a Sérvia: em recuperação (Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images)

Neymar depois da lesão no jogo contra a Sérvia: em recuperação (Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 29 de novembro de 2022 às 12h06.

Última atualização em 29 de novembro de 2022 às 13h35.

A Copa do Mundo no Catar tem sido marcada pelo alto número de lesões. Problemas físicos já tiraram estrelas do futebol mundial como Kanté, Pogba, Benzema, Mané, Reece James, entre outros, da disputa desta edição. No Brasil, a preocupação fica por conta de Danilo e Neymar.

Ambos lesionaram o tornozelo durante a estreia, na vitória sobre a Sérvia, não atuaram contra a Suíça e também seguem vetados para o derradeiro jogo da fase de grupos, contra Camarões. A comissão médica da Seleção corre contra o tempo para tentar deixar a dupla disponível para a disputa da fase eliminatória.

Como o esforço de um atleta de futebol se concentra dominantemente nos membros inferiores, o número de lesões envolvendo coxa, joelho ou tornozelo é bastante alto. “A maior carga de peso do atleta acaba recaindo sobre joelho e tornozelo. Além disso, a própria biomecânica do jogo, que exige muito arranque, mudança de direção, acaba exigindo bem mais dessas áreas e, assim, elas ficam mais expostas a lesões”, explica Márcio Marczwskim, médico do Internacional, vice-campeão brasileiro.

Outro ponto que o ortopedista destaca é a necessidade de um rendimento físico altíssimo por parte de um jogador de futebol. Com o jogo cada vez mais dinâmico e veloz, o corpo dos atletas tende a ser cada vez mais exigidos. “Muito comum também lesões causadas por stress muscular ou fadiga, devido a alta exigência física do esporte. Excesso de jogos, de treinamentos, podem acabar gerando uma sobrecarga. Na Copa do Mundo será interessante analisar porque atletas que jogam no Brasil já estão em fim de temporada, enquanto quem atua na Europa está apenas no início. Serão dados interessantes que o mundial poderá expor”, avalia.

Lesões nos joelhos

Bruno Favaron, médico do Goiás Esporte Clube, também acredita que o fator de jogos já disputados na temporada poderá influenciar o desempenho e o risco de lesão dos atletas na Copa do Mundo. “As lesões mais comuns no futebol são as musculares. Elas acontecem muito devido à fadiga, excesso de carga e de cansaço. Atletas que já atuaram por uma temporada completa, como no Brasil, terão maior tendência a sentirem problemas. Cabe às comissões técnicas avaliar os cenários de forma mais individualizada e programar bem as sessões de recuperação e descanso”, afirma.

Responsável pelo departamento médico do Avaí, dr. Luis Fernando Zukanovich, avalia o porquê lesões de joelho e tornozelo, como a sofrida por Danilo e Neymar, são as mais temidas pelos jogadores.

Entorse no tornozelo: como está a recuperação da lesão de Neymar

“Estatisticamente, as lesões musculares são as mais comuns, porém, percebo que entre os atletas os maiores receios ficam por conta das lesões articulares, principalmente joelho. Isso se deve ao fato de serem lesões com maior tempo de recuperação e que quase sempre exigem um tratamento cirúrgico. Por isso, o temor e a parte psicológica dos atletas tendem a ser maior quando se trata de lesão nos joelhos e tornozelos”, explica.

Em se tratando de prevenção, é consenso entre os profissionais da saúde que o descanso, a boa alimentação e a prática de exercício realizada de maneira regular e equilibrada poderão fazer a diferença a favor da saúde física dos atletas. O grande desafio é saber dosar a exigência do esporte profissional de alto rendimento com os períodos de desanco e preservação.

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