Esporte

'Avó do tênis de mesa': aos 61 anos, chinesa faz história nas Olimpíadas 2024

Desde 2008, ela se classificou para todos os Jogos Olímpicos já disputados

Xi comemora vitória contra atleta turca na primeira rodada dos Jogos de Paris ((Photo by JUNG Yeon-je / AFP))

Xi comemora vitória contra atleta turca na primeira rodada dos Jogos de Paris ((Photo by JUNG Yeon-je / AFP))

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 30 de julho de 2024 às 12h41.

Ni Xia Lian já está acostumada a jogar com pressão no tênis de mesa. Com 61 anos, é a segunda atleta mais velha dos Jogos Olímpicos de Paris. Apenas o espanhol  Juan Antonio Jimenez Cobo, aos 65 anos, no hipismo, a supera nesse quesito.

O caso é que essa Olimpíada é especial para Ni Xia. Ela carrega a responsabilidade de representar um país minúsculo, Luxemburgo, em comparação com sua gigante China de nascimento.

"Sou uma avó do tênis de mesa, mesmo ainda não sendo uma", brincou Ni ao Wall Street Journal.

Na cerimônia de abertura, foi a porta-bandeira do país europeu. Na competição, enfrenta nesta quarta a chinesa Sun Yingsha, número 1 do mundo que eliminou a brasileira Giulia Takahashi na rodada anterior. Sun já faturou uma medalha de ouro nesta terça nas duplas mistas.

Mas isso não deve assustar Ni.

Quem é Ni Xia Lian?

Ela nasceu em 4 de julho de 1963 e começou a jogar tênis de mesa na China quando tinha sete anos - antes até da chamada diplomacia do pingue-pongue, quando China e EUA se aproximaram durante a Guerra Fria, isolando a então URSS. Esse movimento diplomático aconteceu entre o final dos anos 60 e início dos 70 a partir de jogos de tênis de mesa envolvendo atletas dos dois países.

Ni Xia Lian estreou em competições internacionais do tênis de mesa em 1979. Quatro anos depois, venceu seu primeiro campeonato mundial.

"Eu não queria perder tempo com tênis de mesa", disse a chinesa que pratica o esporte há meio século. Sentindo-se pressionada a deixar a China conforme ela se abria para o mundo, ela se mudou para a Alemanha e depois para Luxemburgo, imaginando que ficaria por um ano.

Ela queria retomar seus estudos e, eventualmente, se tornar médica. “Mas um ano se torna dois, dois anos se tornam três, e agora ela está aqui há 35 anos”, disse Tommy Danielsson, que se tornou seu treinador e depois seu marido, ao WSJ. “Não era meu plano”, disse Ni, “mas Luxemburgo é muito legal”.

Ela começou a "tirar o pé" das competições depois de estrear nas Olimpíadas por Luxemburgo em Sydney-2000. Após seus títulos europeus de simples e duplas em 2002, ela teve uma filha com Danielsson em 2003 e pulou as Olimpíadas em 2004. Até 2007, ela estava aposentada do jogo internacional. Mas quando Luxemburgo pediu a ela para voltar ao time, ela concordou em servir seu país adotivo. Ela se classificou para todas as Olimpíadas de 2008 para cá.

E quer outro dado fantástico sobre Ni? Em 2017, aos 54 anos, num torneio na Áustria, venceu a partida mais longa da era moderna do tênis de mesa - 1 hora, 32 minutos e 44 segundos.

Acompanhe tudo sobre:Olimpíadas 2024

Mais de Esporte

Mundial de Clubes da Fifa 2025: veja a definição dos grupos pelo sorteio

Athletico-PR x RB Bragantino: onde assistir e horário pelo Brasileirão

Fluminense x Cuiabá: onde assistir e horário pelo Brasileirão

Jogos de hoje, quinta-feira, 5, onde assistir ao vivo e horários