Esporte

Abel Ferreira e Jorge Sampaoli disparam em números de seguidores após assumirem Palmeiras e Flamengo

Especialistas analisam como os treinadores podem capitalizar com conteúdo e novos negócios

Alguns especialistas entendem que o fator rede social pode determinar uma quebra de paradigmas também na forma de realizar novos contratos (Alexandre Schneider/Getty Images)

Alguns especialistas entendem que o fator rede social pode determinar uma quebra de paradigmas também na forma de realizar novos contratos (Alexandre Schneider/Getty Images)

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 3 de julho de 2023 às 17h16.

As torcidas de Palmeiras e Flamengo, consideradas duas das maiores do país, contribuíram para que as redes sociais de Abel Ferreira e Jorge Sampaoli, dessem um salto gigantesco no número de seguidores.

Quando foi anunciado pelo clube carioca, em 14 de abril, Jorge Sampaoli possuía 195 mil seguidores. Nesta semana, ele atingiu a marca de 737 mil. Já o técnico Abel Ferreira, que tinha em torno de 50 mil seguidores quando foi anunciado pelo Palmeiras, hoje está com 1,3 milhão.

“É natural que ambos ganhassem muitos seguidores nas redes sociais, afinal estamos falando de técnicos internacionalmente reconhecidos e de clubes com grande poder de engajamento”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

Se entre os jogadores de futebol é hábito e uma forma recorrente de comunicação com seus públicos, o mesmo não se pode dizer dos treinadores. A maioria deles só optou por criarem redes sociais de três anos para cá, e alguns deles muito conhecidos nem Instagram oficial possuem, casos do ex-técnico da seleção brasileira, Tite.

"Esse caso é um típico caso de ganha-ganha. Os treinadores aumentam sua base, ganhando potencial pra novas ativações e possibilidades para ações com o mercado publicitário, e os clubes passam a ter um grande ativo que aumenta seu potencial de internacionalização e relacionamento com novos mercados", argumenta Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

No país, quem surgiu com destaque e conteúdos diferentes foi Muricy Ramalho, ainda quando estava como comentarista do Grupo Globo. Atualmente ele conta com 950 mil seguidores, marca considerada expressiva entre técnicos de futebol.

“O Brasil figura nas primeiras posições de usuários e engajamento em todas as redes sociais. No futebol, tal efeito se multiplica e todos os protagonistas acabam tendo uma atenção ainda maior das torcidas, que ávidos por acompanhar o dia a dia e todos os detalhes do time do coração ou até mesmo dos adversários, passam a seguir jogadores e técnicos de destaque”, explica Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Remodelação nos contratos de trabalho

Alguns especialistas entendem que o fator rede social pode determinar uma quebra de paradigmas também na forma de realizar novos contratos. É o que entende Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

"Vai chegar o momento em que no ato da negociação de contratos, a pauta será o poder de crescimento das redes sociais. Isso vale para uma instituição com forte engajamento, assim como para os super atletas, que ao serem contratados, mudam completamente o patamar da rede da instituição. É o novo mundo, onde a audiência vale ouro e vira um grande patrimônio das partes envolvidas", explica.

Já o especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let'sGoal, Armênio Neto, que comandou o marketing do Santos entre 2010 e 2013, lembra de alguns cases precursores deste período, numa época em que as redes sociais ainda surgiam e era necessário criar novos tipos de oportunidades para os negócios.

"O número de seguidores é um bom termômetro de popularidade, mas raramente vemos treinadores gerando receita com a imagem. Obviamente falta tempo e, muitas vezes, disposição para isso. Do lado dos clubes, treinador e os integrantes da comissão técnica podem ser uma propriedade adicional no portfólio de ativos. Entregam muita exposição, podem ativar o patrocínio em eventos, palestras, entre outras coisas. Temos um cliente que investe nessa propriedade e os resultados são excelentes, tanto que os contratos são longos e sempre buscamos renovar", afirma o executivo, que trouxe patrocínios para as camisas utilizadas por alguns desses profissionais, entre eles, Muricy Ramalho e Cuca.

Os seguidores dos principais técnicos da Série A:

  • Abel Ferreira (Palmeiras) - 1,3 milhão . coachabelferreira
  • Dorival Jr. (São Paulo) - 1,1 milhão . dorivaljroficial
  • Jorge Sampaoli (Flamengo) - 737 mil . sampaolioficial
  • Renato Gaúcho (Grêmio) - 717 mil . renatogaucho
  • Vanderlei Luxemburgo (Corinthians) - 472 mil . luxaoficial
  • Mano Menezes (Internacional) - 224 mil . manomenezes_oficial
  • Felipão (Atlético-MG) - 138 mil . felipao.scolari
  • Luis Castro (Botafogo) - 90 mil . luis_castro_official
  • Fernando Diniz (Fluminense) - 60 mil . timediniz
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