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Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro: “Eventos como esse são estratégicos para os negócios. Se você souber aproveitar, consegue fazer contatos, captar recursos, apresentar projetos e buscar oportunidades de aprendizagem” (ESPRO/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 13 de maio de 2025 às 15h33.
Última atualização em 13 de maio de 2025 às 15h51.
O Ensino Social Profissionalizante (Espro) marcou presença em mais uma edição do Web Summit Rio, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação da América Latina. Segundo Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro, a participação reafirma o compromisso da organização sem fins lucrativos com a transformação social e a inserção de jovens no mundo do trabalho.
“Essa é a terceira vez que participamos do Web Summit Rio. Na primeira edição, estivemos apenas como espectadores. Já no ano passado, montamos um estande para conversas e realizamos uma masterclass com empresas interessadas em nossas soluções para educar, transformar e incluir. Neste ano, repetimos o formato de sucesso de 2024”, conta o executivo.
Saade destaca que festivais do tipo são importantes para movimentar o ecossistema brasileiro de negócios com conteúdos especiais e insights compartilhados, além das possibilidades de networking e parcerias que surgem ao longo da imersão no evento. A experiência no Brasil tem sido tão inspiradora, que o Espro também foi ao Web Summit Lisboa no ano passado.
“Eventos como esse são estratégicos para os negócios. Se você souber aproveitar, consegue fazer contatos, captar recursos, apresentar projetos e buscar oportunidades de aprendizagem”, analisa.
Espro: organização promove inclusão produtiva de jovens em evento de tecnologia no Rio. (ESPRO/Divulgação)
Administrada por Saade, a masterclass para 100 convidados destacou as dificuldades que as empresas enfrentam para a implementação de estratégias efetivas de ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês), especialmente em relação ao pilar social. A intenção do Espro é mostrar como o terceiro setor pode ajudar na inclusão produtiva de adolescentes e jovens no mercado de trabalho, mesmo em um cenário global complexo.
O conteúdo também provocou o público sobre como algumas companhias implementam ações apenas para a prestação de contas – e quanto a maioria dessas ações são voltadas apenas para a parte ambiental.
“Muitas vezes, o foco inicial das estratégias ESG de uma empresa é no impacto ambiental, como a compra de créditos de carbono. E tudo bem. Mas o que precisamos mesmo é de uma mudança de mentalidade e de atitudes, tanto sobre o meio ambiente quanto sobre as pessoas”, analisa Saade.
De fato, o aspecto social ainda não tem grande destaque no universo corporativo. De acordo com dados de uma pesquisa recente realizada pelo próprio Espro, apenas 22% das empresas no país integram programas de aprendizagem profissional às suas agendas ESG.
O número ganha ainda mais relevância quando colocado ao lado de outras estatísticas sociais importantes, como a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos que, no primeiro trimestre de 2024, estava em 16,8%.
Neste cenário, aproximar as agendas ESG das empresas ao terceiro setor é uma forma de garantir uma entrega de resultados efetivos.
“O Espro é parceiro em diversas iniciativas que mostram quanto a capacitação de jovens é uma ferramenta poderosa de transformação e abertura de oportunidades. O projeto Geração BMW, do BMW Group Brasil, é um bom exemplo. Em Araquari, município de Santa Catarina onde o grupo possui sua fábrica de carros, jovens de 16 a 18 anos recebem gratuitamente uma capacitação profissional de oito meses. Eles participam de aulas diárias sobre temas como inglês básico, postura profissional, gestão financeira e introdução ao mercado automotivo. Ao final do curso, os jovens saem melhor preparados para conquistar o primeiro emprego, seja na fábrica do BMW Group Brasil ou em outras indústrias”, conta o executivo do Espro.
Com 46 anos de experiência, a entidade já encaminhou mais de 650 mil adolescentes e jovens ao primeiro emprego. Em 2024, foram mais de 44 mil impactados em todo o Brasil — um número que reforça o alcance e a eficácia da metodologia adotada pelo Espro.
O carro-chefe da entidade é o programa Formação para o Mundo do Trabalho (FMT), voltado para adolescentes a partir dos 14 anos. Com cursos gratuitos de mais de 100 horas, o projeto desenvolve tanto habilidades técnicas quanto competências socioemocionais. As turmas podem ser personalizadas de acordo com os objetivos das empresas patrocinadoras, sobretudo nos temas de diversidade e inclusão.
A atuação do Espro vai além da capacitação técnica. A instituição acompanha de perto a jornada dos jovens por meio de assistentes sociais e psicólogos, promovendo visitas aos seus lares e diálogos constantes com os gestores nas empresas parceiras. Esse cuidado integral ajuda a manter os estudantes engajados e preparados para os desafios do mundo profissional.
A entidade também oferece monitoramento contínuo dos resultados, com estudos periódicos para medir o impacto de seus programas. A última Pesquisa Empregabilidade Jovem revelou que, um ano após o fim do contrato como aprendizes, 80% dos jovens permanecem empregados e 58% ingressaram no ensino superior — índices muito acima da média nacional.
“Usamos a nossa experiência para mostrar às empresas quais são as suas falhas e quais são os pontos que elas precisam evoluir para criar estratégias claras, conectar pessoas e causar um impacto real na sociedade. É uma provocação, ao mesmo tempo que é uma abordagem otimista e que traz resultados”, finaliza Saade.