ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd
Afya Cinza
Copasa Cinza
Danone Cinza
Ypê cinza

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Vibra, Suzano e Petrogal se unem em torno do combustível de aviação sustentável

Trabalhos entre as empresas terão três fases, como a revisão de pesquisas, até que se bata o martelo sobre a viabilidade do negócio

Problema: 15% das emissões globais de GEE resultantes de transporte vêm do modal aéreo

Problema: 15% das emissões globais de GEE resultantes de transporte vêm do modal aéreo

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 17 de abril de 2024 às 16h26.

A distribuidora de combustíveis Vibra, a fabricante de celulose Suzano e a empresa de refino Petrogal (Galp) se juntaram para discutir uma investida no negócio de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir do Brasil. O anúncio foi feito por executivos das três empresas no Web Summit evento de tecnologia que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

O SAF é obtido a partir de derivados de biomassa, resíduos ou hidrogênio e CO2. Com isso, sua pegada de carbono chega a ser até 80% menor em relação ao similar de petróleo.

O chamado 'cluster' voltado à SAF ainda está aberto e deve receber pelo menos mais uma empresa de grande porte nas próximas semanas. As atividades vão começar com um primeiro encontro de executivos e técnicos em 14 de maio. Depois, serão realizados encontros periódicos para vencer três etapas antes de eventual investimento firme no setor. Por ora, as empresas vão disponibilizar recursos técnicos e podem vir a fazer aportes em pesquisa.

Na primeira etapa da cooperação, o trio de empresas vai discutir estratégias e rever estudos sobre o tema. Em um segundo momento, será hora de viabilizar soluções para SAF, com possível atração de startups. A terceira e última fase é de negócios, quando as empresas vão de fato fazer investimentos em tecnologia e determinada rota de produção do biocombustível.

O diretor de Operações da Vibra Energia, Marcelo Bragança, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a companhia olha de forma "bem aberta" para oportunidades em biocombustíveis e que, se fizer sentido, pode participar também da produção de SAF, expandindo para dar um passo atrás na cadeia já que hoje atua focada na distribuição e comercialização de combustível de aviação.

A Vibra já estuda investimentos junto à Inpasa para erguer uma unidade de produção de metanol verde, combustível que pode ser usado por navios. Segundo Bragança, uma decisão final de investimento será tomada ainda em 2024. A Vibra também detém participação na Zeg Biogás. Seria um passo natural, portanto, entrar em negócios relacionados à SAF, combustível de alto valor agregado e com demanda crescente nos próximos anos graças a mandatos crescentes na mistura do querosene de aviação.

"A palavra chave aqui é cooperação, unir forças com empresas de referência. O Brasil tem um potencial enorme para não ser apenas um exportador de matéria prima para SAF. Temos muita biomassa e um custo de fabricação de combustíveis renováveis muito competitivo", disse Bragança.

Rotas

Segundo a engenheira de Desenvolvimento de Projetos da Petrogal Brasil, Heloisa Althoff, a Galp já produz combustível de aviação e já tem como objetivo misturar 5% de SAF, chegando à totalidade renovável em 2050. Ela destacou as três rotas de fabricação de SAF de maior interesse da Petrogal, a partir do etanol, do metanol e do processo químico Fischer-Tropsch, que faz o hidrotratamento de óleos vegetais para gerar diesel verde ou SAF.

De sua parte, a diretora de Novos Negócios da Suzano, Alessandra Carazzato, disse que a companhia quer fazer parte da solução e citou como rota possível a produção de biocombustíveis por meio de biomassa, que no caso da companhia seria, sobretudo, resíduo de madeira.

Potencial

Bragança, da Vibra, lembrou que 15% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE) resultantes de transporte vêm do modal aéreo e são consideradas de difícil substituição. Por isso, o mundo já trabalha com mandatos ou previsão de mandatos para SAF, caso do Brasil a partir de 2027. Com isso, a demanda pelo biocombustível deve escalar no fim da década.

"O mundo consome 100 milhões de barris de petróleo por dia. Desses, 7 milhões vão para combustível de aviação. E as emissões da aviação são de difícil abatimento por vários motivos, como as longas distâncias percorridas. O SAF tem o potencial de ser a alternativa mais viável e está crescendo exponencialmente", disse.

Segundo o executivo, em 2022, foram 300 mil m³ de SAF produzidos no mundo, um volume que dobrou em 2023 e deve triplicar em 2024 para 1,8 milhão de m³ em 2024, puxado por mandatos de países europeus.

Acompanhe tudo sobre:Energia renovávelSAFAviaçãoBiocombustíveis

Mais de ESG

Risco como oportunidade: o papel das garantias no financiamento climático

Governo quer plantar 300 mil hectares nas cidades até 2050 para enfrentar desigualdades climáticas

Tubarões meteorologistas? Como animais se tornaram caçadores de furacões no Atlântico

O grande desafio da modernização da transmissão de energia em São Paulo