ESG

Vendas de carros elétricos dispararam em 2021, aponta relatório

As vendas são impulsionadas pelos subsídios públicos, que dobraram em 2021 e alcançaram um total de € 30 bilhões em nível mundial

 (seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images)

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AFP

Publicado em 23 de maio de 2022 às 17h35.

Última atualização em 23 de maio de 2022 às 17h47.

As vendas de carros elétricos dispararam em todo o mundo em 2021, mas a disponibilidade de matérias-primas como o lítio gera preocupação para o futuro, apontou um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) nesta segunda-feira, 23.

Com 6,6 milhões de unidades vendidas em todo o mundo em 2021 — metade delas na China — as vendas de veículos elétricos dobraram em um ano e agora representam 10% das transações de carros novos. No início de 2022, continuaram a acelerar, com 2 milhões de unidades vendidas no primeiro trimestre (crescimento de 75% ano a ano).

As vendas são impulsionadas pelos subsídios públicos, que dobraram em 2021 e alcançaram um total de € 30 bilhões em nível mundial. Os fabricantes, por sua parte, multiplicaram por 5 o número de veículos disponíveis entre 2015 e 2021. Atualmente, existem cerca de 450 modelos elétricos no mercado.

No entanto, este boom pode ser contido por tensões no setor de matérias-primas. "Os poderes públicos, industriais e investidores devem permanecer vigilantes e criativos para evitar problemas de fornecimento de minerais essenciais", disse a diretora-executiva da AIE, Faith Birol, em um comunicado.

Esses minerais são extraídos principalmente de países como Austrália, Chile ou República Democrática do Congo. Mas a China produz 75% das baterias de íon-lítio, a tecnologia dominante, e controla mais da metade das capacidades de transformação e refino de lítio, cobalto e grafite.

As demandas de lítio são especialmente críticas, de acordo com a AIE, que se espera que até 2030 sejam seis vezes maiores do que são hoje. Até então, poderiam ser necessárias 500 quilotoneladas de lítio, o que exigiria a abertura de 50 novas minas.

A Europa produz um quarto dos veículos elétricos do mercado, mas controla muito pouco as matérias-primas, assim como os Estados Unidos. “Os governos europeu e americano se comprometeram a desenvolver capacidades de produção de baterias, mas a maior parte da cadeia logística provavelmente permanecerá na China até 2030”, disse a AIE.

Para economizar nesses minerais, poderiam recorrer a tecnologias alternativas, reciclagem e também à compra de carros menores.

Além disso, no curto prazo, as vendas também podem ser prejudicadas pelo aumento dos preços das matérias-primas utilizadas para fabricar baterias e por problemas logísticos relacionados à guerra na Ucrânia e aos confinamentos ordenados na China para combater a covid-19.

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