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USP desenvolve sistema para impedir quedas de árvores e evitar tragédias urbanas

Pesquisadores desenvolvem tecnologia que otimiza podas, escaneia árvores e reduz o risco de queda, ajudando na prevenção de desastres em grandes cidades

Com o apoio do software, as podas podem ser otimizado para preservar ou até reforçar a resistência das árvores  (TABA BENEDICTO/Estadão Conteúdo)

Com o apoio do software, as podas podem ser otimizado para preservar ou até reforçar a resistência das árvores (TABA BENEDICTO/Estadão Conteúdo)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 14 de abril de 2025 às 18h00.

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A queda de árvores em áreas urbanas gera prejuízos não apenas para a economia e a moradia, mas também compromete a segurança da população. Durante um temporal que atingiu a capital paulista no dia 13 de março, cerca de 330 árvores caíram, segundo dados da Prefeitura.

A concessionária de energia Enel informou que mais de 170 mil imóveis ficaram sem eletricidade na noite após a tempestade. Um taxista faleceu após ser atingido por uma árvore no bairro da Sé, no centro da cidade.

Com o objetivo de minimizar esses impactos, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um software que promete reduzir o número de quedas de árvores. O sistema busca orientar os órgãos responsáveis sobre as podas necessárias, analisando a relação entre o corte de galhos, folhagens e frutos e o consequente enfraquecimento da estrutura das árvores.

Algoritmo da poda? Entenda

O funcionamento do mecanismo é baseado no escaneamento das árvores por meio de lasers, gerando imagens tridimensionais que são transformadas em equações matemáticas. A partir desses dados, o software cria um modelo computacional capaz de calcular o comportamento mecânico da árvore diante de fatores como vento, peso próprio e carga de seus componentes.

Emílio Carlos Nelli Silva, professor do Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos da USP, explica que, ao realizar uma poda de maneira intuitiva, baseada apenas na avaliação humana, há risco de comprometer a estabilidade da árvore. Com o apoio do software, o processo é otimizado para preservar ou até reforçar a resistência do tronco e das estruturas. "Quando você faz uma poda, tira o equilíbrio da árvore, remove esse ponto de otimização, que pode ser recuperado a partir da poda guiada pelo algoritmo", afirma Silva.

Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) e do Instituto de Biociências (IB) da USP, destacou em entrevista ao Metrópoles que é necessário monitorar continuamente a saúde das árvores, e não apenas no momento da poda. “Isso ainda é raro nas cidades, onde muitas vezes as podas são realizadas apenas para ajustar a copa em relação à fiação elétrica”, afirma.

Os pesquisadores já realizaram testes práticos do sistema em árvores do campus da Universidade de São Paulo. Segundo eles, a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo demonstrou interesse no uso do software, que pode ganhar ainda mais importância diante dos efeitos das mudanças climáticas.

O grupo também estuda formas de ampliar a escala do projeto, como a automação do escaneamento por meio de veículos e drones. Além disso, os dados coletados estão alimentando um banco de informações que, futuramente, poderá integrar um sistema de inteligência artificial para acelerar e aprimorar ainda mais o monitoramento das árvores nas cidades.

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