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Unilever investe 1 bilhão de euros para eliminar petróleo dos produtos

Empresa pretende retirar substâncias derivadas do combustível fóssil dos produtos de limpeza e lavanderia até 2030. Objetivo é zerar as emissões de carbono

Dona da marca de sabão em pó Omo, a Unilever pretende neutralizar as emissões líquidas dos seus produtos até 2039 (Thinkstock/Thinkstock)

Dona da marca de sabão em pó Omo, a Unilever pretende neutralizar as emissões líquidas dos seus produtos até 2039 (Thinkstock/Thinkstock)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 2 de setembro de 2020 às 08h18.

A Unilever, fabricante de bens de consumo, anunciou que vai abolir o uso de produtos químicos derivados do petróleo em seus produtos de limpeza e lavanderia. A empresa é dona de marcas como Omo, Brilhante e Cif. A matéria prima de origem fóssil será substituída por químicos de baixo carbono e pela reutilização de resíduos. A meta é eliminar totalmente o petróleo em 10 anos.

Para isso, a empresa vai investir 1 bilhão de euros em biotecnologia. Os recursos serão utilizados para o desenvolvimento de novas matérias primas e na formulação de produtos biodegradáveis e com baixo consumo de água. A Unilever também espera, com isso, reduzir pela metade o uso de plástico virgem, até 2025.

Os planos fazem parte de um compromisso amplo da companhia para zerar as emissões líquidas de carbono até 2039. Os componentes químicos usados nos produtos de limpeza respondem por 46% da pegada de carbono. Com a eliminação dos derivados de petróleo, a expectativa é de reduzir em 20% as emissões.

“Devemos parar de extrair carbono de debaixo do solo enquanto há uma enormidade de carbono acima dele. Basta aprender como utilizá-lo em escala”, afirmou Peter ter Kulve, presidente da divisão de cuidados com a casa da Unilever.

Vendas caíram menos do que esperado

No segundo trimestre, as vendas da Unilever caíram 0,3%. O número foi bem melhor do que a redução de 4,3% esperada pelos analistas. Os resultados foram puxados, principalmente, pela América do Norte, cujas vendas aumentaram mais de 7% no período.

Os analistas esperavam que a empresa estivesse mais exposta aos efeitos da pandemia do que seus concorrentes, em função da maior parte do faturamento (60%) vir de países em desenvolvimento, como o Brasil. A venda de produtos alimentícios, no entanto, aumentou com as pessoas sendo obrigadas e comer em casa.

Carbono zero

Uma série de empresas globais está fazendo compromissos de zerar as emissões de carbono nas próximas duas décadas. Em agosto, Microsoft, Nike, Starbucks, Unilever e Danone formaram um consórcio para o compartilhamento de recursos e estratégias de redução das emissões de carbono, reunindo esforços de algumas das maiores empresas globais que se comprometeram a tomar medidas contra a mudança climática.

Em janeiro, a Microsoft já havia anunciado que planeja se tornar negativa em carbono — remover mais dióxido de carbono da atmosfera do que emite — até 2030. Para isso, a fabricante de software vai investir 1 bilhão de dólares em um fundo de inovação climática. Até 2050, a Microsoft pretende remover do meio ambiente o equivalente a todas as suas emissões desde a fundação da empresa em 1975.

Já a Apple se comprometeu a reduzir em 75% as emissões de carbono na produção dos iPhones, iPads e Apple Watch até 2030. A ideia da empresa é que, em dez anos, toda a produção será neutra em carbono. Outras soluções serão pensadas para reduzir os 25% restantes.

Acompanhe tudo sobre:Química e petroquímica

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