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Unilever Brasil aumenta uso de plástico reciclado pós-consumo em embalagens e vira referência global

A Unilever Brasil conseguiu elevar a média de plástico reciclado pós-consumo (PCR) nas embalagens para 37% em 2023. Isto é, um aumento de 10 pontos percentuais em relação à operação de 2022, quando a média era de 27%, e atingimento da meta antes dos outros países

Unilever: marcas OMO, Cif e Brilhante têm embalagens com 100% de plástico reciclado (Unilever/Divulgação)

Unilever: marcas OMO, Cif e Brilhante têm embalagens com 100% de plástico reciclado (Unilever/Divulgação)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 16 de junho de 2024 às 07h00.

Última atualização em 19 de junho de 2024 às 10h46.

Após a divulgação das novas metas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), em março, a companhia de bens de consumo Unilever, anuncia agora um avanço significativo na redução do uso de plástico. No Brasil, a companhia conseguiu elevar a média de plástico reciclado pós-consumo (PCR) nas embalagens de todas as marcas do portfólio para 37% em 2023. Isto é, um aumento de 10 pontos percentuais em relação à operação de 2022, quando a média era de 27%.

"Mais do que reduzir o uso de plástico virgem, o resultado representa o fortalecimento de um ecossistema de reciclagem e incorporação da resina nas embalagens dos produtos. O Brasil sempre foi um dos pioneiros quando falamos de sustentabilidade nas práticas globais e este é mais um exemplo", diz Reginaldo Ecclissato, líder global de Business Operations & Supply Chain da Unilever e membro do Unilever Executive Leadership (ULE).

O investimento em economia circular está mais intenso na Unilever nos últimos anos. Em 2017, a companhia se comprometeu a tornar as embalagens plásticas 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis. Entre 2018 e 2023, a companhia reduziu o uso de mais de 50 mil toneladas de plástico virgem nas embalagens, resultando em aproximadamente 70 mil toneladas de CO² a menos no meio ambiente.

Uso do plástico globalmente 

De acordo com Ecclissato, as metas globais anunciadas neste ano são a terceira fase de um plano de ação iniciado em 2010, e tem a redução do uso do plástico como um dos temas centrais. "A diferença é que ajustamos as expectativas em relação às metas e estamos focando nos resultados de curto e médio prazo. Podemos chamar essa terceira era da Unilever, como a era da ação".

Em relação ao plástico, a ambição é acabar com a poluição por meio da redução, circularidade e colaboração, com as seguintes metas: tornar 100% das embalagens plásticas reutilizáveis, recicláveis ​​ou compostáveis, até 2030 (rígidas) e até 2035 (flexíveis); usar 25% de plástico reciclado em embalagens , reduzir o uso de plástico virgem em 30%, até 2026, e em 40%, até 2028.

Até o momento, a Unilever, em todo o mundo, reduziu o uso de plástico virgem em 18%, em relação à 2019, e se tornou reconhecida pela Fundação Ellen MacArthur como uma das empresas que mais progride nesta atuação voluntária. Globalmente, a companhia alcançou a utilização do plástico reciclado em 22% de todo o portfólio.“Quanto a esse primeiro marco de 2025, vale destacar que, no Brasil, conquistamos a antecipação dessa meta em três anos, alcançando 27% de uso de PCR no final de 2022”, diz Ecclissato.

Combate à poluição plástica nas marcas no Brasil

Atualmente, todas as marcas de produtos para limpeza da casa, e parte dos produtos de higiene pessoal, como xampus, condicionadores, cremes para pentear e cremes de tratamento fabricados pela Unilever utilizam resina reciclada nas embalagens. Na divisão de Cuidados para a Casa, as marcas OMO, Cif e Brilhante têm embalagens com 100% de plástico reciclado.

Em parceria com a Ecological Reciclagem, a Unilever lançou em agosto de 2022 a primeira tampa do Brasil 100% produzida a partir de plástico flexível pós-consumo reciclado em escala industrial. Este tipo de resina, que já era utilizada em cremes de tratamento para cabelo, em 2023 passou a ser usada também em desodorantes roll on da marca Rexona, pertencente à divisão de Cuidados Pessoais. Já no setor de Beleza e Bem-Estar, o grande destaque no balanço do ano se deve aos avanços da marca Seda, que passou de 52% para 100% de PCR nas embalagens dos produtos.

Dentro da divisão de nutrição, a marca Hellmann’s vem aumentando gradualmente o uso do material. Em 2022, a marca passou a disponibilizar frascos de ketchup com plástico 100% reciclado. Em 2023, os frascos de maionese tradicional e saborizada passaram a ser produzidos com 40% de resina PET pós-consumo. Até o início de 2024, a marca foi responsável por atingir o volume de mais de 1,3 mil toneladas ao ano de plástico PCR nestas embalagens.

Para além do plástico 

As metas da companhia estão atreladas também ao desmatamento zero e impacto social, com práticas como aumento da diversidade e inclusão e garantia de salário digno para todos os funcionários. "Estamos vendo cada vez mais o impacto das mudanças climáticas e das desigualdades na vida de todos. Temos objetivos concretos de curto, médio e longo prazo para alcançar resultados importantes".

Entre os resultados de clima, a companhia reduziu, globalmente, em 74% as emissões de gases do efeito estufa nos escopos 1 e 2 - de emissões diretas - quando comparado à 2015, tendo ainda o objetivo de reduzir 100% até 2030. Já o desmatamento zero é garantido em 97% das áreas de plantação de cacau, soja, papel, etc e, no Brasil, a Unilever integra as iniciativas Round Table on Responsible Soy (RTRS) e Produzindo Certo, que atuam pela certificação de agricultores no cultivo sustentável da soja e adoção de melhores práticas agrícolas.

As emissões líquidas zero em toda a cadeia é um objetivo para 2039. Entre as boas práticas de redução das emissões de CO², o executivo destaca a conversão completa da fonte de energia da maior fábrica de detergente em pó da companhia no mundo, localizada em Indaiatuba, no interior de São Paulo. "Investimos 48 milhões de reais para a implementação do uso de biomassa e eucalipto. Com isto, reduzimos 37 mil toneladas de emissões de CO² por ano. Isto representa 14 quilômetros quadrados de floresta". A fábrica de Valinhos, também no interior de São Paulo, é outro exemplo de uso de 100% de energia limpa e renovável.

Na frente social, o salário digno é garantido para todos os funcionários. "Fazemos parte de um grupo seleto de empresas - 4% - que assumem pagar salário dignos a partir de um compromisso que assumimos em 2016. Desde o início desta jornada, são realizadas revisões anuais sobre os dados de remuneração e benefícios a partir da utilização de benchmarks globalmente reconhecidos e metodologia Fair Wage Network para certificação. Com isso, evoluímos anualmente o entendimento sobre cada componente do cálculo e o impacto”.

No tema da diversidade e inclusão o Brasil também é pioneiro ao realizar práticas como a retirada de critérios como o inglês nos programas de estágio para o aumento da diversidade dos participantes. Com isto, em 2023, 65% das contratações no programa foram de autodeclarados negros. Nas unidades brasileiras, 42% dos funcionários em geral se declaram negros. Já as mulheres são 54% dos cargos de liderança e 59% da diretoria.

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