This is a photograph of favela Paraisopolis, one of the biggest informal settlements in Sao Paulo (Brazil). The favela is at least 50 years old and the shacks have been upgraded along the years through self-help. This photograph is taken from a vantage point in the north of the favela, close to Giovanni Gronchi Avenue. It was taken in October 2011. (Roberto Rocco r.c.rocco@tudelft.nl/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2022 às 17h02.
Última atualização em 20 de setembro de 2022 às 17h11.
Como já escrevi aqui, vim a Nova York para falar na Organização das Nações Unidas, a ONU, no Pacto Global. Eu sabia que ia falar sobre favelas, porém, não tinha certeza que linha ia seguir ao abordar esse extenso universo que esses territórios possuem.
Então decidi expor uma ideia que venho construindo há um tempo. Propus que seja criado no Brasil, e que se estenda para outros lugares posteriormente, um Ministério da Favela. Alguns podem considerar um exagero da minha parte. Mas será que é tanto exagero assim pedir que se tenha um departamento no governo para olhar atentamente para um território que conta com 17 milhões de pessoas e, portanto, seria o quarto maior estado do país?
Como idealizador da Taça das Favelas, que aliás está sendo um sucesso em todo o Brasil, e terá as suas finais no próximo dia 8 de outubro, faço uma provocação: por que temos o Ministério do Esporte? Bom, entre outros motivos, porque existe um estudo da OMS que, para cada US$ 1 investido em esporte, por parte de um governo, são economizados US$ 3,2 em saúde. Ou seja, o esporte salva vidas. Com isso, um departamento desse governo cuida diretamente desta área.
Então, por que o próximo governo eleito não pode se comprometer a olhar com mais atenção para um território que mobiliza R$ 180 bilhões anualmente? Quantas vidas podem ser salvas e realidades transformadas se criarmos o Ministério da Favela?
O tão almejado desenvolvimento da sociedade só será saudável e 100% viável, caso ele esteja conectado com o desenvolvimento da favela. Caso contrário, o abismo social existente entre essas duas áreas permanecerá ou aumentará, criando um terreno propenso para o caos, que acredito que não seja o desejo de ninguém.
Estamos falando de um território onde 50% de seus moradores se consideram empreendedores. Ou seja, são potenciais agentes da transformação da sociedade e, sobretudo, na base da pirâmide, que tanto queremos ver.
Por isso, sugiro ao próximo presidente do Brasil que faça esse Pacto Global com todos os cidadãos brasileiros, e crie o Ministério da Favela.