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Trend ‘Ghibli’ do ChatGPT: consumo de energia equivale ao de uma cidade pequena, alerta MIT

Um dos grandes dilemas do crescentu uso da inteligência artificial é seu alto consumo energético e de água, o que leva a significativos impactos ambientais

Milhares de usuários geraram retratos de pessoas ou momentos de suas vidas inspirados em clássicos como a "Viagem de Chihiro" e "Meu Amigo Totoro" do estúdio japonês Ghibli

Milhares de usuários geraram retratos de pessoas ou momentos de suas vidas inspirados em clássicos como a "Viagem de Chihiro" e "Meu Amigo Totoro" do estúdio japonês Ghibli

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 7 de abril de 2025 às 16h59.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 17h06.

Aposto que nos últimos dias você se deparou com a nova trend do momento nas redes sociais: milhares de usuários estão postando fotos em "estilo anime", com retratos de pessoas ou momentos de suas vidas inspirados em clássicos como a "Viagem de Chihiro" e "Meu Amigo Totoro" do estúdio japonês Ghibli.

As imagens são geradas no ChatGPT por meio de inteligência artificial e se tornaram uma febre: estima-se que mais de 40 milhões foram criadas por dia.  A explosão foi tão grande que pela primeira vez em 2025, a plataforma da OpenAI superou a marca de 150 milhões de usuários ativos semanais, segundo dados da Similarweb. 

Mas nem só de apelo estético e emocional a trend vive. Um novo estudo da MIT Technology Review reacendeu um alerta sobre seus impactos ambientais: as criações feitas com IA exigem um alto consumo de energia e neste quesito, a geração destas imagens consome o mesmo que uma cidade brasileira de 10 mil habitantes -- a exemplo de Abaeté (MG) ou Mostardas (RS). 

Desde a liberação da funcionalidade para todos os usuários do ChatGPT, milhões de usuários começaram a gerar as imagens. Na penúltima semana de pico da tendência, o estudo estimou um consumo de 40 megawatt-horas (MWh) — o equivalente à energia necessária para abastecer 7 mil residências no Brasil por 24 horas. 

“O impacto da IA generativa, especialmente nas tendências visuais, é um sinal claro de que devemos começar a tratá-la como um setor que exige responsabilidade energética real”, destacou André Miceli, CEO da MIT Technology Review Brasil. O executivo complementa que as tecnologias devem caminhar junto com soluções sustentáveis para evitar que o impacto seja cada vez maior.

O uso superou as expectativas e até Sam Altman, CEO da OpenAI, precisou limitar a funcionalidade devido a instabilidades na plataforma e por preocupações éticas e legais. Segundo Altman, as GPUs (unidades de processamento gráfico) da empresa estavam “derretendo” devido à alta demanda e revelaram "uma questão crítica de infraestrutura e sustentabilidade".

Um dos grandes dilemas do crescimento da IA generativa é relacionado a seus impactos ambientais devido ao alto consumo energético e de água em data centers -- usados para o armazenamento de milhares de dados. Em países com a matriz predominantemente limpa como é o caso do Brasil, a pegada de carbono seria menor.

Segundo especialistas, se a eficiência computacional não avançar e o uso de energias renováveis não expandir em data centers, o impacto da tecnologia irá aumentar de forma exponencial e perigosa.

Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, destacou à EXAME que “cada prompt enviado a uma IA consome energia e em uma escala de bilhões, isso coloca uma pressão crescente sobre a infraestrutura energética. "Precisamos garantir que o futuro digital seja alimentado por fontes limpas, e não por uma matriz ultrapassada", disse se referindo ao uso de combustíveis fósseis. 

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