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Transição energética: setor privado pode contribuir para acelerar economia verde no mundo (Chinafac/iStockphoto)
A agricultura é responsável por um quarto das emissões de carbono globais. Nesse contexto, a descarbonização deve ser vista não apenas como um problema, mas uma gigante oportunidade para a indústria alimentícia, segundo Liam Condon, CEO da Bayer. “A agricultura é um dos poucos setores que têm a oportunidade de realmente sequestrar carbono, e não apenas reduzir as emissões”.
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No Fórum Econômico Mundial, cuja versão online está acontecendo esta semana, Condon ressaltou o papel do setor privado na aceleração da agenda verde e transição energética para uma matriz limpa na Europa, motivada pelo Green Deal, plano econômico da Europa para o combate às mudanças climáticas.
Condon se uniu a outros empresários da União Europeia na criação de uma coalizão de carbono que trabalha na criação de um método de contabilização das emissões do setor de agricultura e na conscientização de produtores rurais. O esforço envolve empresas como Nestlé e Novozymes, companhia dinamarquesa de biotecnologia.
A CEO Novozymes, Ester Baiget, afirmou que a pressão de consumidores por posicionamentos mais responsáveis da cadeia alimentar pode ser, em parte, solucionado com a biotecnologia. “Com tecnologia, criamos soluções que reduzem a necessidade de matéria-prima e produção, sendo mais eficientes e até mais saudáveis”, disse. Todas as contribuições, somadas, fazem da cadeia de valor algo mais barato para as empresas.
Para Baiget, o avanço corporativo dependerá, entre outras coisas, da contribuição do setor público. “Precisamos de cooperação e de políticas corretas para acelerar a inovação. E o Green Deal é não é apenas um caminho sólido para a transformação de uma economia verde, mas também um convite holístico para todas as empresas se apresentarem”, disse.
No mesmo painel, a ministra da transição ecológica da Espanha, Teresa Ribera, também levantou outro questionamento a respeito das oportunidades para as empresas com o Green Deal europeu: como engajar o setor privado, sobretudo as indústrias, a serem mais resilientes e eficientes sob o ponto de vista energético. “Temos de combinar o sistema de energia atual com um sistema de armazenamento. Isso será importante para endereçar as regulações e oportunidades de mercado para a indústria”.
Uma dessas oportunidades, segundo Ribera, está na mobilidade. “Não pensando apenas em energias limpas, mas também nas partes industriais da cadeia de valor e os serviços conectados a ela”.
A atenção do bloco para a transição energética pode ser explicada pelo potencial econômico do setor de energia, segundo Ribera. “Olhamos para aqueles que podem acelerar e facilitar investimentos, colocando dinheiro na direção certa”. Pelo menos 40% dos gastos públicos da Comissão Europeia serão destinados à resolução de problemas ambientais.
Ribera afirmou que é preciso garantir que “cada centavo esteja investindo a fim de criar as transformações que são necessárias para essa aceleração''. Não se trata apenas de investir dinheiro. Tudo precisa ser consistente”, disse.
A Espanha é considerada como a nova potência de energia solar no mundo. A eletricidade fornecida por parques solares no país cresceu mais de 60% em 2020, e o país terá, nos próximos dois anos, o dobro de capacidade solar que o líder europeu no setor, a Alemanha.
O ano de 2020 foi um convite às energias renováveis em todo o continente. Cerca de 40% da eletricidade na União Europeia no primeiro semestre do ano veio de fontes renováveis, superando os combustíveis fósseis, de acordo com as instituições Ember e EnergieWende.