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Transição energética alavanca demanda pelo cobre e preço chega perto da máxima histórica

Usado na cadeia das energias eólica e solar, além dos carros elétricos, metal provoca uma corrida internacional e é apontado como o novo petróleo

Negócios: alta do cobre influenciou decisão da Anglo American de rejeitar oferta de compra da concorrente australiana BHP (AFP Photo)

Negócios: alta do cobre influenciou decisão da Anglo American de rejeitar oferta de compra da concorrente australiana BHP (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 26 de abril de 2024 às 11h09.

O preço do cobre está em alta devido a uma demanda impulsionada pelo uso deste metal na transição energética, desde em veículos elétricos aos painéis solares, passando também pela indústria eólica.

Neste contexto de ascensão, a mineradora britânica Anglo American rejeitou nesta sexta-feira, 26, uma oferta de compra da concorrente australiana BHP, por US$ 38,8 bilhões (R$ 200,4 bilhões, na cotação atual), por considerá-la baixa e "pouco atrativa".

Os preços do cobre estão em alta desde fevereiro e nesta sexta, a tonelada chegou à casa dos US$ 10.000 (R$ 52.628) pela primeira vez desde abril de 2022 na Bolsa de Londres.

Com esta elevação, o metal se aproxima dos US$ 10.845 (R$ 57.075) por tonelada, maior marca da história registrada em março de 2022 devido ao aumento das matérias-primas com a guerra na Ucrânia.

Novo petróleo

"Se o mundo avançar para um futuro mais verde, o cobre se tornará o novo petróleo", afirma Kathleen Brooks, analista da XBT.

O cobre, um metal altamente condutivo, tem muitos usos na transição energética. Anteriormente, era utilizado na construção, fiação elétrica e fabricação de utensílios de cozinha.

Para Ole Hansen, analista do Saxobank, ele é "crucial" para a transição verde e para "infraestruturas de energias renováveis, devido à sua utilização em cabeamentos e condutores de painéis solares, turbinas eólicas e outros equipamentos".

Também é uma matéria-prima fundamental para os veículos elétricos.

Outros fatores que contribuem para este aumento da procura são a necessidade de modernizar as redes elétricas devido à alta do consumo de energia e à sua utilização para armazenamento de energia em baterias.

"A transição mundial para a energia elétrica atua como um catalisador adicional (para a demanda), já que fontes de energia renováveis, como as eólicas e os painéis solares e veículos elétricos, necessitam quantidades significativas de cobre", analisou o analista da AJ Bell Dan Coatsworth.

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o mercado deste metal cresceu 50% entre 2017 e 2022 e está próximo dos 200 bilhões de dólares (R$ 1 trilhão). A quantidade de cobre consumida no mundo dobrou nos últimos 20 anos.

Oferta em tensão

A oferta está sob pressão devido a inúmeras greves, tensões geopolíticas, novas regulamentações e um declínio na quantidade de metal que pode ser extraído de reservas em declínio.

Os principais produtores do mundo são o Chile, seguido pelo Peru, República Democrática do Congo, China e Estados Unidos, segundo o Statista.

"A exploração mineral é um processo incrivelmente caro. Muitas vezes se passam dez anos entre a descoberta de uma fonte de cobre e sua extração comercial", afirma Coatsworth.

O especialista destaca ainda que é um desafio encontrar minas de cobre e quando são localizadas, é preciso haver "material suficiente na rocha para tornar a extração economicamente viável".

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