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Transição climática pode criar 25 milhões de empregos até 2030

Relatório da BCG aponta que transição pode aumentar desigualdades socioeconômicas, mas também trazer investimentos e recursos para a economia brasileira

Organização Mundial do Trabalho espera a criação de 103 milhões de novos empregos e a redução de 78 milhões de postos de trabalho (Kevin Frayer/Getty Images)

Organização Mundial do Trabalho espera a criação de 103 milhões de novos empregos e a redução de 78 milhões de postos de trabalho (Kevin Frayer/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 1 de abril de 2024 às 10h00.

Garantir empregos verdes é parte fundamental na busca por uma economia limpa. A transição climática, porém, pode incrementar desigualdades socioeconômicas, aponta uma análise da consultoria americana Boston Consulting Group e do Fórum Econômico Mundial.

Dados da Organização Mundial do Trabalho apontam que, até 2030, a transição para uma economia de baixo carbono deve gerar 103 milhões de novos empregos. Por outro lado, o impacto de mudanças, como a adoção de uma matriz energética renovável, destruirá 78 milhões de postos de trabalho. O saldo de 25 milhões, que poderia ser animador, ainda esbarra nas garantias de uma transição justa para todos.

O estudo aponta que a mudança pode acabar criando ainda mais limitações sociais, seja pelo alto custo de itens da transição climática, como na instalação de energias limpas, ou pelo fim dos empregos em certas áreas, como na exploração de carvão e petróleo. Locais que dependem da produção de combustíveis fósseis, por exemplo, podem ver uma redução no número de empregos, o que acarreta um aumento da vulnerabilidade.

Outro setor que pode enfrentar mudanças é o de transporte e mobilidade, uma vez que a tendência é acelerar o uso de transportes públicos e aumentar os investimentos no transporte limpo, como veículos elétricos e combustíveis sustentáveis para aviação (SAFs).

A empresa espera o surgimento de novas oportunidades com o crescimento de setores do mercado verde, como o de energia renovável. A pesquisa aponta que 36% dos postos de trabalho dessa área exigem especialização, o que pode abrir portas para profissionais que busquem se especializar nessa temática.

O Brasil tem um papel nisso, aponta a BCG. Líder na transição energética mundial, com mais de 80% da matriz baseada em fontes limpas e renováveis, o País apresenta grande potencial econômico em setores como biocombustíveis, hidrogênio verde e energias renováveis. Segundo a análise, isso pode atrair investimentos e capital para o desenvolvimento de soluções baseadas na natureza por aqui.

Acompanhe tudo sobre:Mudanças climáticasBiocombustíveisEnergia renovável

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