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Frederico Trajano, CEO da varejista Magazine Luiza (Germano Lüders/Exame)
Jornalista
Publicado em 15 de junho de 2023 às 13h45.
Última atualização em 15 de junho de 2023 às 13h49.
Depois de estrear no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, o ISE, em 2021, Frederico Trajano, CEO da varejista Magazine Luiza, sabia que teria pela frente uma missão adicional — manter a chancela que avalia a qualidade das empresas segundo as metas de ESG, mesmo em um ano tão difícil para o varejo brasileiro. O executivo comemora a recondução ao grupo que faz parte do ISE.
“Foi uma grande conquista. Isso porque a permanência no indicador se deu à custa de melhorias concretas em várias searas da companhia. Consolidamos nossos programas de ação afirmativa e treinamos milhares de lideranças no tema de diversidade e inclusão, aprimoramos nosso inventário de emissões de gases de efeito estufa e a nossa gestão interna de resíduos”, conta o CEO. O Magazine Luiza também não descuidou de pautas mais antigas, como o combate à violência contra a mulher, e incluiu nos trabalhos o monitoramento dos fornecedores.
Apesar dos avanços aos olhos da B3 e do mercado, Trajano não abre mão de aumentar o comprometimento em ações dentro da companhia. “O desafio inexorável que se impõe, sobretudo para mim, é que essa barra interna deve continuar subindo. Mas a agenda pede urgência e seguiremos avançando, à revelia dos obstáculos”, afirma.
Para seguir com as melhorias, a empresa decidiu levar treinamento a cerca de 3.300 lideranças sobre questões atreladas ao ESG, num total de 52 encontros ao longo do segundo semestre. Alguns temas poderiam passar despercebidos para investidores e concorrentes, mas não para quem está na “ponta”, fazendo o atendimento em uma das 1.400 lojas.
Por exemplo, quando um cliente faz uma abordagem inadequada ao se referir à orientação sexual ou à raça do funcionário, explica Ana Luiza Herzog Drummond, gerente de reputação e sustentabilidade da companhia.
Segundo a executiva, o treinamento serve de suporte para que os profissionais saibam como reagir quando são alvos dessas situações, não só no contato com consumidores mas também no dia a dia com outros colegas. O objetivo é, segundo Ana Luiza, deixar claro que o respeito à diversidade e a política de inclusão são inegociáveis para a companhia.
A pauta ambiental é outra frente que vem avançando no Magazine Luiza. No varejo, esse é um tema desafiador. Afinal, como entregar os produtos na casa dos clientes equacionando o uso racional de embalagens e a integridade da mercadoria? A gestão de resíduos passou a fazer parte da estratégia da companhia nos últimos anos e, como diz Ana Luiza, “há um esforço grande para organizar a casa”.
O Magazine Luiza criou comitês que têm estudado mecanismos de redução de resíduos e de consumo de recursos naturais. Há um ano e meio foi lançado o comitê de embalagens. O desafio naquele momento era reduzir o plástico que era enviado aos clientes. Ao inserir no processo o plástico reciclado, o Magazine Luiza conseguiu economizar no ano passado 300 toneladas de matéria-prima virgem. Agora, 60% do material usado na confecção das embalagens é reciclado.
Em outra frente, o Magazine Luiza — maior vendedor de eletrônicos do país — tenta estimular a adesão dos clientes à iniciativa de logística reversa. Hoje, 500 lojas contam com coletores para o descarte de equipamentos eletrônicos, mas a adesão ainda não é a ideal. A empresa espera melhorar o desempenho com programas de treinamento para os líderes de lojas.