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Total de empreendedoras que são mães mostra resistência do mercado em contratá-las, diz Ana Fontes

Cerca de 68% das empreendedoras que são mães tiveram filhos antes de abrir o negócio; informação é da pesquisa Empreendedoras e Seus Negócios 2024, do Instituto Rede Mulher Empreendedora

 (Diego Corrêa/Divulgação)

(Diego Corrêa/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 12h16.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 12h50.

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No Brasil, o empreendedorismo feminino tem se mostrado como uma ferramenta de inclusão econômica pela dificuldade de entrada de mães no mercado de trabalho. De acordo com o estudo Empreendedoras e Seus Negócios 2024, do Instituto Rede Mulher Empreendedora, 73% das empreendedoras do país são mães.

Mais de 68% delas afirmam que seus filhos vieram antes de abrirem o negócio, o que, para Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, é sinal da resistência do mercado em aceitar mães enquanto profissionais. "Nestes casos, o caminho que resta é o do empreendedorismo", explica. A maior parcela, de 76% das mulheres, possui até dois filhos. Do total, 37% das fundadoras são mães solo, ou seja, únicas responsáveis pela criação dos seus filhos.

Sobre sua formação, 44% das mulheres pretas e pardas possuem o grau superior, realidade para 61% das mulheres brancas. A média geral de empreendedoras com formação superior é de 52%.

A maior parcela das empreendedoras tem entre 30 e 49 anos. Elas residem, em sua maioria, no Sudeste (45%) e Nordeste (25%), seguido por Sul (16%), Norte (8%) e Centro-Oeste (5%).

Desafios financeiros

Metade das empreendedoras pretas e pardas faturam até R$ 2 mil por mês, enquanto apenas 36% das mulheres brancas faturam a mesma quantia. As dificuldades financeiras também são maiores entre as empreendedoras negras, uma vez que 52% relatam que possuem dívidas, enquanto entre brancas esta é uma realidade para 45% delas.

A busca pela independência financeira é a principal motivação das mulheres, especialmente entre negras, para que abram seus negócios. O fator foi indicado por 48% delas. Já o incremento da renda foi citado por 39% delas. Entre mulheres não-negras, um dos fatores que se destacam é a flexibilidade de horários, resposta de 41% das entrevistadas.

A economia do cuidado também foi avaliada pela pesquisa. Metade das empreendedoras não recebem nenhuma ajuda no cuidado da casa, com os filhos e outros familiares ou na gestão de seus negócios. Para Ana Fontes, o fato mostra “o quanto a empreendedora tem que dar conta de tudo. Não é à toa que muitas sentem uma sobrecarga mental grande”, explica.

O maior desafio para os seus negócios é equilibrar a vida pessoal e profissional (43%). O marketing e divulgação dos seus serviços e produtos também foi apontado como um empecilho por 40% delas. A fidelização de clientes, a gestão financeira e o acesso a crédito e financiamentos bancários também entram, com cerca de 30% das respostas.

O estudo foi feito em parceria com a Ideafix Pesquisas e ouviu 2141 mulheres entre agosto e setembro de 2024.

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