ESG

“Ter propósito é a missão de todo gestor”, diz Rodolfo Sirol, chairman do Pacto Global no Brasil

Em Nova York, executivo, que também comanda a área ambiental da CPFL, destacou que as empresas precisam gerar valor compartilhado para garantir a perenidade

Rodolfo Sirol, chairman do Pacto Global: "A despeito das adversidades, as empresas estão chamando a responsabilidade" (Leandro Fonseca/Exame)

Rodolfo Sirol, chairman do Pacto Global: "A despeito das adversidades, as empresas estão chamando a responsabilidade" (Leandro Fonseca/Exame)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 4 de outubro de 2022 às 06h00.

A Agenda 2030, conjunto de metas socioambientais definidas pela ONU, diz respeito à melhoria da qualidade de vida para todos. A opinião é de Rodolfo Sirol, chairman do Pacto Global da ONU no Brasil e diretor de sustentabilidade da CPFL, empresa de energia. Sirol conversou com a reportagem da EXAME às vésperas da Semana do Clima e da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Para Sirol, o que vai garantir mercado e reconhecimento para as companhias é a capacidade de gerar valor compartilhado, por isso a importância de perseguir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Apesar do cenário desafiador, com guerra na Europa e instabilidade política em virtude da crise de energia, o executivo afirma que as empresas estão avançando na agenda e que é papel do setor privado chamar essa responsabilidade.

Confira a entrevista:

yt thumbnail

Qual é a importância da agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o setor privado?

Os ODS são objetivos comuns. Toda a agenda 2030 é um objetivo comum, seja você do setor de mineração, ou de energia, saneamento, enfim. Cada ODS diz respeito a um aspecto que leva à melhoria das condições de vida, e cada vez mais as empresas têm o papel de gerar esse valor compartilhado. É isso que vai garantir perenidade, é o que vai garantir mercado e o reconhecimento da empresa perante seus consumidores, que é o que faz a empresa crescer.

Em relação ao momento global, há uma guerra em curso na Europa e as emissões voltaram a subir. Como esse contexto afeta a agenda dos ODS no Brasil?

É importante compreender esse momento. Vivemos guerras, problemas geopolíticos, mas é fundamental que o Brasil esteja representado em ambientes como este aqui da ONU. A mensagem que passa é que há, sim, condições para que se possa progredir. O Brasil tem hoje um potencial e um material a ser trabalhado que é o povo brasileiro. Um povo engajado, criativo e consciente de suas obrigações e direitos. Precisamos ir além do que conseguimos até hoje.

E qual é o papel das empresas nessa transformação econômica?

É fundamental. A despeito das adversidades, as empresas estão chamando a responsabilidade. A agenda avança sempre que temos empresas com propósito e que acreditam num mundo melhor. O ambiente de negócios não exclui preservação do meio ambiente, respeito às comunidades, enfim, ele não exclui as pessoas. Ter propósito é, hoje, a principal missão de qualquer gestor de empresa. Só assim ele vai garantir a perenidade do seu negócio.

Acompanhe tudo sobre:Exame na Assembleia GeralONU

Mais de ESG

Entenda os principais acordos da COP29 em Baku

COP29: ONU esperava mais ambição. Leia reações de países ao acordo final

Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 55 milhões

COP29 aprova US$ 300 bi para financiamento climático após muito impasse