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Tentando sediar COP31, Austrália envia delegação de 2º escalão para Belém

Líderes europeus confirmam ida a Belém; primeiro-ministro australiano justifica que viria ao Brasil "se fizesse diferença"

COP30, em Belém: líderes de principais economias europeias confirmam presença para discutir clima e financiamento, enquanto candidato a anfitrião da próxima COP não vem. (Sérgio Moraes / COP30)

COP30, em Belém: líderes de principais economias europeias confirmam presença para discutir clima e financiamento, enquanto candidato a anfitrião da próxima COP não vem. (Sérgio Moraes / COP30)

Lia Rizzo
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 09h49.

Última atualização em 5 de novembro de 2025 às 13h40.

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Nesta quarta-feira, 5 de novembro, devem desembarcar em Belém 57 chefes de Estado, que representam alguns dos 191 países credenciados para a COP30.

As autoridades chegam para a Cúpula de Líderes que marca o início oficial da conferência climática mais importante do mundo, a primeira realizada no coração da Amazônia.

A expectativa criada pelos números divulgados dias atrás por Ana Toni, CEO da COP, contudo, representa uma intenção de presença, mas não garante participação efetiva.

A confirmação real só ocorre quando os delegados retiram seus crachás no local; um detalhe que ganha relevância diante do padrão de ausências que vem se estabelecendo nas conferências climáticas.

Entre as presenças certeiras estão o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron (França) e o chanceler alemão Friedrich Merz (Alemanha), sinalizando que parte das principais economias europeias mantém o compromisso de participação em alto nível.

Por outro lado, a última semana trouxe confirmações de que líderes de outros países desenvolvidos não comparecerão, repetindo um cenário já observado na COP29 em Baku, realizada no Azerbaijão em novembro de 2024.

Apesar de reunir mais de 65.000 delegados inscritos, número que a consolidou como a segunda maior COP da história, a Cúpula do Azerbaijão interrompeu uma escalada de sete anos: pela primeira vez, depois de sete edições, uma conferência climática não superou em tamanho a edição anterior.

Ausências expressivas chamaram atenção. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, alegou à época estar focada em compromissos institucionais na transição para seu segundo mandato.

Já Emmanuel Macron, justificou sua não ida pela tensão diplomática entre seu país e o Azerbaijão após a ofensiva militar azerbaijana em Karabakh.

O então chanceler alemão Olaf Scholz cancelou a viagem após o colapso de sua coalizão governamental, enquanto o Rei Charles III, historicamente presente em COPs, não compareceu devido à recuperação de um câncer.

Ausências previstas

Baixa esperada, os Estados Unidos formalizaram, há poucos dias, que não enviarão representantes de alto nível para Belém.

O distanciamento americano já se evidenciava nas reuniões preparatórias. Não houve representantes dos Estados Unidos nem em Bonn, em junho, nem na pré-COP de Brasília, em outubro — os dois principais encontros preparatórios para a COP30.

"É claro que é um prejuízo enorme", reconheceu a ministra Marina Silva, após a definição americana de não vir ao Brasil.

"Por outro lado, é a oportunidade de mostrarmos que, como fizemos no passado, iremos fazer mais intensamente agora para que diferentes países do norte global e do sul global possam dar uma demonstração de fortalecimento do multilateralismo climático", ponderou a ministra.

O raciocínio parte do histórico de negociadores americanos travarem avanços ambientais nas conferências. Sem sua presença, há mais espaço para acordos mais ousados - ainda que com menor impacto global, dado que os EUA são o maior emissor histórico de gases de efeito estufa.

A Argentina, cuja presença também era uma incógnita, mantém a postura estabelecida em Baku. No ano passado, o governo de Javier Milei enviou um grupo reduzido de representantes ao Azerbaijão.

E teve a breve participação - por ordem do presidente, os representantes argentinos foram embora da COP29 poucos dias após o início da conferência - marcada por tentativas de barrar debates sobre questões de gênero, propondo limitar a definição do termo aos sexos biológicos.

Austrália: disputar sem comparecer

A ausência mais emblemática, contudo, deve ser a do primeiro-ministro australiano Anthony Albanese. A nação oceânica disputa com a Turquia o direito de sediar a COP31 em Adelaide, em novembro de 2026, mas seu líder máximo não estará presente na conferência que pode definir justamente essa escolha.

O contraste de empenho diplomático expõe prioridades. Segundo informações divulgadas pelo The Guardian, a Turquia planeja enviar seu vice-presidente, Cevdet Yılmaz, enquanto a Austrália será representada por Josh Wilson, ministro-adjunto para mudanças climáticas — um escalão consideravelmente inferior.

Nem mesmo Chris Bowen, titular australiano da pasta de Mudanças Climáticas e Energia, estará presente desde o início. Ele só participará das negociações na segunda semana da COP30, com chegada prevista a partir de 17 de novembro.

A decisão de Albanese pegou mal. Ao justificar que viria ao Brasil "se isso fizesse alguma diferença", o primeiro-ministro deixa escapar a oportunidade de estar em Belém para as negociações fundamentais que podem decidir se seu país sediará a próxima cúpula.

Jennifer Morgan, ex-enviada climática da Alemanha e peça-chave na liderança das negociações sobre o fundo de "perdas e danos" na COP27, não poupou críticas em entrevista ao The Guardian.

Segundo ela, a presença de Albanese "enviaria um sinal muito claro ao mundo de que a Austrália está muito séria" com sua candidatura.

"É prática comum que, se um país deseja sediar uma conferência climática, seu líder compareça e continue defendendo sua candidatura. Neste caso, ele o faria com muitos representantes do Pacífico que tenho certeza de que estarão presentes", destacou Morgan.

Agora, caso uma decisão sobre a COP31 não seja tomada em Belém, as responsabilidades de sediar o evento passam por padrão para a Alemanha, sede da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) em Bonn.

Acompanhe tudo sobre:COP30

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