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Com joaninhas no controle de pragas, Suzano economiza R$ 3 milhões em pesticidas; entenda

Em dois anos de pesquisa, mais de 210 mil joaninhas nativas foram liberadas em 57 mil hectares, o que evitou o uso de 17,1 mil quilos de defensivos agrícolas

Estratégia evitou prejuízo a biodiversidade local a partir do uso de pesticidas (Germano Lüders/Exame)

Estratégia evitou prejuízo a biodiversidade local a partir do uso de pesticidas (Germano Lüders/Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 20 de março de 2025 às 18h10.

A Suzano, produtora mundial de celulose e bioprodutos do eucalipto, está implementando uma abordagem inovadora no controle de pragas em suas florestas: o uso de joaninhas. Pela primeira vez no Brasil, a empresa utiliza a espécie como método biológico para combater o psilídeo-de-concha, uma das pragas mais prejudiciais ao cultivo de eucalipto.

A iniciativa, que abrange áreas de São Paulo, Maranhão e Mato Grosso do Sul, foi implementada em 57 mil hectares no ano passado. Essa estratégia integra o compromisso da Suzano com a sustentabilidade e o uso racional de defensivos agrícolas. Em 2024, a empresa evitou o uso de 17,1 mil quilos de defensivos, o que gerou uma economia superior a R$ 3 milhões.

Antes de adotar a técnica, a Suzano dedicou dois anos a pesquisas com um time de quatro entomologistas especializados no comportamento das joaninhas.

As pesquisas para a implementação da espécie começaram em 2022, após a identificação de populações nativas durante surtos da praga em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins. Em 2023, a técnica de multiplicação e liberação em larga escala foi desenvolvida e, no ano seguinte, 210 mil joaninhas foram liberadas.

Controle de pragas

O equilíbrio natural das joaninhas no ambiente assegura que elas não se tornem superpopulosas, já que sua sobrevivência depende da disponibilidade da praga-alvo como fonte de alimento e elas também estão sujeitas a seus próprios biocontroladores na cadeia alimentar.

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Maurício Magalhães Domingues, pesquisador da Suzano, destaca: "Inovação e sustentabilidade caminham juntas na Suzano, e o uso de joaninhas como controle biológico reflete esse compromisso".

Segundo Domingues, ao evitar o uso de inseticidas, a companhia contribui para a preservação da biodiversidade, com benefícios que vão além dos materiais. “Há ganhos ambientais e sociais, como a valorização da ciência, a geração de empregos e o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para o setor florestal", conclui.

Embora essa estratégia com joaninhas seja inédita no Brasil, países como os Estados Unidos já utilizam o controle biológico com sucesso em plantios comerciais de eucalipto. O projeto foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, a Embrapa Florestas e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

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