Os bancos são peças-chave na adoção do ESG no Brasil (Shutterstock/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2023 às 08h01.
Em todo o mundo, 94% das instituições financeiras já reconhecem a sustentabilidade como uma prioridade estratégica. O dado consta no relatório de progresso mais recente do programa Princípios da ONU para Bancos Responsáveis, que reúne mais de 300 signatários. Essa percepção também tem se fortalecido no mercado brasileiro – tanto no setor público como no privado.
No caso dos players de desenvolvimento e varejo, como o Banrisul, esse papel de fomento a aspectos de governança ambiental, social e corporativa (ESG) torna-se ainda mais necessário – uma vez que possuem influência decisiva no cenário regional em que estão inseridos. Direcionar clientes e cadeia de valor a encontrarem soluções para seus negócios pode refletir, por exemplo, no potencial produtivo de todo um estado e, consequentemente, do país.
Esse esforço requer um olhar amplo e permeia aspectos como diversidade, equidade e inclusão, educação financeira e inovação. Por isso, a bandeira ESG possui uma função transversal – cada dia mais integrada à estratégia de negócios e às políticas públicas. Desde o gerenciamento de resíduos e demais esforços para mitigação de gases de efeito estufa, até a neutralização de carbono, é preciso ter constância para avançar. Não há futuro e sucesso econômico sem observarmos as questões socioambientais e climáticas. Um banco precisa fazer o próprio dever de casa para que os resultados alcancem, de fato, as comunidades.
No campo ESG, os objetivos só são alcançados quando as cadeias produtivas se unem em prol de mensurar e analisar seus processos atrelados a impactos sociais, ambientais e climáticos. Um passo dado por muitas instituições financeiras no Brasil para fomentar uma economia de baixo carbono é a transição energética. Esse é um dos movimentos que deve ganhar força em 2023, já que o nosso país tem potencial para crescer em fontes renováveis.
Para os bancos, esse compromisso com a sustentabilidade deve estar claro e materializado em uma agenda estratégica, com metas e ações a serem planejadas e cumpridas em médio e longo prazos. O avanço rumo a uma economia mais sustentável – com evolução em projetos socioambientais alinhados a estratégia e governança corporativa – passa pela integração entre capital, políticas públicas, apoio privado e adesão da sociedade civil.
Os bancos são peças-chave nessa caminhada, têm um papel fundamental em direcionar capital aproveitando as melhores oportunidades em impacto positivo. Ser eficiente e sustentável é um caminho sem volta para as instituições financeiras que realmente se conectam com as necessidades das pessoas e do planeta. E é essa conexão que verdadeiramente transforma.
*Cláudio Coutinho é Presidente do Banrisul