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Startups criam adubo orgânico rastreável por blockchain

Parceria entre Carrot.eco e Tera Ambiental cria tecnologia para certificar destinação correta e reduzir emissões de gases de efeito estufa

O sistema da Carrot.eco, baseado em blockchain, foi integrado à logística da Tera Ambiental, garantindo que cada lote de resíduos tenha um histórico verificável (Wikimedia Commons)

O sistema da Carrot.eco, baseado em blockchain, foi integrado à logística da Tera Ambiental, garantindo que cada lote de resíduos tenha um histórico verificável (Wikimedia Commons)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 09h34.

A rastreabilidade de resíduos orgânicos acaba de ganhar um reforço tecnológico. A Carrot.eco, greentech focada em soluções para economia circular, se uniu à Tera Ambiental, empresa de gestão de resíduos de Jundiaí (SP), para desenvolver um sistema de certificação baseado em blockchain. A iniciativa promete garantir que todo material encaminhado para compostagem seja, de fato, reciclado, protegendo empresas contra o greenwashing, prática de comunicação enganosa sobre sustentabilidade.

O projeto permitiu a criação do primeiro adubo orgânico rastreado por inteligência artificial, assegurando transparência na destinação de resíduos. Segundo Lívia Baldo, diretora da Tera Ambiental, empresas que destinam resíduos para compostagem terão, pela primeira vez, um sistema confiável que garante 100% da reciclagem.

A tecnologia monitora o processo de ponta a ponta, rastreando lodo de esgoto e outros insumos orgânicos desde a coleta até a transformação em fertilizante. O sistema da Carrot.eco, baseado em blockchain, foi integrado à logística da Tera Ambiental, garantindo que cada lote de resíduos tenha um histórico verificável.

Além de assegurar a destinação correta, a inovação contribui para o controle de emissões. O adubo orgânico gera menos gases de efeito estufa, reduzindo a dependência de fertilizantes minerais e nitrogenados. Um estudo da Earth System Science Data revelou que os níveis de óxido nitroso na atmosfera aumentaram 40% desde 1980. O gás, 300 vezes mais potente que o CO₂, está diretamente ligado ao uso de fertilizantes à base de nitrogênio.

Crédito de reciclagem

Outro desdobramento da parceria foi a criação de créditos de reciclagem, que podem ser comprados por empresas que não conseguem reciclar todos os seus resíduos. O modelo segue a lógica do mercado de carbono, funcionando como um certificado de compensação ambiental.

A Tera Ambiental já recicla cerca de 30 mil toneladas de resíduos orgânicos por ano e busca expandir o projeto com a Carrot.eco. Atualmente, estima-se que apenas 0,1% dos resíduos orgânicos no Brasil sejam reciclados. “Se dobrarmos a circularidade, resolvemos 50% dos problemas climáticos globais”, afirma Ian McKee, CEO da Carrot.eco.

A inovação também chamou atenção fora do Brasil. Municípios da Califórnia (EUA) demonstraram interesse no sistema de rastreamento, e a Carrot.eco foi convidada pela AWS, da Amazon, para apresentar a tecnologia na Climate Week, evento internacional sobre mudanças climáticas.

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