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O diretor de operações da Staedtler contou mais da estratégia para crescimento da companhia em mercados além da Europa (Staedtler/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 17h31.
Última atualização em 1 de outubro de 2025 às 17h59.
Seja pelas livrarias, seja em bancas de jornais, seja por redes sociais, você já deve ter percebido uma febre que movimenta o mercado editorial em 2025. Os livros de colorir lideram as vendas no e-commerce, como o Bobbie Goods, que em apenas sete meses no Brasil atingiu a marca de 2,5 milhões de exemplares vendidos, ou o Jardim Secreto, que já comercializou mais de 25 milhões de cópias globalmente desde o seu auge, em 2014.
Entre as figuras em branco de ursos, cachorrinhos e da natureza está uma oportunidade de negócios para outras áreas, como fabricantes de canetas hidrográficas e marcados. É surfando essa onda que a marca alemã de papelaria Staedtler quer crescer em todo o mundo e dobrar o seu faturamento anual, de € 361 milhões, até 2029. A fabricante de canetinhas, marcadores, lápis de cor, giz de cera, entre outros itens de pintura e desenho, já viu uma alta nas vendas desde o início da febre dos livros de colorir. De acordo com a companhia, as vendas da caneta brush dupla ponta, uma canetinha para pintura em papel, cresceram 12% nos últimos oito meses, puxado pelo “fator Bobbie Goods”.
De acordo com o diretor da operação da Staedtler no Brasil, Alexandre Facci, que conversou com exclusividade com a EXAME, o consumidor tem buscado mais hobbies fora das telas de celulares e computadores desde a pandemia. “As pessoas querem estar mais offline, realizando atividades que fazem bem para a mente e seu bem-estar”, explica. Para ele, ao mesmo tempo que as redes sociais e a tecnologia estão no auge, cada vez mais consumidores percebem que a pintura e o desenho ajudam a desenvolver a criatividade e reduzir o estresse.
Fábrica da Staedtler na Alemanha
A pintura dos livros se tornou até mesmo tema de perfis nas redes sociais, especialmente o TikTok. O tópico “#BobbieGoods” é citado em mais de 353 mil vídeos publicados ao redor do mundo, que já contam com milhões de visualizações, curtidas e comentários, do público jovem ao mais adulto. “Criar comunidades onde as pessoas se conhecem, se relacionam e ativam sua criatividade é o que buscamos”, afirma o diretor.
A sustentabilidade é parte importante do crescimento da empresa, especialmente em um setor tão dependente da madeira quanto o de papelaria.
A Staedtler é a primeira companhia a utilizar resíduos da madeira na produção de lápis e lápis de cor. A linha Upcycled Wood usa serragem — o que garante a reciclagem até dos menores cortes da madeira — compradas da indústria da marcenaria para produzir materiais de alta qualidade. De acordo com o diretor da operação brasileira, o trabalho foi um esforço pela reciclagem que, embora tenha elevado os custos da produção, também garante um material mais sustentável.
A reciclagem também está presente na fabricação das canetas: 97% delas utilizam plástico reciclável, e a companhia já eliminou o PVC das embalagens em troca do PET reciclável. “Acredito que o consumidor está cada vez mais engajado nessa causa, e, no curto prazo, vai passar a priorizar as empresas comprometidas com a sustentabilidade”, afirma Facci.
Alexandre Facci, diretor da operação nacional da Staedtler: "Criar comunidades onde as pessoas se conhecem, se relacionam e ativam sua criatividade é o que buscamos"
A companhia já utiliza 100% de energia renovável nas suas fábricas na Alemanha e planeja expandir essa iniciativa também para as fábricas peruanas até 2030.
Outra inovação que integra seu portfólio é a tecnologia DrySafe, que evita que os produtos fiquem secos se destampados, mesmo após dias. A criação foi inspirada na natureza, a partir das plantas que evitam o ressecamento de seus frutos e folhas a partir de uma camada de cera. A mesma estratégia é aplicada nas suas canetas hidrográficas desde 1966.
Facci contou mais da estratégia para crescimento da companhia em mercados além da Europa. Segundo o diretor, a fórmula da fabricante se ancora em três oportunidades: a inovação nos produtos, a expansão de mercado ao redor do mundo e a sustentabilidade como vantagem competitiva. “Entendemos que precisamos atuar com mais profundidade nos mercados onde já operamos, entrar em novos segmentos e lançar mais produtos para crianças, a fim de expandir a distribuição entre os mais jovens”, explica.
Saint Paul lança graduação inédita em Administração com padrão global; inscrições estão abertasA Staedtler chegou na América Latina em 2018, depois de comprar duas líderes de vendas no Peru: Artesco e Mova, que produzem material escolar e de escritório no país. A operação no Brasil, antes feita por meio de distribuidores, passou a ser feita pela própria companhia por conta das proximidades ao novo mercado, o que, segundo o diretor, ajudou a consolidar a região como estratégica para os negócios. Apesar do avanço, 85% do que é vendido pela fabricante segue sendo produzido na Alemanha.
Facci explica que a América Latina e o Brasil são parte fundamental para tirar os planos do papel, mas, para isso, a companhia alemã precisa integrar a expertise do trabalho adquirida desde a sua fundação, em 1835, com a identidade brasileira. Isso inclui a redefinição do design dos produtos, com uma estética focada no público latino, além da comunicação e marketing dos produtos. “Acreditamos muito no Brasil e temos nos esforçado para tropicalizar os negócios por aqui, oferecendo aos consumidores produtos de qualidade alemã, mas com a personalidade do Brasil”, explica.