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Sob restrições de Trump, gigante americana de fertilizantes busca impulsionar agenda verde no Brasil

"Somos proibidos de falar em mudança climática nos EUA", diz VP da Mosaic em entrevista à EXAME, mas garante que empresa não irá recuar em práticas regenerativas na agricultura

Jenny Wang, vice-presidente da Mosaic: "O Brasil é o único país em que veremos um crescimento rápido na agricultura. Não há quem possa competir" (Divulgação)

Jenny Wang, vice-presidente da Mosaic: "O Brasil é o único país em que veremos um crescimento rápido na agricultura. Não há quem possa competir" (Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 10h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2025 às 10h35.

Uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, a americana Mosaic deixa claro que não irá recuar em sua estratégia de sustentabilidade mesmo com as restrições impostas por Trump.

Com operações estratégicas na América do Norte, América do Sul e Ásia, a multinacional do setor de agromineração investe em práticas de agricultura regenerativa, desenvolvendo soluções em bioinsumos que visam não apenas aumentar a produtividade agrícola, mas também ajudar na restauração dos ecossistemas.

"É proibido falar sobre mudança climática nos EUA. Como uma empresa nacional, precisamos cumprir com os requisitos do governo. Mas sentimos que temos responsabilidades socioambientais e seguimos desempenhando nosso papel", disse em entrevista exclusiva à EXAME, Jenny Wang, vice-presidente da Mosaic, durante sua passagem no Brasil para participar do Congresso da ANDA, em São Paulo. 

Ao combinar minerais como fosfatados e potássio, a Mosaic entrega cerca de 27,2 milhões de toneladas de fertilizantes anualmente para 40 países e o Brasil está no centro da estratégia. O país representa aproximadamente um terço dos negócios globais da companhia e a VP acredita que é "o melhor do mundo para liderar a agenda verde".

"O Brasil é o único país em que veremos um crescimento rápido na agricultura. Não há quem possa competir. Há uma abundância em terras raras que exigem melhor produtividade e oportunidades em plantio ou colheita de mais culturas em função de suas características naturais", destacou Jenny. 

A executiva confirmou que a Mosaic participará da COP30 em Belém do Pará, mantendo seu compromisso internacional de combate à crise do clima. 

Soluções biológicas e responsabilidade socioambiental

O principal desafio ambiental dos fertilizantes é o nitrogênio, que representa 60% do mercado mundial e é o maior contribuinte das emissões de gases estufa.

Em vez de competir na produção desse insumo altamente poluente, a Mosaic desenvolve produtos biológicos complementares que aumentam a eficiência de absorção pelas plantas e evitando a expansão de novas áreas pelo desmatamento. Sua grande missão é "alimentar o mundo" e para isso alia tecnologia e inovação para reduzir impacto. 

Recentemente, a companhia lançou uma linha que preserva a biodiversidade do solo. A Performa Bio, com foco na maior capacidade de absorção dos nutrientes pelas plantas e sustentabilidade dos sistemas agrícolas. 

No Brasil, fez parcerias recentes com gigantes como Bayer e Cargill. "A solução biológica é a solução definitiva", disse Jenny.

No pilar social, há programas com foco em alimentação, água, educação e desenvolvimento de comunidades e produtores locais. 

Guerra comercial como catalisador para o Brasil

A guerra comercial entre Estados Unidos e China criou "uma oportunidade inesperada" para o agronegócio brasileiro, disse a executiva. Isto porque, as tarifas retaliatórias chinesas de até 15%  aos produtos americanos beneficiaram diretamente o Brasil, hoje principal exportador de alimentos do país asiático.

Na lista estão produtos agrícolas, especificamente soja, milho, carne bovina e trigo. Segundo Jenny, o impacto foi imediato. "Desde fevereiro deste ano, a China comprou zero de soja dos EUA e tudo veio de origem brasileira, beneficiando os agricultores locais", concluiu.

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