A SLC Agrícola, maior produtora de commodities do Brasil, acaba de concluir a maior operação de mensuração de carbono já realizada no agronegócio brasileiro.
Desenvolvido em parceria com a deeptech Fluere, o projeto foi revelado em primeira mão à EXAME e abrange as culturas de soja, milho, algodão e pecuária nos 736 mil hectares distribuídos em 23 das 26 fazendas da companhia, usando tecnologia de ponta e gerando dados em tempo real sobre as emissões e sequestro de gases estufa.
Com a aposta na agricultura regenerativa, os resultados são expressivos: em 2024, a SLC capturou mais de 500 mil toneladas de CO₂, um aumento de 122% em relação a 2019. Do total emitido no escopo 1, 48% foi sequestrado apenas com o uso de plantas de cobertura.
O sistema monitora mais de 2 mil lavouras em tempo real, processando mais de 50 milhões de registros, com 99% dos processos automatizados.
"A iniciativa eleva o patamar de gestão ambiental no setor. A confiabilidade dos dados transforma a sustentabilidade em vantagem competitiva e esse é um diferencial: monitoramos, testamos e aplicamos", destacou em entrevista Tiago Agne, gerente de sustentabilidade da SLC.
Segundo o executivo, a relevância da mensuração vai além de um inventário tradicional de emissões, pois também é capaz de medir o que está gerando de impacto positivo pela remoção de carbono a partir das operações.
"Você vai comparar uma produção de baixíssima intensidade de CO2 e auditável em tempo real. É uma vantagem absurda da história", analisou.
O projeto teve início em 2021, por meio do programa AgroX, com apoio do CNPq e Fapesp. Foram quatro anos de desenvolvimento até chegar ao modelo atual e aprimoramento da tecnologia.
Hoje, a SLC celebra os frutos e o gerente destaca que embora o processo tenha sido repleto de desafios, a solução chegou em um nível de maturidade com potencial de transformar todo setor caso for replicada em escala.
Pioneirismo da tecnologia
O CEO da Fluere, Anibal Wanderley, explica a complexidade do desenvolvimento da mensuração se comparada com outros setores como energia e industrial, em que tudo é fator de emissão e destaca o motivo do agronegócio não entrar no mercado de carbono regulado.
"Quando você bota o pé na agricultura, você está andando num 'pântano'. Porque a reação do solo e outras variantes mudam, além de se não ter uma metodologia estabelecida", destacou. "Alcançamos um nível de maturidade e especialização muito rápido", complementou.
Por outro lado, o executivo exemplificou que embora o agro não seja contemplado formalmente, o setor têxtil está, e mesmo que não seja necessário medir a emissão da plantação de algodão o comprador europeu vai querer saber a procedência do produto e se ele é fruto de desmatamento.
Pensando nisso, o sistema atende aos principais protocolos internacionais, como GHG Protocol, FLAG, RenovaBio e prepara a empresa para regulações como a taxa de carbono na fronteira europeia.
"No momento em que o produtor entende o valor da mensuração, vira a chavinha e entende que é um fator de competitividade no mercado", disse Anibal.
Agricultura regenerativa em 100% das operações
A SLC Agrícola adota práticas de agricultura regenerativa em toda sua operação, o que explica sua menor pegada de carbono e ganhos em produtividade no campo.
"Com o sistema de monitoramento em tempo real, estamos preparados para entender o papel desempenhado pelos nossos modelos em comparação com o plantio tradicional", contou Anibal.
O projeto faz parte de uma estratégia mais ampla da companhia de chegar na neutralidade das emissões até 2030.
A adoção de boas práticas também chamou atenção do mercado financeiro. Um estudo recente lançado pela fama re.capital analisou quase duas décadas de dados agronômicos da empresa e comprovou que ações como semeadura direta, cobertura vegetal contínua, uso de bioinsumos e integração lavoura-pecuária não apenas fortalecem a saúde do solo, como também reduzem a variabilidade da produtividade.
Hoje, o uso de plantas de cobertura está em 35% das áreas e o bioinsumos em 16% da operação.
Os resultados financeiros validam a estratégia: entre 2017 e 2024, a produtividade média de soja e algodão da SLC superou em 12% as médias nacionais, com menor volatilidade e maior previsibilidade de caixa.
As fazendas que utilizam práticas regenerativas apresentaram menor variabilidade interanual da produção, inclusive em anos críticos de seca, enquanto reduziram custos com insumos sintéticos como fertilizantes e defensivos.
A análise também apontou que a precificação da resiliência climática ainda é incipiente no setor, faltando padronização de métricas que permitam mensurar e valorizar a pegada de carbono para modelos de risco de crédito.
Entre as recomendações estão a criação de instrumentos financeiros verdes que monetizem a resiliência, como seguros paramétricos e linhas de crédito adaptativas, além do reconhecimento da agricultura regenerativa em políticas públicas e taxonomias verdes.
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